(Foto: Divulgação)
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Selton Melo é um dos melhores atores de seu tempo, mas dá uma canseira no telespectador nos dois primeiros episódios, principalmente por sua narração que soa bastante forçada
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A nova série brasileira da Netflix está causando polêmica e discussões desde sua estreia em 23 de março. Não é para menos. Com a prisão do ex-presidente Lula no dia 7 de abril, o panorama é de um momento muito delicado do atual cenário político do país, no que diz respeito às investigações da Operação Lava Jato. O próprio Lula chegou a dizer que processaria a plataforma de streaming. A ex-presidente Dilma Rousseff deu várias declarações dizendo que a Netflix está propagando fake news. Em texto publicado em seu site, Dilma acusou o cineasta José Padilha e Elena Soarez, criadores de "O mecanismo", de reproduzir mentiras para atacar a ela e ao ex-presidente Lula, e afirmou que a Netflix está fazendo propaganda política. Lula, Dilma e todos os outros envolvidos na Lava Jato são apresentados com nomes fictícios, assim também como entidades e empresas tiveram seus nomes trocados na série. O PT (Partido dos Trabalhadores) passa a chamar-se PO (Partido Operário); a Petrobras é a Petrobrasil. O termo #OMecanismoCausando chegou a entrar no topo dos assuntos mais comentados no Twitter no Brasil, com comentários a favor e contra a série.
Mazelas políticas à parte, a série é excelente e traz um bom elenco, sob o comando de José Padilha, que também assina “Narcos”, outro sucesso barulhento da Netflix. “Narcos” teve uma terceira temporada ótima, respondendo aos que duvidavam que a série ficaria de pé sem a figura de Pablo Escobar (Wagner Moura). Falando em resposta, José Padilha disse em tom irônico que lamenta por aqueles que cancelaram a assinatura em protesto contra “O mecanismo”, pois vão perder a quarta temporada de “Narcos”. Ao que parece Padilha adora desafios e polêmicas.
"Loja da corrupção"
Para divulgar a série, a Netflix instalou um outdoor medidor de corrupção em Brasília e estandes no Aeroporto de Brasília e no Aeroporto de Congonhas em São Paulo, com a chamada "loja da corrupção", onde eram apresentados produtos fictícios, como uma cueca doleira, uma gravata filmadora, o livro "Delação premiada para leigos" e capinhas decorativas para tornozeleiras eletrônicas.
Todo esse tititi, ou mimimi, como queiram, se deve ao fato de “O mecanismo” apresentar os bastidores do início, desta, que é a maior operação realizada no país no combate à corrupção, lavagem de dinheiro etc.
Selton Melo é um dos melhores atores de seu tempo, mas dá uma canseira no telespectador nos dois primeiros episódios, principalmente por sua narração que soa bastante forçada. Depois a gente acostuma (risos). Felizmente no decorrer dos episódios ele mostra porque está ali. O roteiro se perde nas tramas paralelas, pelo fato de que elas não têm importância nenhuma no produto final. Na verdade é chato parar para se fixar na vida pessoal dos personagens, devido ao argumento principal. Meu destaque fica para o ator Enrique Diaz como o doleiro Roberto Ibrahim.
Baseada no livro “Lava Jato - O juiz Sergio Moro e os bastidores da operação que abalou o Brasil’, do jornalista Vladimir Netto, a série com oito episódios, vale seu tempo. Tire suas conclusões. Ao final você vai querer a segunda temporada para ver o personagem de Emilio Orciollo Neto, Ricardo Brecht ou Marcelo Odebrecht na real, ser preso. Calma. É ficção baseada em fatos reais. Até a próxima!
> Clique & Confira: Veja quem é quem na série
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