Olho Vivo

(Fotos: Divulgação)

"Eu comparo o diretor a um técnico de um time. Se o time ganha,
o técnico não aparece, mas se perde; a culpa, os erros, são atribuídos a ele"

Lúcio Roriz venceu a enquete do Prêmio OLHO VIVO 2013 - Categoria Diretor e vai receber o troféu que será entregue no início de 2014. Com o projeto reformulado, na 17a. votação do ano, a página da enquete foi visualizada 14.210 vezes e a reportagem com os indicados, mostrando fotos e links de cada um deles, foi vista 189 vezes. No ano passado, nessa mesma categoria, tivemos 4.799 votos e em 2013 foram 6.727. Roriz fechou a enquete com 52,30% dos cliques. Em segundo lugar ficou Patrick Thouin, conseguindo 29,52%. E Tiago Rezeck aparece na terceira colocação, com 9,94%. O resultado completo da enquete está aqui. Até 13 de agosto, em 17 categorias, foram registrados 42.246 votos, a página das enquetes foi visualizada 128.975 vezes e as reportagens mostrando o material dos indicados tiveram 10.698 views.

A cerimônia de premiação, reunindo 450 convidados, será em 7 de fevereiro de 2014, às 20h, no Gacemss (Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva)

Lúcio da Silva Roriz, 54, é mineiro (Carangola) e mora em Volta Redonda desde os 12 anos. É o representante do Sated-RJ (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Estado do Rio de Janeiro) na região tendo sob sua jurisdição 14 cidades do interior do estado. Aos 15 anos, estreou no teatro com a peça "O museu", com a direção de Antônio Reis. Fundador e instrutor de teatro do Cena (Centro Experimental de Novos Atores), desde 1985, é proprietário da empresa Oficina de Artes Roriz, onde desenvolve atividades ligadas às artes cênicas e audiovisual. É também instrutor de teatro,TV e vídeo no Gacemss (Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva) e lecionou, até 2010, comunicação verbal para alunos do último ano do curso de publicidade e propaganda do ICT (Instituto de Cultura Técnica). Atuou e dirigiu espetáculos teatrais infantis e adultos na região.

Em 2006 ,dirigiu o musical "Sua Excelência, a vedete do Brasil”, com Virginia Lane, tendo no elenco, além da eterna vedete do Brasil, os músicos Jean Barros (tecladista e arranjador dos cantores Elymar Santos e Ricky Vallen), Juarez e Rulian, entre outros. Atuou também em duas emissoras de rádio da região como repórter, locutor e ator. Atua ainda como agenciador de modelos e atores para empresas de publicidade da região. Em 2007, junto com a empresa Valor Comunicação, fez a produção local da peça "O analista de Bagé e o filho gay" no Gacemss. Um ano depois, foi um dos idealizadores do 1º Festival de Filmes 60 Segundos, do ICT. Também foi um dos idealizadores, em 2009, do 1º Prêmio de Jornalismo da Aciap/VR (Associação Comercial Industrial e Agropastoril de Volta Redonda). Várias vezes premiado nas artes cênicas, também tem experiência em filmes.

Veja um trabalho de Lúcio Roriz

Confira a entrevista com Lúcio Roriz

Dois concorrentes foram muito bem votados. Os números de votos registrados foram bem acima da média (comparando com as outras categorias), o que gerou polêmica e algumas reclamações. Que análise você faz disso tudo?

Se o sistema de votação da enquete é vulnerável, a culpa não é de quem venceu e nem tampouco de quem perdeu. Não podemos ser ingênuos em achar que campanha no Facebook é suficiente pra vencer esta enquete. Sabemos também que o voto por IP é vulnerável. Ano passado eu e outras pessoas sugerimos mudanças, visando melhorias, mas não foram implantadas por falta de tempo ou estrutura. Estas sugestões são perfeitamente viáveis e evitariam polêmicas. E, pra que todos tomem ciência, trata-se da votação de dez indicados, onde os três mais votados no site, seriam os concorrentes que iriam ser julgados por profissionais do meio e aí, sim, escolhido aquele que receberia o Prêmio OLHO VIVO no dia da premiação, e os três mais votados compareceriam. Quanto à reclamação, eu atribuo a um mau perdedor, porque já recebi elogios de concorrentes em outras enquetes que venci, mas infelizmente não são todos que pensam assim.

Dos diretores indicados na enquete, existe algum que você tenha um carinho especial, admiração? Por quê? Ou outro diretor da região?

Bernardo Maurício é, sem dúvida, um mestre e que participou também da enquete. A escola Bernardiana tem que ser respeitada, tenho aprendido muito com ele e jamais vou pensar que o resultado de uma enquete que visa, entre outras coisas, dar notoriedade aos artistas, mas que tem falhas na sua mecânica, me dá o título de melhor. Aliás, muito oportuna a ideia do nome Prêmio OLHO VIVO e não "O melhor".

Qual o seu mais recente trabalho? Quando e onde foi apresentado? Quem é o autor?

Estou participando do FESQ (Festival de Cabo Frio) com dois trabalhos: "A psicóloga maluca", texto adaptado por mim, e "A viagem da intrometida", infantil de minha autoria e direção, que também será apresentado no Festival da Criança, promovido pelo Gacemss em outubro de 2013.

Qual (ou quais) o(s) seu(s) trabalho(s) mais significativo(s), o mais gratificante na sua carreira?

Fiz muitos trabalhos que me orgulho muito, mas o primeiro que dirigi foi em 1980, "Nu e cru", texto de Elson Sepúlveda, que lotou o Gacemss, em uma época onde a divulgação era péssima, não tínhamos os recursos de hoje. "Os mendigos", em que assino a direção de um texto de minha autoria que está em cartaz por mais de dez anos nos anais da Sociedade São Vicente de Paulo,em vários palcos do Estado do Rio de Janeiro.

Como está sendo o ano de 2013 para você?

Um ano de muitas realizações, fui convidado para participar do júri do festival de teatro promovido pela Fetaerj (Federação de Teatro Associativo do Estado do Rio de Janeiro), mas devido a compromissos não pude. Estou com propostas também na área de cinema, através de contatos estabelecidos no Rio de Janeiro.

Como você se define como diretor? Segue alguma linha? Alguma escola?

Sou um encenador inquieto, nunca repito marcações, mesmo sendo o mesmo espetáculo que já dirigi, mudo sempre, busco a todo instante análise daquele espetáculo como se fosse novo para mim, recomeço sempre, pois técnicas de direção podemos aprender, mas criatividade é a mola propulsora do sucesso e o público cada dia mais exigente não aceita mesmices, nem mentiras no palco. A minha linha de trabalho é baseada no aprendizado que tive com Antônio Reis, Caique Botkay e Bernardo Maurício, mas busco referências de nomes como Ribamar Ribeiro e Pablo Rodrigues, que são meus grandes companheiros e que tenho um grande respeito pelo trabalho deles, que vivem inovando a cada espetáculo.

Além de dirigir, você ensina num curso de teatro. Qual a diferença básica entre os dois trabalhos?

A diferença é enorme, busco ser profissional como instrutor, tomo muito cuidado para não ser confundido como "tio", e desta forma meu curso e meu grupo de teatro têm se destacado, a cada dia recebo mais alunos, inclusive de outras cidades vizinhas a Volta Redonda. Quanto à direção, é uma outra situação, os alunos não podem ir para o palco sem uma base, sem o mínimo conhecimento de teatro, sem embasamento eles não entenderiam a linguagem, ou seja, os comandos de uma direção.

Qual o papel do diretor no resultado final de um espetáculo?

Eu comparo o diretor a um técnico de um time. Se o time ganha, o técnico não aparece, mas se perde; a culpa, os erros, são atribuídos a ele. Espetáculo bom é aquele onde a direção não aparece. O diretor é um espectador avançado, ele não deve nunca pensar só no "jogo" e sim no resultado final, que é a vitória e a vitória neste caso é uma análise de possíveis erros. Ele deve ter a concepção do espetáculo pronto antes de começar a trabalhar.

O que é preciso para ser um diretor profissional?

Gostar do que faz, estudar muito, se reciclar sempre, nunca achar que sabe tudo e nunca achar que é o melhor (nem ser induzidos por prêmios conquistados), pois o melhor é aquele que faz sempre, porque mesmo correndo o risco de errar podemos ter a certeza de que iremos acertar. Conheço pessoas que se intitulam diretores e que ficam anos sem realizar nada, estes, com certeza, não vão aprender, porque diretor de teatro não é uma brincadeirinha, e sim uma incessante busca no aprendizado, é um sacerdócio e requer estudo sempre.

O que vem por aí? Quais os seus novos projetos?

Estou preste a realizar um sonho, que é a direção de um texto infantil de minha autoria e isto acontecerá em breve. O Sindicato dos Artistas (Sated-RJ) tem nova diretoria para o triênio 2013/2016 e recentemente fiquei honrado com o convite do presidente Jorge Coutinho para ocupar uma vaga de diretor da entidade, falta detalhe de qual pasta ocuparei (tão logo tenha esta resposta, com prazer informo em primeira mão ao OV). Desta forma, tenho alguns projetos para a região na área de teatro, oportunizando mão de obra e dando chances a quem está começando ou quem já está na "estrada". Tenho projetos na área do cinema também. Gravei um filme curta-metragem, "Rosas", com alunos do meu curso, que será exibido no dia 16 de setembro de 2013, no Gacemss. Todo ano faço a gravação de um curta-metragem, dando oportunidade aos alunos nesta área também,sempre com o apoio do Gacemss, e já tenho propostas de outras cidades para implantar um projeto de cinema nas escolas. Nosso trabalho tem sido reconhecido e estou montando uma equipe para dar conta da demanda, o que não falta é trabalho e disposição para executar. Será que seria este o motivo de reclamações ou polêmicas envolvendo meu nome e meu grupo? Desculpem, mas só estou trabalhando, e muito.

Os vencedores do Prêmio OLHO VIVO 2013

Olhar Pop

Cláudio Alcântara

Diretor: Lúcio Roriz receberá o Prêmio OLHO VIVO 2013

Ele teve 52,30% dos votos; em segundo lugar ficou Patrick Thouin e Tiago Rezeck aparece na terceira colocação

Veja um trabalho de Lúcio Roriz

Confira a entrevista com Lúcio Roriz

Os vencedores do Prêmio OLHO VIVO 2013

1 Comentário

Júlio Roriz