(Fotos: Divulgação)
DJ Campelo liderou a disputa praticamente todos os dias
O OLHO VIVO está em festa, porque pela segunda vez sambamos na cara da concorrência (o que é bom, muito bom, caro leitor). É que o vídeo do Nosso Estilo, que venceu a enquete de melhor grupo de pagode da região, derrotou todas, absolutamente todas, as colunas do concorrente. Valeu, galera, que é fã do Nosso Estilo. Show de bola! Esta semana a reportagem especial é com o Campelo, vencedor dos “Melhores de 2012” na categoria “melhor DJ da região”. Ele liderou a disputa praticamente todos os dias, fechando com 29,80% dos votos do OV. Jean Hugo ficou em segundo lugar com 21,21% da preferência dos internautas, e Henerson, que tentava o bicampeonato, aparece na terceira colocação, registrando 20,66%. O resultado completo da votação está aqui.
Alexandre Tavares Campelo nasceu no Rio Grande do Sul, mas desde criancinha mora na região sul fluminense. House music e remixes são as suas praias, e ele começou a mexer nas pick-ups em meados de 1988, naquele clube chamado Goiabal. Lá, Campelo passou entender a magia da música, tendo na mixagem a preferência sempre pela house. Sem internet naquela época, era tudo bem difícil. Festas? Só com vinil, a maioria importado e com altos custos. E, quem diria, o nome Campelo veio quando ele saiu do Exército. Ralou um bocado e só em 95 as portas começaram a se abrir para o DJ. Daí ele colocou muita gente para dançar no Rio, Minas Gerais e São Paulo, entre outros muitos locais. Tocou em todas as casas da região e, de 2004 a 2010, foi DJ residente do Cana Café. Confira a entrevista com o Campelo:
Você esperava ganhar nos “Melhores de 2012” por votação popular? Gosta dos trabalhos dos DJs concorrentes?
Sinceramente? Não esperava estar nem entre os melhores.
Como você se tornou DJ? É difícil ser DJ aqui na região? O trabalho dos DJs é respeitado como deveria ser?
Me tornei DJ quando nasci, a profissão pra mim, é como falo no resumo do meu release difícil, e não compreendida por muitos.
Quais são seus DJs favoritos (locais, nacionais e internacionais)?
Infelizmente me decepcionei com a maioria dos DJs que admirava na região. Mas gosto muito dos meus amigos e tenho aos DJs produtores profundo respeito.
Alexandre Tavares Campelo nasceu no Rio Grande do Sul,
mas desde criancinha mora na região sul fluminense
Você tem formação de DJ? Acha isso importante? Quais os cursos você indica para quem quer começar nessa profissão?
A minha formação de DJ foi autodidata, mesmo porque antigamente para você fazer uma mixagem (transição de uma música para outra) era de forma artesanal. A partir dos anos 80, a música eletrônica começa a possibilitar essa mixagem perfeita. Acho importante você poder aprender com quem realmente sabe. O meu amigo e “concorrente” (risos) DJ Júlio Lisboa está em ensinando em um curso atualmente, existem excelentes cursos hoje em dia.
Como você define o seu estilo? Quais são as suas influências?
Eu tenho como perfil musical o remix, ou seja, músicas trabalhadas por outros DJs, gosto e divulgo. Com isso, muito do sucesso da minha pista está entre o rock clássico internacional e nacional. Isso se deve a discotecários que traziam (minha influência) uma gama de cultura nas rádios. Gosto também de coisas do pop e Música Popular Brasileira para a pista de dança (remix).
Há DJs que lançam trabalhos próprios. E muitos que se tornaram responsáveis por sucessos de artistas famosos. É possível fazer algo semelhante aqui na região?
Sim, claro. Existem alguns amigos meus aqui mesmo na região que fazem, e fizeram muitos remixes de artistas nacionais, regionais e internacionais (Não vou citar nomes porque não seria justo com quem ficar de fora).
Veja o bate-papo com o DJ Campelo
Como anda o mercado de trabalho para os DJs aqui no Sul Fluminense?
Essa questão é muito delicada. É de senso comum entre os DJs que existe uma grande depreciação da profissão, devido a muitos “DJs” que estão na profissão pelo glamour. Enquanto profissionais estão se esforçando para criar, produzir e divulgar o seu material, existem os tocadores de músicas, que até sabem a técnica, mas não usam em benefício da pista, e sim em benefício próprio (Exemplo: tocar só o que está na moda sem acrescentar nada). Trabalhar para construir uma pista realmente de qualidade leva tempo, e muito trabalho.
Sou bastante crítico, quanto à qualidade das coisas. Já vi muito aventureiro “tocando” aqui na região, trabalhos medíocres, roubando espaço de bons profissionais. Faça uma análise sobre essa questão.
De certo modo, é unânime esse sentimento entre todos os profissionais DJs, músicos, porém o contrário custa caro na cabeça de quem acha que sabe o que faz.
Qual (ou quais) o(s) momento(s) mais marcante(s) na sua carreira?
Difícil essa resposta, porque a quantidade de pessoas cantando um remix e dançando não importa, mas a catarse proporcionada naquele momento é indescritível. Tive a oportunidade de sentir isso algumas vezes e posso dizer que além de gratificante a experiência é plena.
Campelo começou a mexer nas pick-ups em meados de 1988, no Clube Goiabal
Projetos futuros? O que vem por aí?
Penso sempre em uma maneira de conquistar o respeito e o meu espaço sem tirar nada de ninguém. Aliás, como sempre faço. Tenho muita esperança na qualidade da região. Todas as músicas são para um público seleto e os estilos têm diferenças. Fica a sugestão para uma nova enquete, por estilos de DJs.
Faça uma lista, tipo top 10, das músicas “obrigatórias” para bombar a pista de dança.
Depende muito do tipo de festa, mas hoje talvez seria algo parecido com:
1 - Naksi & Brunner = It’s My House (Miami edit)
2 - Gotye - Somebody That I Used (Remix)
3 - Red Hot Chili Pepers = Otherside = Remix (Existem vários estilos diferentes de remix)
4 - Black Eyed Peas = I Got a Feeling Remix (Existem diferentes estilos)
5 - WW & Ana Criado - Three O Clock (Will Dragen Remix Edit)
6 - Fernanda Abreu = Torcer pela pista (Memê Mix House)
7 - Marley = Is This Love (House Remix)
8 - Ana Carolina = Elevador Remix
9 - Celly Campello-Banho de lua (Remix)
10 - Paranormal Attack Rmx Ch.brown Jr = Vão fazer de novo
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