Publicada em: 08/04/2015 (15:42:16)
Atualizada em: 17/05/2015 (09:44:02)

(Fotos: Reprodução/Facebook)

"Nas minhas exposições sempre acontece alguma coisa nova, é a liberdade que sempre tive" 

> Antonio Geraldo comemora 20 anos de arte em Volta Redonda
 > Confira o roteiro com as exposições que podem ser vistas na região

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O Museu da Memória do Trabalhismo Brasileiro de Volta Redonda participa pela quarta vez da Semana de Museus, criada pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), com o objetivo de divulgar e atrair público para os museus brasileiros. O acervo do MMTB-VR, desde as câmeras fotográficas, moedas, selos, fotografias e a coleção de jornais "O Lingote" da CSN, estará disponível para o público, de 18 a 22 de maio, das 9 às 18h.

- Como o tema para este ano é "Museus para uma sociedade sustentável", convidamos o talentoso artista plástico Antônio Geraldo para expor suas obras com terras, minérios e pigmentos naturais, para que a comunidade e jovens estudantes possam conhecer de perto seu trabalho inusitado, que transforma material de sucata em arte - diz a diretora do Museu, Angela Do Bem.

A 13ª Semana de Museus, que será realizada de 18 a 24 de maio com o tema "Museus para uma sociedade sustentável", contará com a participação de 1.378 instituições. Seguindo uma tendência que se repete a cada edição, a temporada de eventos terá participação recorde de museus e outros centros culturais.

Ao todo, foram cadastrados 4.570 eventos. A edição deste ano contará com 609 cidades participantes, distribuídas pelas 27 unidades da federação. A região Sudeste, com 579 instituições inscritas, concentra o maior número de museus e centros culturais envolvidos, seguida pelas regiões Nordeste (322), Sul (307), Centro-Oeste (105) e Norte (65).

O tema da 13ª edição da Semana de Museus segue o mote do Dia Internacional dos Museus, definido pelo Conselho Internacional de Museus (Icom). O tema deste ano lembra que, como educadores e mediadores culturais, os museus exercem papel fundamental na construção do desenvolvimento sustentável, fomentando novas formas de vida e desenvolvimento dentro dos limites da natureza e servindo como laboratório para melhores práticas. 

Criado em 1977 pelo Icom, o Dia Internacional de Museus tem como objetivo sensibilizar sobre o papel dos museus no desenvolvimento da sociedade. O Brasil é considerado um dos países que mais celebram a data. A edição 2014 da Semana de Museus, que teve como tema "Museus: Coleções criam conexões", contou com a participação de 1.337 instituições que inscreveram 4.268 eventos. 

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Serviço

> Semana de Museus (Museus para uma sociedade sustentável) - Artista convidado: Antônio Geraldo. De 18 a 22 de maio, no Museu da Memória do Trabalhismo Brasileiro de Volta Redonda, com sede no Clube Foto Filatélico, das 9 às 18h. Entrada gratuita e visitas guiadas para escolas ou grupos previamente agendados pelo telefone (24) 3342-6450. Rua 19, n.21, Vila Santa Cecília, Volta Redonda. Telefone: (24) 3342-6450. Saiba mais no site e acompanhe as novidades no Facebook do Clube.

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Antônio Geraldo em três exposições

O artista plástico Antônio Geraldo está a mil por hora. Hoje, 8, às 20h, no Espaço Paralelo, em Niterói (Rio de Janeiro), acontece a abertura da exposição "Caminhos da arte", coletiva que ele participa ao lado de 11 artistas. Nesta sexta-feira, 10, também às 20h, será a vez da sua individual "Como pigmentar com elementos naturais", na Estação das Artes, em Barra Mansa. E, em 18 de maio, tem mais uma exposição; desta vez, no Clube Foto, em Volta Redonda.

Em 20 anos de carreira, são 36 exposição individuais. Geraldo iniciou seus primeiros trabalhos com as terras e minérios, material todo colhido em mineradoras no Estado de Minas Gerais. Na sequência, vieram as oxidações, onde transfere os óxidos em suportes, como folha de flandres, papel e lona, deixando todo o material submerso em água por alguns dias. Outro material que deu a ele condições de continuar seu trabalho veio do céu: as fuligens que caem sobre Volta Redonda em época de seca, devido às queimadas, o que o instigaram a pensar uma maneira de fixá-las sobre suportes, como madeira, lona e cerâmica. Depois de algum tempo, foi realizando algumas experiências que deram certo: a solução veio em decalcar, colar o material nos suportes. São três elementos naturais que usa e alguns a serem usados, como grafite e carvão. 

Confira a entrevista com o artista plástico 

Serão três exposições distintas. Você mostrará o mesmo conceito nas três ou serão conceitos diferentes?

Será a mesma exposição em Barra Mansa e Volta Redonda, com algumas mudanças em relação aos espaços. Para a exposição no Clube Foto, chamei o meu amigo Marcelo Lopes para participar. Ele vem fazendo oxidações sobre lona muito lindas e totalmente diferentes da que eu faço, mostrando a versatilidade dos óxidos. 

Em "Como pigmentar com elementos naturais", o que vai nortear todos os trabalhos? De que forma você vai colocar isso em prática?

Todos os trabalhos estão nesse conceito de pigmentar com elementos naturais. Em Barra Mansa, vai acontecer também uma mostra de três vídeos de 1 minuto cada que fiz em junho do ano passado, editado e apresentado em janeiro deste ano. São vídeos artísticos gravados no ateliê, onde pude contar com a participação de vários amigos. Intitulado "Do outro lado da luz", brincamos com as siluetas em forma de sombras. Já os trabalhos que serão expostos, selecionei obras apresentadas o ano passado em comemoração aos meus 20 anos de arte e mais algumas oxidações produzidas recentemente, além de uma instalação onde vou usar fitas de vídeo, material que me acompanha há alguns anos. 

Como serão os trabalhos?

Lonas em tamanhos 2 x 2,5m, serão duas oxidadas, outras 15 oxidações (recentes) em tamanhos pequenos, variando de tamanhos entre 40 x 30cm, mais cinco trabalhos com fuligem de 1,20 x 1,90m, além dos trabalhos do Marcelo Lopes, que devem ser uns sete quadros. 

Com quais materiais você está trabalhando? Pode especificar esses pigmentos naturais? Já trabalhou com eles antes, ou está experimentando novos?

Com os mesmos materiais que venho trabalhando durante esses anos. erras e minério, óxidos e fuligem vegetal, além das fitas de vídeo. São materiais pouco convencionais. Sobre outros pigmentos naturais, os mais comuns são o carvão vegetal e grafites, que já fiz alguns experimentos, mas não dei sequência na produção de trabalhos, preferi começar com os não convencionais.Tem também os pigmentos vegetais que fiz algumas experiência, não tendo bom resultado, eles desaparecem, mudam de cor e textura. São muitos ingratos, não fixam. 

Você trabalha com conceito, mas há uma temática (ou temáticas) também na exposição? Ou não? Por quê?

Esse conceito formei este ano de como pigmentar com elementos naturais (são pigmentos, não tinta), afinal, são 20 anos desta minha insistência. Eu nunca usei tintas, pincéis, telas, para fazer algum tipo de trabalho. Nunca pintei, mas espero usar tintas um dia. Não tenho temática, acho que o material se diz por ele mesmo, que na verdade é muito simples. 

Você gosta de trabalhar com instalações, e sempre mostra algo diferente nas aberturas de suas exposições, performances, poesia etc. Está pensando em algo nesse sentido para essas exposições?

Vai ficar por conta dos vídeos e instalações com as fitas de vídeo, pois o espaço na Estação das Artes possibilita isso. Lá tem como colocar algumas coisas suspensas, uma característica minha. Nas minhas exposições sempre acontece alguma coisa nova pra ser feito na hora, é a liberdade que sempre tive nos locais onde fiz exposição. No Clube Foto, pretendo fazer ao vivo o que eu fiz em vídeo, acho que quem sai de casa para um evento merece ser brindado com mais alguma coisa. 

Você está trabalhando ao mesmo tempo nas três exposições? Como funciona esse seu processo criativo?

No meio das duas exposições aqui na região, vai acontecer a coletiva em Niterói, selecionei sete oxidações pequenas, entre 20 x 30cm, 40 x 30cm e outros tamanhos. O espaço cultural é do Roberto Machado, que conheci há três anos. Meu processo de criação consiste em trabalho de ateliê, um espaço grande onde tenho muitos materiais para serem vistos e pensados, além de uma horta e árvores frutíferas, onde passo a maior parte do tempo cuidando, mexendo e plantando. Tenho a coisa de experimentar e o próprio trabalho vai me levando. 

É diferente expor na Estação das Artes (o espaço) e no Clube Foto? O que basicamente é diferente também no emocional do artista Geraldo?

Outro dia, ao me aproximar da Estação, me questionei se havia chegado de trem em Volta Redonda (e cheguei). A Estação em si é linda, remete ao passado. Por dentro, o lugar é ideal para dispor os trabalho e instalação e tem um curso ótimo de desenho, na minha visita vi muitos trabalhos em carvão, um lugar que realmente abriga as artes, assim como o Clube Foto. Foi lá que fiz minha primeira exposição, tinha vindo de Minas com as terras em junho, e em novembro de 1993 apresentei meus primeiros trabalhos com esse material. 

No Clube, a exposição acrescenta que tipo de experiência para você?

O que fiquei sabendo é que o tema é sobre sustentabilidade, ou seja, o material e a maneira que uso encaixam na proposta. 

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Serviço

> Caminhos da arte - Espaço Paralelo e Roberto Machado Escritório de Artes. Coletiva com 12 artistas: Antônio Geraldo, Adriano Hultmann, Anderson de Souza, Andrea Annunziata, Cesar Coelho Gomes, Claudia Aun, Osvaldo Gaia, Roberta Dacosta, Robson lemos, Rosana Ramalho, Suzanna Schlemm, Walney de Almeida. Abertura: 8 de abril (quarta-feira), às 20h. Visitação: até 8 de maio, de terça a sexta-feira, das 14 às 21h; sábado, das 10 às 18h. Avenida Visconde do Rio Branco, 631, Centro, Niterói (Rio de Janeiro).

> Como pigmentar com elementos naturais - Antônio Geraldo. Abertura: 10 de abril (sexta-feira), às 20h, na Estação das Artes. Rua Orozimbo Ribeiro, s/n, Centro, Barra Mansa. Acompanhe as novidades no Facebook do artista.

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