(Fotos: Divulgação/Matheus Albuquerque)
Em 19 de junho, show será na ordem do disco, literalmente uma apresentação
do álbum completo; no dia 11 de julho, serão 20 músicas de toda a carreira da banda
> Uma década de D´HanKs em dose dupla
> Uma banda de rock com um toque de leveza
A banda D´HanKs está de CD novo. E preparou dois shows para mostrar suas músicas inéditas. Nesta sexta-feira, 19, às 19h, na Fundação CSN, rola "Veredicto - Acústico". A entrada é franca, com arrecadação de materiais de saúde e higiene, que serão doados ao Asilo Dom Bosco. Mas o show oficial de lançamento do disco será em 11 de julho, sábado, às 18h, no Clube Foto Filatélico de Volta Redonda, quando será lançada a revista "Volta Cultural + Olho Vivo". A entrada também é gratuita, com arrecadação de 1kg de alimento não perecível, ou 1 litro de leite em caixinha, ou 1 agasalho, que serão doados ao mesmo asilo.
- Nós sempre gostamos de fazer eventos diferenciados quando lançamos algum material. Dessa vez faremos dois. O primeiro será uma apresentação do CD, em formato acústico. O segundo, um show completo, em versão plugada. Fizemos assim porque, além de ter a oportunidade de realizar duas performances completamente diferentes, nós gostamos do formato acústico para uma apresentação geral das letras, especialmente. Para mim, entender a mensagem é essencial. E em shows elétricos o instrumental tem a chance de ficar ainda mais evidente e a energia da banda, do formato, acaba se fundindo à mensagem. Não que isso seja ruim, pelo contrário! Mas são apenas duas situações diferentes - diz a vocalista e tecladista da banda, Angélica Ribeiro.
Angel conta que o primeiro show será na ordem do disco. Será literalmente uma apresentação do "Veredicto", inclusive com as faixas bônus - a versão com banda de "Utopia" e uma reprise daquela que é a "queridinha" da banda, "Silêncio".
- Para o show elétrico, nós tivemos um trabalhão. Decidimos tocar todas do novo CD e tentamos escolher as mais importantes e de mais destaque dos dois anteriores. São 35 músicas já lançadas. Reduzir isso tudo para um show foi difícil. No fim das contas, serão 20 músicas. E tentamos deixar o mais fluido possível, unindo ou intercalando pela emoção que cada uma transmite. Terminamos de organizar as ideias do show e o repertório, e ficamos ainda mais animados, depois de vê-lo pronto - fala.
Confira a entrevista com Angélica Ribeiro
Sabemos que os locais são fundamentais para o conceito de cada show. Um show em teatro exige uma direção completamente diferente de um show numa boate, por exemplo, ou num bar etc. A banda tem essa preocupação? Moldar cada show para o local onde será apresentado?
Claro! Na verdade, nós nos divertimos bastante com essas decisões de como fazer o show "casar" com o local. Dessa vez, conseguimos pensar em detalhes bem bacanas para ambos. O primeiro, por ser em um auditório, vai ser bem intimista. O público será recebido com uma discotecagem que contém influências da banda, também no formato acústico, e ficará sentado. Antes do show vamos exibir os clipes já feitos pela banda e, em seguida, lançaremos o vídeo de "Veredicto", a música que dá nome ao CD, produzido pela Roman Produções, aqui de Volta Redonda. E depois do show, vamos fazer um bate-papo com a galera, responder perguntas sobre quaisquer coisas relacionadas ao CD, aos vídeos e à banda. E o segundo, será no Clube Foto Filatélico, em parceria com o lançamento da revista "Volta Cultural", em parceria com o "Olho Vivo". Haverá outros artistas de áreas diferenciadas e, sendo assim, também vamos unir outras artes ao nosso show. Vamos contar com apresentações de bailarinos do Grupo de Dança Contemporânea do Ballet Gacemss, por exemplo! Estamos pensando em outros detalhes para ambos ainda. E, nos dois, vamos deixar à disposição do público um totem fotográfico, onde as pessoas poderão tirar fotos instantâneas (inclusive com a gente, se quiserem - risos) para levar de recordação dos shows.
Nesse processo criativo de concepção dos shows, o que está sendo mais difícil?
Acima de tudo, foi a escolha do repertório do segundo show (risos)! É muito difícil cortar algumas músicas... Dá vontade de tocar todas! E temos dificuldade em ensaiar o quanto queríamos, pelo fato de todos termos outras atividades desvinculadas à banda. Estamos ensaiando as músicas do CD há muito tempo, mas ainda assim queria mais tempo para ensaiar o show mesmo, completinho.
Quando e onde foi gravado o CD? Quanto tempo levou para ficar pronto? São quantas faixas? Como a banda define esse novo trabalho?
Gravamos ao longo de 2014, com o engenheiro de som Lucas Macedo, o Tuta, no Eme Studio, no Rio de Janeiro. Ele e o irmão, Diogo, são naturais de Volta Redonda e nossos mestres de gravação! Estamos desde o primeiro EP com eles. Então tudo fluiu bem naturalmente. Foram gravações divertidíssimas. E sem dúvida alguma de que o trabalho final de mixagem e tudo mais ficaria ótimo, porque a confiança neles já está intrínseca! A única coisa que não fizemos lá, assim como no álbum anterior, foi a masterização que, novamente, ficou a cargo do engenheiro Dave McNair, responsável por álbuns de artistas como David Bowie, em estúdio próprio, em Nova Jersey (EUA). São dez faixas inéditas, mais duas bônus. Com elas, nós fizemos questão de deixar claro quem somos, do que gostamos e como pretendemos tocar nosso som. Demos nosso veredicto sobre nossa identidade - por isso o nome do CD. Tenho certeza de que é o trabalho mais maduro da banda e torço para que todos que já ouviram ou ainda ouvirão gostem bastante.
Não é fácil gravar um CD independente. A banda já está no terceiro álbum. O que mudou do primeiro para esse mais recente? Como foi esse processo de amadurecimento?
Não, não é fácil. Mas o prazer e a diversão superam todas as dificuldades! Desde o primeiro, nós corremos atrás, fazemos shows com repertório cover, tocamos em alguns lugares na noite, sempre com o intuito de arrecadar verba para nossos projetos. O primeiro CD foi gravado ao longo de três anos, justamente por não termos o caminho dos shows pagos da noite, ainda! Então juntávamos pacientemente as premiações de festivais, fazíamos rifas e íamos compondo aos poucos. Assim o "Escolhas e renúncias" acabou sendo um compilado de coisas que fizemos de 2003 a 2008. Pessoas que nos conhecem bem conseguem reparar as nuances entre as músicas. Temos muito carinho por ele, mas sabíamos que tinha muito o que melhorar ainda! Já no "Mil faces", o segundo, lançado em 2012, nós conseguimos arrecadar mais dinheiro de apresentações por aí e ele só não saiu mais cedo porque precisamos esperar um bom tempinho para receber a verba que conseguimos de apoio pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Quase todas as músicas (exceto "Silêncio", que é de 2011) foram feitas entre o fim de 2009 e o início de 2010. Já era possível perceber uma identidade mais sólida, uma certa maturidade e é um CD do qual nos orgulhamos muito. Quando decidimos fazer o terceiro CD, entre 2013 e 2014, entramos numa maratona de shows em festas e boates diversas da região, para arrecadar o valor total do projeto. Quanto ao processo de composição, nós estávamos mais maduros ainda, em diversos sentidos... Eu tive medo de não conseguir fazer algo bacana ou que mostrasse essa evolução e, assim, parecer que não saímos do lugar. Mas ao ouvir pronto... Foi uma sensação inexplicável. Ficou exatamente do jeito que queríamos, com instrumentais e linhas vocais mais elaborados, letras mais profundas e um som mais unificado e mesmo assim mantendo nossas diversas e diferentes influências evidentes, ou seja, mantivemos nossa personalidade. E isso nos deu mais forças para querer fazer mais e mais!
Felipe Valentim - bateria; Renan Pimentel (Foca) - guitarra;
Roberto Colatino (Sorvete) - baixo; Rogério Fortes - vocal e guitarra
Olhando para trás. O que a banda faria diferente nesses anos todos de carreira? E o que repetiria com prazer?
Acredito que nos preocuparíamos menos com a opinião alheia, principalmente no início. Nós começamos nisso porque amamos o que fazemos e sabíamos que estávamos crus e tínhamos muito o que evoluir. Muitas vezes ficamos magoados ou nos deixamos afetar e abalar por alguns comentários negativos e críticas maldosas, nada construtivas, desde referentes ao nosso repertório à qualidade das músicas. Hoje nós percebemos que o mais legal é olhar para trás e perceber a evolução e reviver a história toda. E é por isso que digo que repetiríamos tudo, apesar de todas diversas dificuldades, com muito prazer. A estrada foi, tem sido e talvez continue sendo muito dura, mas a gente não consegue se ver tomando outro caminho. Nada substitui todas as alegrias que tivemos em cada passinho da D´HanKs. E, muito menos, nem as tristezas conseguem superar ou diminuí-las.
Após esses shows, quais os planos da banda? Pensam em uma turnê de divulgação, já que aqui em Volta Redonda os espaços são poucos para shows autorias?
Uma das coisas que mais gostamos de fazer são vídeos. Além de ser divertidíssimo, é uma ferramenta muito benéfica de divulgação das músicas. No CD anterior, fizemos seis clipes das 12 músicas. Dessa vez, queremos fazer para todas! E em parceria com diversos produtores independentes de Volta Redonda. E com certeza queremos planejar com calma uma turnê, mesmo que seja local e, possivelmente, por locais fora da região.
________________________________________________________
"Veredicto", faixa a faixa
1. Matá-lo ou morrer: "Foi o blues-rock da vez. Temos um em cada CD. Adoramos a vibe de mistério que conseguimos do instrumental. E a letra é um pedido de socorro vindo de alguém entediado e prestes a se entregar a ele".
2. Deixa fingir: "Nós brincamos que batemos as bandas System of a Down, Foo Fighters e Paramore no liquidificador e nasceu essa! A letra é bem forte, sobre alguém desiludido com um relacionamento e, já cansado de tentar mantê-lo, vê como último recurso ignorar os problemas e fingir que não há nada errado".
3. Depois de tudo: "É uma das minhas favoritas, particularmente. O instrumental é bem marcado e pesado, com um toque ou outro de leveza em certos momentos. Foi a primeira vez que fizemos um coral de vozes minhas, do Rogério e do Felipe que também estreou como cantor em um CD nosso. A letra conta a rotina de uma pessoa prestes a desistir da vida, mas não tem coragem para isso, então segue todos os dias no mesmo ciclo, entre tentar reencontrar um motivo para viver e fantasiar com a própria morte".
4. Ressurgir: "Foi a que deu origem a todo o CD! A primeira vez que tocamos foi no show de 10 anos, em 2013. O instrumental nasceu de uma jam (um improviso livre) dos meninos, antes de um ensaio começar. E a história é de uma pessoa decidida a não se deixar abater por nenhuma força que pudesse tentar derrubá-la, como já havia acontecido antes".
5. Me levar: "Assim como Silêncio, essa tem um ar de valsa. Mas é bem mais doce. Acho o instrumental que os meninos fizeram para ela lindíssimo! Eu fiz só a base, o início no teclado e eles deixaram melhor do que eu podia imaginar. E a letra é bem romântica. É uma declaração de amor e devoção à pessoa amada por tantos anos como se ainda estivessem no início do relacionamento".
6. Despedaçar: "Nossa primeira parceria com outro músico. O pianista Kim Huguenin, natural de Volta Redonda, cedeu para a banda sua composição no piano - a qual já havia sido letrada e batizada, a pedido dele, por mim. Um tempo depois, pedi autorização para a banda rearranjar e gravar. Foi a segunda a ser feita e também foi executada no show de 10 anos. A letra é o desabafo de uma pessoa entristecida e enfraquecida por não conseguir ajudar uma pessoa amada a sair das sombras, da tristeza".
7. Nova solidão: "Acho o instrumental dela um dos mais emocionantes que já fizemos. Os cinco têm momentos de destaque muito bonitos, modéstia à parte. E é uma música muito sentimental, que fala sobre a pessoa triste da música anterior e de suas agonias. Uma música conversa com a outra. Fizemos isso no CD Mil faces com as músicas Chore e Sorrir. Adoro essas conexões.
8. Invisível: "Um dos instrumentais mais elaborados do CD e da banda, eu diria. Pensamos em cada detalhe juntos e trabalhamos muito para deixá-la a altura da mensagem que o Rogério quis passar com ela. Ele escreveu inspirado pelo depoimento de um morador de rua que disse algo semelhante a parte do refrão que diz minha matéria podem tirar, mas não a minha alma".
9. Corra: "Uma parente bem próxima de Escolhas e renúncias, música que dá nome ao nosso primeiro CD e diz muito sobre a nossa história. Sobre não desistir e continuar perseguindo os sonhos, mesmo que cada passo seja o menor possível. O Sorvete fez a base e os meninos completaram. Dá para perceber bastante a influência do rock internacional dos anos 80, uma das épocas favoritas do nosso baixista".
10. Veredicto: "Outra que nasceu de uma jam entre os meninos. E a letra é uma mensagem nossa para todos que ainda hoje teimam em dizer que devíamos mudar de vertente, ou deixar o som mais leve, ou que deveríamos seguir algum tipo de moda musical, ou que tal estilo é superior, atualmente, enfim. Resumidamente, afirmamos que fazemos desse jeito, porque gostamos, que ninguém é melhor do que ninguém e, no final das contas, é tudo questão de gosto e opinião".
_______________________________________________________
Serviço
> D´HanKs Apresenta: Veredicto (Formato Acústico) - Dia 19 de junho, sexta-feira, às 19h, na Fundação CSN. Rua 21, 402, Vila Santa Cecília, Volta Redonda. Entrada franca com arrecadação de materiais de saúde e higiene, a serem doados ao Asilo Dom Bosco (esparadrapo comum; esparadrapo micropore; luvas sintéticas; álcool 70%; desodorante).
> Show Oficial de Lançamento do CD Veredicto - Dia 11 de julho, sábado, às 18h, no Clube Foto Filatélico de Volta Redonda. Rua 19 (ao lado do Colégio Batista), Tangerinal. Entrada franca com arrecadação de 1kg de alimento não perecível, ou 1 litro de leite em caixinha, ou 1 agasalho, a serem doados ao Asilo Dom Bosco.
> Ficha Técnica do CD Veredicto - Música*: D´HanKs. Letra: Angélica Ribeiro (1 a 13) e Rogério A. Fortes (8 e 9). Gravação e Mixagem: "Tuta" (Lucas Macedo - Eme Estudio, RJ. Masterização: Dave McNair (Dave McNair Mastering, New Jersey, USA). Fotos: Matheus Albuquerque (Recorte: Rogério A. Fortes). Cabelo e Maquiagem (Angel): Clayton Moore. Arte: Matheus Albuquerque (Agência Dinâmica) e Rogério A. Fortes. *Melodia base de "Despedaçar", gentilmente cedida por Kim Huguenin. Faixa Multimídia Para PC: Angélica Ribeiro. Faixas bônus: 12. "Utopia" (Banda) e 13. "Silêncio".Produção independente.
> Saiba mais sobre os shows, a banda, os CDs e clipes e adquira os produtos no site oficial.
Edição impressa