(Foto Ilustrativa)
Mesmo com denúncia e problemas
no Ministério Público, Neto manteve equipe
Sérgio Boechat
O prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB) está tentando reeditar o Quarteto Fantástico, que foi uma equipe de super-heróis de histórias em quadrinhos criados durante a década de 1960 por Stan Lee e Jack Kirby. Os quatro personagens criados pelo prefeito não têm nada de "fantásticos", muito pelo contrário e também não têm superpoderes, mas os quatro enfrentam problemas "fantásticos" junto ao MP (Ministério Público) e ao Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro):
> É o caso da secretária de Cultura, Rosane Gonçalves Pinto, indicada pelo deputado Edson Albertassi, naquele famoso "acordo" que os dois negaram, mas que sempre existiu, como eu denunciei em meu blog, no dia 10 de setembro de 2012;
> Junto ao Tribunal de Contas, como é o caso do presidente da Fevre (Fundação Educacional de Volta Redonda), José Luiz de Sá, e do diretor do Serviço Autônomo Hospitalar, engenheiro elétrico Sebastião Faria;
> E junto ao MP e à Justiça Eleitoral, como é o caso do mais novo assessor da Igeci (Inspetoria Geral de Controle Interno), Luiz Cláudio da Silva, o Soró.
Crime de peculato
Segundo o jornal "Foco Regional", "o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou por crime de peculato o vereador Luiz Cláudio da Silva, o Soró (DEM), pelo desvio de parte do salário de uma assessora de seu gabinete. De acordo com a denúncia, o salário foi desviado durante nove meses, num total de R$ 7.645.
Nesse período - agosto de 2007 a abril de 2008 - a assessora trabalhou, segundo o MP, na ONG Associação de Desenvolvimento Comunitário e Esportivo - Açude (Acesa), entidade que tinha como diretor financeiro o cunhado do vereador, José Waltair de Oliveira”.
Administração conturbada
O jornal "Folha do Aço" divulgou em uma de suas edições, que o vereador Soró, do DEM, enquanto presidente da Câmara Municipal, indicado pelo prefeito Neto, "fez uma administração conturbada e repleta de críticas. Um dos principais motivos foi a insistência na compra da CPD (Central de Processamento de Dados), que custou aos cofres públicos cerca de R$ 500 mil. Isso sem falar que Soró também teve dificuldades para quitar o salário e o décimo terceiro dos funcionários do Legislativo da Cidade do Aço. Apesar de Soró ter devolvido R$ 400 mil aos cofres da prefeitura, foi deixada uma dívida de R$ 1,2 milhão com o Faps (Fundo de Assistência e Previdência Social)”. O Vereador que tentava mais um mandato teve a sua candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral, ficando fora do Legislativo.
Com esse perfil e com todas essas complicações "fantásticas", o prefeito Neto, que tinha prometido mudar alguma coisa neste mandato, o nomeou para a Igeci para ajudar a controlar as contas municipais! É ou não é "fantástico"!
Gestores inelegíveis
O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro divulgou a última lista, em 2012, dos gestores inelegíveis, porque eram ordenadores de despesa e tiveram as suas contas rejeitadas pelo Tribunal. E quem estava nesta lista, além de outros? "José Luiz de Sá - 129.430.377/53 220416-8/99 - Natureza: Prestação de contas de ordenador de despesa - 4/9/2007 16/08/2007 - Origem: Câmara Municipal - Volta Redonda; e Sebastião Faria de Souza - 015.707.577/04 - Natureza: Prestação de contas de ordenador de despesa. Origem: Suser".
Os dois continuam fazendo parte do "secretariado nulo e submisso" do prefeito, segundo a opinião de uma grande parte da população, em pesquisa realizada em 2012. Uma lei municipal, cujo projeto de lei foi proposto pelo atual vice-prefeito proíbe a nomeação de "fichas sujas" na administração municipal, mas o prefeito não gosta de respeitar as leis. Isto é ou não é "fantástico"?
Denúncia no Cremerj
Tão logo surgiu a indicação pelo deputado Edson Albertassi da nova secretária de Cultura, que não entende nada de cultura, publicaram uma denúncia envolvendo o nome dela em uma clínica para recuperação de dependentes químicos em Valença que ela dirigia.
Mesmo com essa denúncia, o prefeito Neto, que não tem nenhum compromisso com qualquer tipo de princípio, manteve a nomeação da secretária, formando assim o seu "quarteto fantástico", com três "fichas sujas" e alguém que está sob suspeita, para substituir o secretário anterior que acumulou uma série de acusações e uma forte resistência de quem realmente faz cultura em Volta Redonda. Mais uma decisão "fantástica" do prefeito que trocou seis por meia dúzia!