Publicada em: 11/12/2014 (08:03:05)
Atualizada em: 18/12/2014 (08:05:32)
(Fotos: Divulgação)
Esquete "2 homens e 1 dinheiro" foca o modo como dois
palhaços agem numa circunstância totalmente cotidiana
Melan Cia. é uma companhia de teatro criada em junho/julho de 2014 por quatro estudantes de teatro da região que estão morando na cidade do Rio de Janeiro. Ana Rosa, Akauã Santos, Isabour Estevão e Cássio Duque. O foco principal é a palhaçaria. E já nasceu a primeira cria: o esquete "2 homens e 1 dinheiro", apresentado recentemente no Festival de Teatro Arte em Cena, em Volta Redonda.
Eles contam que já tinham a vontade de criar algo juntos, viram a necessidade de tomar a iniciativa e criar alguma coisa que fosse inteiramente deles, sem que precisassem esperar a vontade de alguém. Na metade de 2014, foram abertas as inscrições para um festival de teatro da UniRio, e então Akauã chamou Cássio, propondo montar um espetáculo para apresentar no evento. E logo perceberam que, assim como sempre no teatro, não era possível ser só dois e decidiram convidar as meninas para completar o time.
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Quem é quem na companhia
# Akauã Santos - Entrou no curso de teatro da Cia. Arte Em Cena em 2006, quando tinha 12 anos, tendo feito montagens todos os anos nos Festivais Arte Em Cena, e ainda hoje faz montagens com a Cia. Em 2012, teve o primeiro contato com a palhaçaria, na Escola Social de Circo de Volta Redonda, no Memorial Zumbi, assim como malabarismo e perna-de-pau, também conhecido como Padec - projeto social que infelizmente não teve sua continuidade. Atualmente cursa a faculdade de teatro da UniRio.
# Ana Rosa - Começou a fazer curso livre de teatro em um projeto social em seu bairro, no interior de Volta Redonda. Tendo assim seu primeiro contato com as artes cênicas. Participou do Padec, teatro e circo. Mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar no Tablado. Atualmente, ainda se encontra na Cidade Maravilhosa e cursa teatro na UniRio.
# Isabour Estevão - Começou a fazer teatro na escola, em 2008, no mesmo ano sentiu curiosidade por aprender mais e entrou no Curso Livre de Teatro do Grupo Estudarte. Em 2011 entrou no curso de teatro da Fundação CSN. No ano de 2012 entrou no curso do Gacemss, no curso do Padec e por fim no Cena, escola de teatro gratuita de Volta Redonda, onde permaneceu até se mudar para o Rio de Janeiro para cursar teatro na UniRio.
# Cássio Duque - Começou a fazer teatro em 2010 na Cia. Arte Em Cena. Desde então, não parou com seus estudos, principalmente quando teve seu primeiro contato com a arte da palhaçaria, no Padec de circo, no Memorial Zumbi, em 2012. Se apaixonou pela linguagem e por conta disso se mudou em 2013 para o Rio de Janeiro para aprofundar mais ainda seus estudos dessa arte.
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Confira a entrevista com os integrantes do grupo
A ideia do grupo é trabalhar "apenas" com o projeto de palhaçaria? Ou vocês vão ampliar a proposta?
Akauã Santos - Para ser bastante sincero, o grupo ainda não chegou a conversar sobre esse ponto muito a fundo, mas creio que todos temos muita vontade de ampliar a linguagem de trabalho para as outras áreas da comédia. E quem sabe daqui um tempo nos aventuramos em textos dramáticos?
Por que a escolha da palhaçaria?
Ana Rosa - Pesquisando algumas piadas iniciais em cena, para ver se funcionavam ou não, o processo foi meio que seguindo "por si só" para esse lugar da palhaçaria. A ideia inicial era que fosse apenas um esquete humorístico. Até começou a acontecer, usamos os princípios básicos da palhaçaria, que é o olhar, o tempo, e quando percebemos quão dentro estávamos desse processo não havia mais como voltar. Então, começamos a criar, assumindo com a linguagem do palhaço, a qual três integrantes da Cia. já tinham uma base inicial, já que fizemos durante um ano uma oficina bastante intensa e com muita dedicação. Tanto da nossa parte, quanto da parte do professor que ministrava as aulas, Filipe Codeço. Quando iniciamos o esquete, não podíamos pedir uma orientação cênica para outra pessoa que não fosse ele. Que trabalhou e nos fez encontrar algo em nós que antes nem sabíamos que existia. Nosso primeiro contato com a palhaçaria.
Em cena: Akauã Santos e Cássio Duque estão no elenco do esquete "2 homens e 1 dinheiro"
De onde veio a inspiração? Algum grupo específico?
Akauã Santos - O esquete tem como ponto de partida fazer comédia a partir de uma situação cotidiana - no caso, esperar o ônibus -, porém sem a obrigação de se ter comportamentos totalmente cotidianos, fazendo com que as possibilidades de ações sejam maiores. Umas de nossas principais referências é o grupo El Tricicle, que trabalha com esse tipo de pesquisa humorística para o teatro, e também o seriado "Mr. Bean", que traz esse humor, porém na televisão.
O que aborda o esquete "2 homens e 1 dinheiro"?
Akauã Santos - O esquete não tem um tema central, é simples e direto. O foco é o modo como dois palhaços agem numa circunstância totalmente cotidiana. É interessante essa questão de autor e diretor, pois o processo de criação foi tão colaborativo e tão fluido que não conseguimos dizer quem é o autor e diretor, creditamos como Melan Cia. Porém há algumas funções que precisam ser creditadas. Sonoplastia: Isabour Estevão; Iluminação: Ana Rosa; Orientação cênica: Filipe Codeço; Elenco: Akauã Santos e Cássio Duque.
Onde já foi apresentado?
Akauã Santos - O esquete estreou em meados de outubro de 2014, no Sarau das Artes da Escola Técnica de Teatro Martins Pena, e na mesma semana no Festival Integrado de Teatro da UniRio. Porém, isso não diminuiu a importância para nós de levar este esquete para Volta Redonda (Festival de Teatro Arte em Cena), que é onde todos nós tivemos o primeiro contato com a arte.
Uma das principais referências da Melan Cia. é o grupo El Tricicle, que trabalha
com esse tipo de pesquisa humorística para o teatro, e também o seriado "Mr. Bean"
Os quatro integrantes saíram do interior para o Rio? Além de buscar aperfeiçoamento, o que levou a escolha dessa capital?
Isabour Estevão - Sim, somos todos do interior sul fluminense, três de Volta Redonda e um de Barra Mansa. Além de proporcionar um aperfeiçoamento e profissionalização, que não se tem em Volta Redonda e região, creio que escolhemos o Rio de Janeiro pelas diversas oportunidades que estando aqui podemos ter, por estar em constante contato com pessoas que também estão vivendo e buscando o mesmo que nós, principalmente nas próprias instituições que estudamos, UniRio e Martins Pena. No pouco tempo que estamos aqui já pudemos apresentar em ambas e recebemos convites, individuais, para participar de outros tipos de montagens.
Como está o movimento teatral aqui em Volta Redonda? Houve evolução? Ou estagnação?
Isabour Estevão - No pouco tempo que estivemos em Volta Redonda envolvidos com teatro, vimos que havia muitas pessoas com vontade enorme de fazer teatro, criar, com projetos bacanas, porém sem meios para o fazer. Tudo é sempre, como se diz, "no amor". Com certeza haveria uma evolução se tivesse realmente investimentos para cultura em geral, incentivo para os artistas da região em vez do investimento apenas para o entretenimento. Mas não nos sentimos seguros em dizer se houve evolução, pois não temos com o que comparar, dado nosso pouco tempo de vida na arte, mas acreditamos que uma boa evolução seria uma escola profissionalizante na região, ela precisa disso.
Projetos. O que vem por aí?
Akauã Santos - No momento continuaremos a trabalhar o esquete "2 homens e 1 dinheiro", tendo o foco de participar de festivais. Mas nossa ideia é crescer o esquete, aumentá-lo e melhorá-lo mais e mais. Para 2015 pensamos em criar mais outros esquetes, mas nada que passe de pensamentos.
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Serviço
> Melan Cia. - Confira as novidades no Facebook da companhia. Contatos também podem ser feitos por e-mail: (melanciaponto@gmail.com).
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