Suspense e emoção: Vencedores do Prêmio só serão revelados durante a cerimônia de gala

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Prêmio OLHO VIVO 2018
Correalização: Mais Estilo Organizações

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Nona votação do ano fechada. Foram registrados 283 votos na categoria Poeta do Prêmio OLHO VIVO 2018. O tema deste ano é Gratidão. A página de votação foi visualizada 4.606 vezes; a reportagem com as fotos e links dos indicados registrou 527 views; o material de divulgação para indicações e inscrições foi visto 2.652 vezes; tivemos 114 indicações/comentários no post da nossa fanpage nessa categoria; e no total 75 poetas foram indicados. Os três mais votados e que estão classificados para a etapa final: Raphael Bruno (33,92%); Eduarda Vaz (21,91%); e Gabriel Sanpêra (10,25%).

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Clique e veja o resultado completo da enquete 

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Os ganhadores só serão revelados na noite de premiação, em 17 de fevereiro de 2019, às 20h (data, horário e local podem ser alterados, de acodro com as necessidades da organização do evento), em cerimônia de gala. O material enviado pelos finalistas de cada categoria é analisado pelo júri técnico, formado por seis jurados de notório conhecimento artístico profissional, convidados pelo editor-chefe do site, o jornalista Cláudio Alcântara. Todos os seis jurados votam em todas as categorias. Em caso de empate, o jurado especialista no segmento da respectiva categoria terá o voto de minerva.

Confira o material enviado pelos finalistas

> Raphael Bruno (33,92%) - “Sou escritor, compositor, poeta, ator, jornalista, comediante, radialista, bonequeiro, dramaturgo, roteirista, youtuber, humorista... Escrevi 95 livros, incluindo vários de poesias. Escrevi canções de vários gêneros. Geralmente meus poemas são românticos, porque sou um eterno romântico e apaixonado. Comecei a escrever poesias aos 16 anos, como terapia para a ansiedade, e não parei mais. Ainda na adolescência fazia poemas, quando queria cativar ‘as pretendentes’ - elas pediam que eu fizesse poemas para elas. É uma inspiração, que não sei explicar”.

O amor 

O amor é como café;
Saboroso;
Prazeroso;
Que eu me viciei nos dois;

Difícil viver sem o amor;
Porque eu nasci pra amar;
Um profundo sentimento;
Que fascina o coração;

Minha emoção;
Transborda numa alegria profunda;
Que não tem explicação;

O sorriso é tão lindo;
Que expressa o amor contagiante;
Por isso eu digo: Te amo!

> Eduarda Vaz (21,91%) - “A poesia me disse olá quando o tempo estava curto, mas o desejo de escrever era grande. Mais que isso, escrever era necessidade. Desde então, contornou meu amadurecimento. Permitiu que experienciasse o novo e o outro com mais sensibilidade. Juntas, geramos ‘Aresta’ - lançado em 2017 pela Macabéa Edições - e conduzimos uma página no Instagram e no Facebook. Além de fazermos páginas em algumas revistas”.

Espelho

o mais redundante é
uma mulher debaixo da água
uma mulher por entre a água
uma mulher sob a água
água
mulher
água

isto é
uma mulher nua
isto é
uma mulher em mergulho
isto é
uma mulher refletida
isto é
uma mulher
multiplicada
isto é
uma mulher escor
rendo
isto é
uma
mulher
dentro de si

chuva cachoeira chuveiro
mar lagoa e rio
suas gotas e seus fios

dentro dela,
que é água
que é mulher,
se encosta
se abre
se sente
costas lábios e ventre

(shhhhhhhhhhhhh)

uma mulher chia
flue
e se transborda

(shhhhhhhhhhhhh)

> Gabriel Sanpêra (10,25%) - “Tenho 20 anos e nasci na cidade de Barra Mansa, interior do Rio de Janeiro. No bairro Vista Alegre. Meu gosto pela arte iniciou com incentivo dos ótimos exemplos de professores na escola, que me incentivaram na escrita. Ganhei o Prêmio para Jovens Escritores Negros da Editora Malê, e lançarei em outubro uma coletânea de escritos pela Editora Urutau, num edital de mais de mil enviados, onde 16 apenas foram selecionados. Com muito orgulho, sigo desenvolvendo-me pela poesia, entendendo a poesia como ferramenta social, de incentivo à leitura, quebra de preconceitos e intolerâncias, principalmente o racismo.”

Carta à cidade

O sol nasce de verdade na cidade
As pessoas acordam
A cidade respingada
A cidade do carvão
Onde as pessoas corrrem desengonçadas
entre os vãos.
O município redondo
Famosa filha pródiga da cidade de São Sebastião.
Abaixo da cidade maravilhosa.

Tenho uma carta para enviar a cidade
Cidade cimento, lamento
Cidade choro
Cidade ás vezes alegria
Cidade que dá voltas.

Voltas e voltas
Que eles dão quando falam que não foi racismo.

Onde estão os negros desta cidade.
Negros?
Que negros?
Negros!
Os arrastados e soterrados sobre o solo desta cidade.
Os negros que estão abaixo da cinza e poeira da fábrica.
Os negros que respiram a fumaça da fábrica.
Os negros puxados, empurrados pelos vagões do trem.

Negros que pedem moeda ou comida.
São ignorados
Ignorados pelo estado.
Nas piores casas
Em bairros distantes.

Os negros do saneamento básico negado.
Os negros tantas vezes feitos de palhaços nessa cidade.

Os negros
negros
negros.
Os negros desta cidade
Que exclamam o ar retumbante quando tomam café
Mas sabem que este tem o gosto do sangue dos que morreram antes nesta cidade
e agora resvalam na xícara da senhora desta cidade.

Os negros desta cidade
Nas piores casas
Nas piores escolas
Nas piores
Nas piores
E quando morrem
Ficamos sem notícias.

Os negros e bichas da cidade
Quando morrem em denúncias não investigadas
Por delitos feitos abaixo dos viadutos.

Amordaçados
Mortos
Abaixo do viaduto nesta cidade.

Eu deveria escrever uma carta de agradecimento a cidade.
Mas optei por sentir a respiração dos que estão nesta cidade
E não encontram aqui lugar de pertencimento.
Lugar para par chamar de seu nessa cidade.

E os negros desta cidade.
No dia a dia com a espada de Ogum
Vencendo e rompendo
E o racismo não irá nos derrubar.
Ele não vai nos derrubar.

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Os classificados para a final do Prêmio OLHO VIVO 2018