(Foto Ilustrativa)
Para pensar em trânsito temos que pensar
em transporte público; Volta Redonda precisa
repensar o transporte público
(Wiliam Fernando Gomez)
Falta um planejamento urbano de trânsito. Na gestão anterior do prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB), havia profissionais que estavam organizando o trânsito de Volta Redonda. Agora, nesta gestão, não sei por que não está funcionando.
Para falarmos de trânsito temos que falar de planejamento, não dá para pensarmos de maneira local e pontual, pois então estaríamos sempre correndo atrás dos fatos, a cidade cresce e ficamos fazendo adaptações urbanas que no fim de alguns anos poderiam tornar inviável a cidade. Isso seria o correto, mas temos um Plano Diretor que fica omisso quanto a esse item, e o que acaba tendo que se fazer por hora são soluções paliativas.
Para pensarmos em soluções temos que elencar os grandes nós do trânsito de Volta Redonda (falando apenas das regiões centrais). Um grande problema que vejo são os caminhões e carretas que atravessam a cidade e, por várias vezes, ficam perdidas em certas ruas de bairros. Esse trânsito de carretas que abastecem a CSN deveria ser retirado do Centro da cidade, passando por dentro da própria Usina e saindo na Ponte Alta.
Outro problema são as vagas de carga e descarga que ficam funcionando livremente durante todo o horário comercial. Qualquer cidade de porte grande resolveu isso, colocando os horários de carga e descarga antes das 8h e somente depois das 19h, e restringindo o acesso de caminhões de carga pelo centro urbano.
Para pensar em trânsito temos que pensar em transporte público. Volta Redonda precisa repensar o transporte público, criar linhas que não passam pelo centro da Vila e Aterrado, mas colocando linhas específicas de micro-ônibus ou trem sobre trilhos (agora não recordo o nome, mas acho que é TVC), como o Rio está fazendo no Centro. Esse transporte ligaria os três centros (Vila, Retiro e Aterrado) e teria conexões com as linhas com os bairros, evitando assim o excessivo número de carros particulares no centro urbano.
Um bom transporte público resolve o problema dos carros particulares nas regiões centrais. Há a necessidade de mais uma ponte sobre o Paraíba do Sul, temos um grande nó de trânsito no Retiro, conexão com o Aterrado e também no fim da Beira-Rio, Ponte Alta, sentido Barra Mansa, e acessos aos bairros da região. Todos esses fluxos devem ser revistos.
Temos na saída de Volta Redonda a construção do Wal Mart e do novo shopping. A construção desse novo “Centro Comercial” vai transformar totalmente a região. O acesso da Rodovia dos Metalúrgicos também tem que ser repensado, devido ao grande fluxo de veículos que acessam esse novo centro comercial, que vai causar impactos nos bairros São Geraldo, Colina, Monte Castelo, Casa de Pedra, Siderópolis, Vila Rica e Belvedere. Todos esses bairros serão afetados pelo trânsito de pessoas que vão acessar a região.
Nas horas de rush, algumas ruas das regiões centrais deveriam ter a mão invertida para melhorar o fluxo, e claro que temos também a Rodovia do Contorno, que nunca termina, que também auxiliaria muito na melhoria do trânsito.
Esse é um assunto muito amplo, que demanda até um debate com a população (seria bem interessante) e mais arquitetos urbanistas que pensam sobre o assunto, pois nesse campo há muitas maneiras de enfrentar o problema. Não sei se ajudei o bastante, mas coloquei aqui algumas percepções rápidas sobre a cidade.
> Wiliam Fernando Gomez é arquiteto e urbanista, colaborador do MEP (Movimento Ética na Política)