(Foto Ilustrativa)
Educação de qualidade passa por levar nossos
alunos a pensar, questionar e refletir
Em tempos de eleições municipais e com o foco midiático também voltado para o julgamento do chamado “mensalão”, deveríamos voltar nossos olhares para nossas crianças e adolescentes, alunos de nossas escolas, futuros eleitores, que vivenciam todo esse turbilhão de informações, sem, em geral, nenhuma espécie de filtro, seja por parte de seus responsáveis, seja por parte da escola.
Quando pedimos para um professor elencar um assunto da atualidade a ser tratado nesse momento com seus alunos, em geral os mais citados são Olimpíadas e Dia dos Pais. Os assuntos políticos, mesmo estando todos os dias muito presentes em nossas vidas, não são levados à escola, é como se a mesma fosse um universo à parte, onde política não existe.
Porém, educação e política andam sempre lado a lado, quando uma está mal, a outra segue o mesmo caminho e, quando uma está bem, a tendência é que a outra sinta essa melhora. Olhando o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU (Organização das Nações Unidas) e a lista de países menos corruptos da Transparência Internacional fica evidente o quanto educação e política estão ligadas. Entre os dez países com melhor índice de educação do IDH estão seis dos menos corruptos.
Temos que ter clara a noção de que educação de qualidade passa por levar nossos alunos a pensar, questionar e refletir, o que faz com que se tornem adultos mais compromissados, éticos e mais difícil de serem enganados por políticos em época de eleição. Quando tomamos consciência de que o bem estar coletivo é tão importante quanto o bem estar individual, percebemos o quão nociva é a corrupção.
Esse deve ser o foco da educação no nosso país, é muito importante ensinar a técnica da leitura e da escrita, mas se faz muito mais necessário ensinar pra que servem essas duas habilidades, o como por meio delas você vai adquirir o conhecimento e transformar o mundo à sua volta. Para isso precisamos de professores comprometidos e bem preparados, o que só ocorre com muito estudo, uma formação continuada de qualidade e com salário digno.
> Felipe Falcão é pedagogo formado pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), com pós-graduação em educação especial e orientação educacional