(Fotos: Divulgação)
"#Partiu Exu" tem rockabilly, tem funk,
tem noise e desconstrói a obra do grande
mestre para criar algo novo
Diversas homenagens aconteceram em todo o país durante o ano e principalmente neste mês de dezembro, por conta da ocasião do centenário de Luiz Gonzaga do Nascimento, ou o popular Gonzagão. Como não estamos aqui para mostrar o mais óbvio, convidamos Tiago Malta para conversar sobre a compilação "#Partiu Exu", idealizada por ele e produzida de maneira totalmente independente e coletiva, que foi lançada na semana passada pelo blog “Na Cara e Na Coragem”.
Para celebrar a data, diversas bandas do Brasil (e até fora dele), dos mais variados estilos, deram sua contribuição, fazendo releituras de músicas do Rei do Baião, e que, independente do gênero musical, respeitam sua obra. Além das releituras, também foram incluídos na coletânea remixes e músicas que tenham como temática Gonzagão, o cangaço e sua mitologia em geral.
Não espere ouvir apenas regravações de Luiz Gonzaga, "#Partiu Exu" tem rockabilly, tem funk e tem noise e desconstrói a obra do grande mestre para criar algo novo. Viva Luiz Gonzaga! O rei do rock!
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Como surgiu a ideia do projeto?
A ideia do projeto nasceu durante a produção de um Podcast que eu organizo, o "Euterpe Despedaçada", e por causa do seu centenário fizemos um especial sobre o Gonzagão, por isso fiquei alguns meses estudando sobre ele e pude ter uma visão maior de sua obra, chamá-lo de Rei do Baião é pouco, ele é um verdadeiro avatar da música brasileira.
Fale um pouco sobre o formato que foi lançado...
O formato veio de experiências adquiridas nos últimos dois anos participando de algumas coletâneas virtuais de música noise e experimental, onde tudo é muito simplificado pra ser baixado gratuitamente pela rede. Neste mesmo ano lançamos uma compilação intitulada mBaraka, em apoio a resistência Kaiowa.
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Por que "#Partiu Exu"?
O nome foi escolhido pensando exatamente como Luiz Gonzaga fazia, direcionando sua influência para melhoria da sua cidade natal (Exu), então seria como se nossos pensamentos tivessem em sintonia com Luiz Gonzaga, mas como se trata de um trabalho virtual pegamos uma gíria emprestada do Twitter que é o #Partiu.
O que você achou da participação das bandas?
Sobre as participações das bandas, eu amei cada uma, até por que entrou muita gente que eu realmente gosto de ouvir, mandamos convites para muitos artistas, não importando se era grande ou pequena e qual estilo era - tanto que temos participando desde pequenas bandas de garagem até a grandes DJs internacionais.
O resultado foi o esperado?
Nossa intenção era fazer uma celebração à música, mostrando que mesmo quem não goste ou faça forró terá um respeito ao mestre, em contrapartida tivemos respeito ao estilo de cada participante. Essa foi nossa maior ousadia, tem funk, tem rock, tem noise, tem de tudo, geralmente as coletâneas são muito específicas em um estilo e isso entendo com um pensamento muito reducionista. Outra marca que provavelmente atingimos é que fomos o maior tributo já realizado (por quantidade de artistas participando) ao Gonzagão.
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