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Vida e Sociedade

Leone Rocha

leone.rocha@gmail.com

Pesadelo Acordado

Rompendo o atrito estático da procrastinação

É preciso diminuir a autocobrança, as comparações desnecessárias, a mania de perfeição

Colunistas  –  12/02/2023 20:36

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(Foto Ilustrativa)

O atrito estático criado pela procrastinação exige uma força extra que temos que fazer para girar a roda de nossas vidas, mas uma vez posta em movimento, será mais fácil, mais produtivo e recompensador manter nossas atividades em dia

 

Quanto já falamos e sofremos por procrastinação? Quanto tempo perdido, planos adiados, unhas ruídas e inquietações por segundo depreciado? A procrastinação tornou-se um pesadelo acordado de cada vez maior número de pessoas que estão paralisadas no interior do castelo da ansiedade. Primeiramente, vale a pena dizer que, acima de qualquer receita, o amor-próprio e a busca pela melhora na autoestima é para mim o melhor dos remédios. É preciso diminuir a autocobrança, as comparações desnecessárias, a mania de perfeição que nos levam a assumir demandas que não nos cabem ou nos colocam em uma tempestade de pré-requisitos impossíveis de cumprir para qualquer ser humano, levando à paralisação de nossa força de vontade. Isto posto, vamos ao ponto.

Quero neste texto realizar um paralelo entre o que sentimos em um momento de procrastinação e um fenômeno muito comum no mundo real: o atrito. O atrito, numa definição leiga de quem não é especialista em física, surge do contato entre duas superfícies. Uma vez em contato e se movimentando em direções opostas, as superfícies recebem o atrito como uma força que possui sentido oposto ao movimento. Uma moto, um carro, uma bicicleta, entre outros objetos, conseguem ser movimentados pelo atrito. A roda encosta no chão. Ao movimentar-se para a frente, a roda do veículo entra em atrito com o chão que a gira. Com o giro da roda o meio de transporte avança em direção ao seu destino.

Existem dois tipos de atritos: o estático e o dinâmico. Quando vamos, por exemplo, empurrar uma mesa, ela está parada, mas, ainda assim, em contato com o chão, obviamente. Para pô-la em movimento, precisamos empregar uma força que seja maior do que o atrito que surgirá em virtude da inércia da mesa. Esse atrito é o estático, pois, estando parada a mesa, ele é maior do que o atrito que ocorre quando o objeto está em movimento - o atrito dinâmico. Assim, pôr a mesa em movimento quando estava parada exige mais força do que continuar empurrando-a ao longo do tempo.

Penso que, da mesma forma, romper com a procrastinação, começar aquele projeto parado, manter a casa em ordem regularmente, terminar aquele texto, etc., exige uma força maior porque essas tarefas estão paradas, inertes. O atrito estático criado pela procrastinação exige uma força extra que temos que fazer para girar a roda de nossas vidas, mas uma vez posta em movimento, será mais fácil, mais produtivo e recompensador manter nossas atividades em dia. 

 

Por Leone Rocha  –  leone.rocha@gmail.com

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