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Vida e Sociedade

Leone Rocha

leone.rocha@gmail.com

Crise de Valores Morais

Por outros pactos civilizatórios

Construir novos pactos é uma tarefa cotidiana que requer abrir mão de fórmulas antigas, padrões antigos e, principalmente, apegos emocionais, vínculos e identidades antigas

Colunistas  –  30/03/2023 11:47

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(Foto Ilustrativa)

Os pactos civilizatórios têm como principal resultado a regulação de três aspectos que hoje são fontes de pungentes conflitos sociais: gênero, raça e desigualdade social

 

A humanidade nos dias de hoje encontra-se numa verdadeira crise em seus valores morais. Um câncer há muito tempo gerido está em metástase social. São os pactos civilizatórios dos quais trata Cida Bento, em o “Pacto da Branquitude” (Companhia das Letras). No caso do mundo contemporâneo, seus pactos vigentes foram instituídos por volta dos séculos XVIII e XIX, quando as instituições econômicas e políticas atuais foram forjadas. Têm como principal resultado a regulação de três aspectos que hoje são fontes de pungentes conflitos sociais: gênero, raça e desigualdade social.

As principais mudanças que ocorreram nesse período foram o advento da industrialização e do capitalismo no plano econômico, e a consolidação do Estado-nação no plano político. Com o desdobramento desses fenômenos, ocorreu o Imperialismo e a tomada, exploração e escravização da população negra ao redor do globo.

Com a empresa capitalista as relações de gênero foram muito bem delimitadas. Foi construída a ideia do “homem provedor” e da “mulher dona de casa e mãe”, sendo esse um pacto civilizatório. Com o Imperialismo, determinou-se que o negro é uma raça inferior e deve servir ao branco, outro pacto civilizatório. O capitalismo tratou de separar trabalhadores de patrões, sendo determinado que os últimos se apropriariam do trabalho dos primeiros. E assim ocorre até hoje.

Dessa maneira construímos nosso mundo, um mundo que está sendo colocado em questão todos os dias. Construir novos pactos é uma tarefa cotidiana que requer abrir mão de fórmulas antigas, padrões antigos e, principalmente, apegos emocionais, vínculos e identidades antigas. A desconstrução nunca foi tão necessária.

 

Por Leone Rocha  –  leone.rocha@gmail.com

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