(Foto Ilustrativa)
Uma boa ideia é contar histórias; fazer como os antigos faziam para as crianças
Na minha cidade, Macapá, capital do Amapá, estado do Norte do Brasil, existe um artista, um palhaço e contador de histórias chamado Joca Boboca (@jocamonteiroap). Além das atividades da palhaçaria, ele desenvolve um lindo trabalho de assistência social voluntária às crianças carentes da comunidade Baixada Pará na nossa cidade, umas das maiores favelas do Estado.
No dia 26 de agosto, ele ofertou uma oficina de contação de história no Espaço Anjos que Gingam, projeto da contramestra de capoeira Ilma Cardoso na comunidade. Participei da oficina. Foi lindo. Em meio a crianças, vi meu desenho feito coletivamente; interpretei papéis numa história; dirigi uma peça; agi coletivamente; dancei uma dança indígena; comemos em grupo. Foi mágico.
Ao final, realizamos um juramento do contador de histórias, quando afirmamos possuir histórias e saber contá-las. Mas o melhor ainda estava por vir. Os dias passaram-se. As palavras “coragem”, “fé”, “amizade”, entoadas na dança indígena ainda circulavam vivas nas minhas memórias. Mas a rotina do dia-a-dia teima em querer tirar o colorido da vida. Mas hoje foi diferente.
Minha filha, como toda criança contemporânea, está dependente de telas. Quando chega as 20h da noite, temos que retirar o celular das mãos dela e começar a rotina de sono. Eu e minha esposa resolvemos que vamos levar isso a sério e estamos implementando essa retirada das telas da vida da nossa filha, mas isso tem um custo. Hoje ela chorou, quis ver YouTube. Ela tem 6 anos e adora vídeos de bichos e Minecraft. Queria muito continuar assistindo.
Então veio-me a ideia de contar histórias pra ela. Fazer como os antigos faziam para as crianças, contar histórias. Contei minhas aventuras da juventude e ela ouviu atentamente, deu algumas risadas, ficou curiosa, cansou e dormiu. Fiquei emocionado com a nova habilidade que eu adquiri e quanto ela pode ser útil para mim e para minha família.
Valeu, Joca!