(Foto Ilustrativa)
É essencial olhar para trás e ver o quanto já avançamos e nos contentar mais com o presente
Todos nós sabemos que os bens materiais não importam. Todos nós que acreditamos numa vida além da morte sabemos que não levaremos nada de material para o outro lado da vida. Todos nós sabemos que toda profissão é útil e tem seu valor na sociedade. Ainda assim, o que todos nós queremos? Sempre o melhor e mais valioso. Eis a contradição humana. Queremos sempre mais. Ainda que existam aqueles desapegados dos valores materiais, mas, por exemplo, perseguem reconhecimento intelectual ou artístico, estão em busca de acumular alguma espécie de bem, de Capital, como diriam os cientistas sociais.
Durante muito tempo eu fui um crítico desse crescimento desenfreado, muitas vezes até recorrendo a mecanismos de autossabotagem para impedir meu crescimento. Hoje tenho uma visão diferente. Crescer faz bem e é necessário. Acima de tudo: possível. Mas hoje acredito que o que não devemos perder de vista durante o processo é a nossa humanidade, nossa empatia. Quantas pessoas chegam ao topo do sucesso e, num passe de mágica, começam a tratar os outros ao redor com menosprezo, como seres humanos inferiores. Em qualquer lugar e, portando qualquer status, as pessoas basicamente possuem os mesmos anseios, sonhos, medos, angústias. Em qualquer situação que estejamos, sempre existirão problemas e sempre, sempre, precisaremos do auxílio do próximo.
E o principal: Somos imperfeitos e sempre seremos. Por mais riqueza que tenhamos, sempre haverá alguém que possui mais. Por mais conhecimento que adquirimos, sempre equivalerá a nada ante a infinitude de tudo que há para conhecer. Por mais potentes que sejamos, uma hora ou outra esbarraremos em nossos limites. Por mais convictos que sejamos, em algum momento deveremos pedir desculpas.
Devemos crescer, devemos querer mais. Mas de vez em quando devemos também agradecer pelo que já conquistamos; olhar para trás e ver o quanto já avançamos e nos contentar mais com o presente. Isso pode nos aproximar de nossa humanidade, frear impulsos destrutivos e cimentar a base para conquistas maiores.