(Foto Ilustrativa)
Pelo menos sendo o aborto legal, não acontecerá com açougueiros ou clandestinamente, que gera mais sofrimento, dor, esterilidade e até morte
Esses dias, devido a tanta polêmica a respeito do Projeto de Lei (PL) 1904/2024, que equipara o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples, inclusive nos casos de gravidez resultante de estupro, podendo levar à prisão a própria mãe que, por certo, não tem as mínimas condições de pensar na criança, fruto de estupro.
O Conselho Pleno do CFOAB aprovou, por aclamação, a inconstitucionalidade desse PL, por ferir os direitos à mulher e até mesmo beneficiar ou aliviar a pena do real criminoso, o violentador de uma menor ou mesmo de qualquer idade.
E o que está por trás de tamanha perversidade? Será que tem alguém pensando mesmo na criança que sofrerá o aborto e não nascerá? Se realmente existisse essa piedade ainda teria alguma dignidade, mas só que, infelizmente, não é bem assim. Tudo passa por ideologia, interpretação errônea do que diz as Escrituras Sagradas de certos líderes religiosos que querem mesmo o poder, como se ditassem as regras como uma espécie de Teocracia, o governo de Deus, mas interpretado por homens com interesses escusos.
Se retira, portanto, direitos da escolha da mulher de uma criança gerada por uma violência e não com amor, o que por si só, já seria um motivo para lá de racional, pois supostamente estão pensando na criança, mas esquecendo-se do sofrimento da mulher com toda essa situação.
Como disse um pastor numa entrevista: “Não se trata de ser herege ou não seguir os preceitos bíblicos, mas se preserva ao menos alguma coisa dessa violência toda chamada estupro, porque afinal de contas a vida da mulher pode estar em risco e serão duas vidas perdidas”.
O “Não matarás” dos Dez Mandamentos bíblicos inclui não somente a criança como parece crer alguns, mas as mães e quem sofre agressão principalmente. Ou não se pensa nessas pessoas? E o amor ao próximo pregado por Cristo, onde fica nessa história?
Assim, é um alarde que inflama a muitos sobre o tema de gente que está no cerne da questão porque não passaram por isso e como opinar? É como falar mal de alguém sem passar o que o outro passa. Não é ter empatia. É ser egoísta e até hipócrita mesmo.
Ninguém quer a morte de crianças, mas ao constatar que é anencefálico ou nasce sem cérebro, o bebê morrerá pouco tempo ao nascer e sofrerá do mesmo jeito. E quando é fruto de um estupro, passará por inúmeros problemas psicológicos que já vêm da geração por violência, da gestação e de um nascimento traumático.
Que situação mais sofrida. E o que nos resta fazer, então? Preservar a mãe que pode, depois, ter uma gestação saudável, e não deixar que sofra ainda mais, agora com possibilidade de prisão, se escolher o aborto, devido a tudo isso aqui relatado. E, pelo menos sendo legal, não acontecerá com açougueiros ou clandestinamente, que gera mais sofrimento, dor, esterilidade e até morte.
Abaixo a ditatura da ideologia em prol dos direitos da mulher e não a imposição do que pode ou não fazer ao passar por algo pessoal e não coletivo, como parece imaginar alguns.