(Foto Ilustrativa)
Betina lembrava de sua cinturinha de adolescente. Quando sua cintura ainda existia. Sim, ela ainda tem cintura... Mas subiu vários pontos no ibope.
Olhou-se no espelho. Precisava de um vestido para a festa de casamento de sua irmã mais nova. A filha perguntou se ela compraria o vestido em uma loja especializada em obesos.
- Obesa, eu? Só estou um pouquinho fora de forma! Reclamou Betina.
Caminhou pelo shopping e sentiu-se a mulher mais gorda do mundo. Por fim, decidiu entrar em uma loja. A vendedora colocou sobre o mostrador um vestido verde, com lantejoulas, lindíssimo. Mas Betina precisava de um tamanho maior e a loja não tinha.
Outra loja:
- Veja este vestido cor-de-rosa - disse a vendedora.
- Minhas amigas falarão pelas costas… Com esse vestidinho adolescente me chamarão de elefanta de circo - pensou.
E aquele vestido azul? - perguntou.
- Não temos número para a senhora - falou a vendedora.
- Bons tempos aqueles em que usava vestidos tamanho 42. Meu manequim sofreu inflação. Crescimento para os lados. A cintura dessa saia entra direitinho... No meu braço - pensou.
Betina lembrava de sua cinturinha de adolescente. Quando sua cintura ainda existia. Sim, eu ainda tenho cintura... Mas subi vários pontos no ibope.
- Você precisa de loja especializada em plus size. E isso não tem nada de mau, temos que aceitar as diferenças - disse a gerente da loja.
No dia seguinte Betina decidiu visitar outro shopping para conseguir o vestido.
- Mamãe você vai entrar em uma loja especializada em roupas de tamanho grande ou vai continuar tentando em lojas comuns...
Betina, resignada, aceitou.
- Tá bom, vamos para lojas especializadas, mas não conte para Cláudia, essa fofoqueira espalharia pela vizinhança.
- Fique tranquila, mãe.
Na loja plus size a Betina se sentiu uma rainha. Havia tamanhos muito maiores, a vendedora era simpática e ajudou-a a escolher.
Sentiu-se feliz quando a filha exclamou:
- Você está chiquérrima, mãe!