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Rofa Rogério Araújo

rofa.escritor@gmail.com

Armadilha

As redes sociais da diversão, ilusão e solidão

Nem tudo o que é postado nas redes sociais é real; quem disse que a pessoa vive sorrindo e em lugares bonitos o tempo todo...

Colunistas  –  04/02/2025 20:34

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(Foto Ilustrativa)

“Nunca as pessoas estiveram tão próximas nas redes sociais e, ao mesmo tempo, tão distantes de si mesmas. Eis a era da solidão”.

(Augusto Cury)

 

Falar sobre as redes sociais parece algo fácil, pois quase a totalidade da população mundial sabe o que é e as utiliza, exceto àqueles avessos à tecnologia. Mas será que é possível cada um não está nem aí para a repercussão de suas redes e, simplesmente, achar que pode postar qualquer coisa, mesmo atingindo outras pessoas ou as ideias de um determinado grupo?

Zygmunt Bauman, sociólogo e filósofo polonês-britânico, disse a esse respeito algo que pode nos fazer refletir: “As redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a controvérsia… Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde o único que veem são os reflexos de suas próprias caras. As redes são muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas são uma armadilha”.

Dialogar hoje em dia parece algo complicado, já que cada um tem a sua razão e fim de papo. A discordância parece não existir. Os conflitos para os que pensam diferente é algo indiscutível.

O pensador Sócrates, dizia: “A vida não examinada não vale a pena ser vivida”, ressaltando a necessidade de manter a mente aberta à reflexão contínua. Será que procedemos assim ou a nossa cabeça não tem espaço para nem pensar diferente o que achamos?

Os médicos já chegaram à conclusão de que o uso excessivo de redes sociais pode afetar a saúde mental. Estudos indicam que o uso prolongado das redes sociais está associado a problemas como ansiedade, depressão, isolamento social, irritabilidade, comportamento agressivo, obsessão com o corpo e muitas outras questões.

Parece haver um verdadeiro esgotamento mental e um distanciamento da vida real e das relações familiares, causando uma série de problemas no núcleo onde deveria ser mais unido e todos se conhecem bem.

E para evitar esses “efeitos negativos” das redes sociais na saúde física e mental, o que fazer? Desativar notificações, estabelecer um tempo limite para o uso, ter outros passatempos, focar na vida presencial e ter senso crítico. Não aceitar tudo também é algo fundamental, tanto positiva quanto negativamente. Ambos podem nos afetar.

Um pensamento anônimo, diz: “Não procure empatia no mundo virtual. Aqui a hipocrisia prevalece e o sentimentalismo é o que pouco importa”. E como tem a falsidade tomando conta de tudo, quaisquer locais do chamado “mundo virtual”. Até quem tem foto e aparenta ser alguém conhecido muitas vezes não é, imagine quem se achega e nem sabemos quem é de verdade.

E a coisa é tão séria que algo dito, de maneira criminosa, como um cyberbullying, pode ser perigoso e afetar tanto as pessoas que podem as levar ao suicídio, como muitos casos já vistos mundo afora.

E nem tudo o que é postado nas redes sociais é real. Quem disse que a pessoa vive sorrindo e em lugares bonitos o tempo todo? Ninguém posta algo para baixo ou quando não está por cima. A não ser quem está depressivo, e muitas vezes pede até ajuda. Mas surgem do nada os “amigos da onça” e dão conselhos negativos ao invés de levantar a pessoa.

Uma frase dita na internet por Bruno Tosatto Negri diz algo com muita propriedade: “Rede social é ilusão. Atrai quem está longe e distancia quem está perto”. E não é mesmo? Quem está ao nosso lado, nossos familiares e amigos, podem saber menos sobre nós do que o postado nas redes sociais, afastando momentos deliciosos de convívio.

O psiquiatra e escritor Augusto Cury resume e fecha muito bem esse tema para nossa reflexão: “Nunca as pessoas estiveram tão próximas nas redes sociais e, ao mesmo tempo, tão distantes de si mesmas. Eis a era da solidão”.

Um forte abraço do Rofa! 

 

Por Rofa Rogério Araújo  –  rofa.escritor@gmail.com

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