
(Fotos: Divulgação/Patricia Stagi)
De 16 a 21 de abril, a Casero Residência oferece aos artistas um mergulho no imaginário da Fotografia de Paisagem e Natureza; inscrições podem ser feitas até o dia 2 de abril no Instagram @casero_residencia
Mesclando imersão na natureza com novas formas de expressão, percepção e experimentações artísticas, a Casero Residência funciona como um laboratório coletivo a céu aberto, aos pés da Serra da Mantiqueira.
A ideia de desenvolver projetos e residências artísticas em diferentes formatos surgiu a partir da vontade de criar um espaço dedicado à difusão e ao fomento para imersão artística, tendo como terreno fértil o exuberante Parque Nacional do Itatiaia.
Para Patricia Stagi, idealizadora e mediadora do projeto, a Casero Residência começou a tomar forma depois de uma breve estadia no Rio de Janeiro, na Fábrica Bhering e em Resende, onde foram desenvolvidos projetos como o Circuito Resende Cultural e o Nebulosas, chegando posteriormente até o Parque Nacional do Itatiaia.
Antes disso, Patricia Stagi morou em Buenos Aires, na Avenida Casero, local que serviu de inspiração para o nome do projeto. Na Argentina, recebia artistas para papos informais, enquanto idealizava um espaço de pensamento de arte, que tinha como propósito as trocas diárias.
- Literalmente, ideias e soluções surgiam entre cafés, num espaço relaxado, descontraído e, portanto (para a metodologia da Casero), ideal para o estado de criação artística - conta.
Já instalado no parque, o projeto ofereceu aos artistas múltiplas possibilidades de produção artísticas e a aplicação de metodologias, tendo como palco principal a floresta e seus elementos.
- Chegamos ao Parque Nacional do Itatiaia e somamos ao conceito de casa, o sentido da floresta, do habitat natural e da “casa-natureza”. Agora, entre os afazeres cotidianos, está o convívio harmônico entre as espécies e todas as camadas que proporcionam o bem-estar genuíno de artistas durante as residências - ressalta Patricia.
Ateliê ao ar livre e a fotografia como linguagem
Para os artistas que participam da residência em meio à natureza, a metodologia da Casero é dividida entre momentos de contemplação, de reflexão e de criação. Tudo acontece de forma orgânica, no desenrolar das descobertas, dos encantos ou tensões.
A residência funciona como um verdadeiro ateliê ao ar livre. Criado em 1937, o Parque Nacional do Itatiaia é considerado o primeiro Parque Nacional do Brasil, localizado na Serra da Mantiqueira. O espaço utilizado para as residências oferece aos artistas um campo infinito para experimentação em diferentes vertentes da arte contemporânea.
A produção fotográfica está em distintos formatos. Mesmo artistas que desenvolvem outras técnicas manuais, utilizam as imagens fotográficas para facilitar o desenvolvimento de desenhos ou pinturas.
Segundo Patricia Stagi, durante as caminhadas e atividades, as fotografias são ferramentas indispensáveis para a captura de texturas, cores, cenas e até testemunhos.
- Portanto, são exploradas como objeto de captura e registros - explica.
A Casero Residência funciona como um mergulho profundo no infinito particular e espontâneo de cada artista. A floresta e seus elementos servem de instrumentos para a criação, inspiração e o despertar crítico.
Outro formato presente nas residências da Casero são as fotografias artesanais como: cianotipias, antotipias e fitotipias. Essas técnicas amplificam os espaços para experimentação plástica da fotografia artesanal.
Para Patrícia, a fotografia é uma linguagem que todos os artistas em residência exploram, pois é uma técnica bastante facilitada pelas tecnologias e leituras atuais. Nas residências, diferentes modalidades artísticas são desenvolvidas.
Com isso, é possível que cada participante se aproprie de um discurso inerente, baseado nos momentos de trocas em ambiente natural, facilitada pela mediação e acompanhamento curatorial de curadores convidados pelo projeto.
Consciência ambiental através da arte
A Casero Residência propõe a integração do artista e pesquisador com a floresta. Usando a área do Parque Nacional do Itatiaia como plataforma de criação, o despertar para as causas ambientais é uma questão indispensável quando pensamos em imersão artística na natureza.
Além do fazer artístico, a Casero convida os participantes a refletirem sobre a importância da preservação ambiental e a relação entre o artista, seus meios de produção e a natureza.
- Durante as residências, incentivamos o olhar crítico sobre o processo de criação artística e as atividades cotidianas, identificando e substituindo processos que causam danos ao meio ambiente por técnicas naturais, livres de químicos ou outras substâncias tóxicas.
Levando em conta que a proposta principal dos encontros é o desenvolvimento de técnicas artísticas no coração da floresta, a orientação dos mediadores torna a experiência enriquecedora.
- Olhamos para os hábitos urbanos desnecessários em ambientes florestais e executamos atividades de cuidados entre espécies visando sensibilizar nossa percepção de realidade e mundo - explica.
Foto-natureza: vivência fotográfica
De 16 a 21 de abril, a Casero Residência oferece aos artistas um mergulho no imaginário da Fotografia de Paisagem e Natureza. Essa imersão acontece por meio de um programa que visa unir saídas externas no Parque Nacional do Itatiaia, oficina de Impressão Solar, conversas sobre a História da Fotografia de Natureza e a criação de série autoral, que reflete a experiência imersiva na mata nativa.
Ao todo, serão seis dias de encontros e conversas em meio à floresta. A partir desses encontros, as mediadoras Patrícia Stagi e Fernanda Líder selecionarão cinco imagens de cada participante para compor um catálogo virtual dessa vivência. As inscrições podem ser feitas até o dia 2 de abril no Instagram @casero_residencia
A Casero Residência é uma excelente oportunidade para artistas profissionais e amadores desenvolverem trabalhos em diferentes modalidades. Iniciativas como essas incentivam o senso crítico, despertam para novos paradigmas de produção e valorizam a arte contemporânea.