(Foto Ilustrativa)
Como se alguém dissesse: Corta!
Já no caixa, saco o dinheiro pra pagar a conta.
O funcionário me dá o troco.
Recolho.
Agradeço.
Saio com o pão que acabara de comprar.
E cruzo com uma pessoa.
Ela adentra a padaria, falante e gesticulante.
Eu a vejo.
Ela não me vê.
Escuto algo.
Sigo o meu rumo.
Olho para trás.
E imagino a situação.
Quantas vezes a cena descrita já lhe ocorreu?
Na padaria.
No restaurante.
No banco.
Por aí.
Pense no que deixamos para trás...
Quando cruzamos alguém pelo caminho.
O que não vemos... o que ficou por escutar...
Como se alguém dissesse: Corta!
E não vemos a cena seguinte.
Mas não se trata de um set de filmagem. E não existe um diretor por detrás disso.
Somos nós, o outro e a Imaginação.
É o ato de "imaginar-a-ação" alheia.
Imaginamos o outro. Temos uma ideia do que acontece mas ela é vaga. Afinal de contas, não sabemos como
os outros são e o que é, de fato.
Supomos o modo de vida, as atitudes, sobretudo os pensamentos. De desconhecidos.
Pretensão?! Intromissão?!
Que atrevimento, não?
Curiosidade talvez.
Uma coisa é certa. Houve um registro e um pré julgamento. Para o bem ou para o mal.
É fácil imaginar, difícil é enxergar. Reconhecer que expectativa não é realidade. Que olhar não é enxergar. Que ouvir não é escutar.
E quanto aos conhecidos, também os "conhecemos" tanto assim?
Não sabemos dos desconhecidos. Não sabemos dos conhecidos. No fundo, no fundo não sabemos nem de nós mesmos...
Pomos em cheque a nossa própria essência junto aos nossos atos e às nossas falas.
A verdade é que a realidade, essa, nós nunca deteremos enquanto estivermos na construção do ser e assumirmos a condição de adaptação a fim de sobrevivermos em um mundo cada vez mais surpreendente.
Corta!
Abraços, bom fim de semana e até a próxima.