(Foto Ilustrativa/Assuntagem)
Dia do Professor: Temos motivos para comemorar?
Publicada em: 11/10/2015 (08:23:30)
Atualizada em: 14/10/2015 (10:32:52)
Dia 15 comemora-se o Dia do Professor e eu pergunto: Temos motivo? Onde estão nossos importantes representantes da Educação?
Quando Pedro I decretou o Ensino Elementar do Brasil em 15 de outubro de 1827 no intuito de discutir-se a descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados, não imaginaria que dois séculos mais tarde sua ideia ainda não teria sido posta em prática.
Falta de investimento dos órgãos competentes, desvalorização do profissional e baixa remuneração à parte (e de conhecimento de todos), estamos desamparados na representação da literatura, da cultura e, sobretudo, da Educação. E em vários segmentos dela.
Vamos recordar a lição, atenção!
Perdemos ano passado em menos de um mês: João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e Ariano Suassuna. Lá se foram além de educadores - João Ubaldo e Rubem -, geniais escritores, pensadores e formadores de opinião.
Juntam-se à galeria de notáveis nomes como: Gonçalves Dias, José Alencar, Rachel de Queiroz, Câmara Cascudo, José Américo de Almeida, Augusto dos Anjos, José Lins do Rego, Gilberto Freyre, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Tobias Barreto, Castro Alves, Jorge Amado, Machado de Assis, Euclides da Cunha, Nelson Rodrigues, Eduardo Portella, Mário de Andrade, Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Cora Coralina, Érico Veríssimo e Mário Quintana.
Talvez nos falte hoje em dia o defensor de uma cultura popular, neste caso nordestina, como o Ariano. Um crítico de palavras norteadoras apontadas para os professores como o Rubem. Um Içami Tiba, morto recentemente, atento à educação familiar e escolar da criança em palestras e livros afora.
Dentro da política tivemos o grande mestre Darcy Ribeiro, precursor de importantes projetos educacionais como criações de universidades, centros culturais e Cieps (vulgo "Brizolão"). Mas pouco se fez depois disso. Salvam-se programas como o Enem e Fies de governos passados.
Hoje o guerreiro professor Cristovam Buarque tenta seguir o legado de Darcy no Senado com o extinto Bolsa-Escola (que virou o Bolsa-Família) e o projeto de lei que determina como responsabilidade da União o pagamento do piso salarial dos profissionais do magistério da Educação Básica, aprovado mês passado.
As salas de aula do Conhecimento esmerado, de boas Propostas e Ações efetivas junto aos seus brilhantes docentes vão se esvaziando, lentamente.
Vamos ficando órfãos dos que dão voz e vez à Educação.
Que saudades daqueles que fazem toda a diferença, pessoas representativas como o célebre educador Paulo Freire, que inovou com o método de alfabetização de adultos e de conceitos pedagógicos que são referências até hoje.
Ele diria que "a Educação por si só não transforma a sociedade, mas sem Educação a sociedade não se transforma".
Transformai e educai.
Ainda sim, Feliz Dia pra nós incansáveis Professores ou como eu costumo brincar Sofressores... Avante!