(Foto Ilustrativa)
Não podemos permitir o findar do afeto
e o lamento do que ficou por fazer em vida
A pior morte, meus caros, é daquilo que ainda existe e deixamos de enxergar.
Aquilo que muito registramos celulares afora e pouco contemplamos olhares adentro.
Uma vida pautada em checkins, likes, followers, comments e top-trends, que deixará de ser conjugada na essência.
A morte do que ficou por dizer. Por orgulho.
Num afastamento ao ponto de estranhar-se um saudoso e longo abraço.
No desinteresse pelo bem-estar do próximo.
O desprestígio de um dom alheio e o devido reconhecimento.
Na morte da escuta, no ávido anseio em querer atenção.
Ao deixar a realidade de lado dando ibope à superficialidade.
A ausência da busca pelo conhecimento na crença de tudo que se vê e lê.
E por fim a morte na generalização do ser e a cegueira do indivíduo que o torna único e especial nessa vida.
Que não nos esqueçamos daqueles que um dia estiveram entre nós, tendo incontestável importância e que nos deixaram ternas lembranças.
Mas, fundamentalmente, que não nos esqueçamos de nutrir com os que aqui permaneceram os maiores e melhores sentimentos. Pois, antes da certeza de que a morte é certa, devemos recordar premissa maior: não podemos permitir o findar do afeto e o lamento do que ficou por fazer em vida.
Beijos e abraços meus.