(Foto Ilustrativa)
Serão 72 intermináveis horas de silêncio
A *Justiça nos retirou, mais uma vez, na tarde desta segunda-feira, 2, o direito de uso do aplicativo mais utilizado pelos brasileiros, o WhatsApp (que ultrapassou a marca de 900 milhões de usuários ativos por dia, segundo dados do Ibope).
A decisão é motivo de polêmica - leia-se revolta - já que muitos se cercam desta tecnologia para a (con)vivência dos dias de hoje.
Afinal de contas, necessitamos mesmo de tal aplicativo para nos comunicarmos, por uma questão de sobrevivência ou de dependência?
Fica a sensação de que tantos “double checks” (os sinaizinhos azuis) serviram apenas para mostrar o tamanho da nossa ansiedade em ser visto-lido por outra pessoa.
É obvio que, a comunicação instantânea facilita o processo no trabalho e agiliza decisões.
Mas vamos combinar que quase 90% do que recebemos (e enviamos) restringe-se a “bom dia”, “ajude a divulgar” e “olha o que estou comendo-comprando-conhecendo”.
Além disso, a tecnologia negou-nos algo de suma importância. O nosso precioso silêncio!
Somos importunados, a todo o momento, por alguma mensagem. Algum barulho. Uma notificação.
E nos sentimos na “obrigação” de responder prontamente aquilo.
Onde foi parar a mudez contemplativa das coisas, das pessoas, do mundo?
Aquela que ocasiona em divagações, fundamentais para a tomada de decisões e avaliações das nossas atitudes.
E resultante até mesmo no nosso ócio mental, que também tem o seu valor.
Já não sabemos mais discernir o importante do efêmero. E descostumamos de receber ligações que julgávamos urgentes. O e-mail? Já foi desativado há tempos...
É... Realmente parece que serão 72 intermináveis horas de silêncio.
Uma semana paciente a todos. Abraços meus.
*A Justiça de Sergipe mandou as maiores operadoras de telefonia do país bloquearem o acesso dos brasileiros ao aplicativo de mensagem instantânea WhatsApp por 72 horas, a partir das 14h desta segunda-feira, 2. A empresa que descumprir a decisão pagará multa diária de R$ 500,00. O bloqueio foi pedido porque o Facebook, dono do WhatsApp, não cumpriu uma decisão judicial anterior de compartilhar informações que subsidiariam uma investigação criminal.