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Crônica

O impeachment foi consumado

Muitos comemoram; outros tantos decretam luto

Colunistas  –  01/09/2016 09:59

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(Foto Ilustrativa)

Até 2018, senhores eleitores, com Democracia

 

Encerra-se, finalmente, o capítulo dessa "novela".
Novela essa que dividiu o país entre apelidos, discórdias e intolerâncias.
Eu nunca votei em Dilma Rousseff.
Sim, já fui petista em tempos outrora.
Tempos em que acreditava-se nas palavras de um sonhador metalúrgico (mesmo ofício de meu falecido pai), que tornou-se o primeiro trabalhador eleito presidente do Brasil em 2002. Foi uma comoção.
Desde o escandaloso "Mensalão", em 2005, virei apartidário.
Lula, na época, dizia que nada sabia sobre o esquema.
Ninguém engoliu a história.
É difícil creditar confiança num político. E defender A ou B.
O cansaço vence o idealismo.
Idealismo não enche o bolso.
Eu, como muitos amigos, sofri as consequências da crise que assolou o país, em 2014.
Vi ex-alunos meus graduados perderem seus empregos. Vi pequenos e grandes empresários fecharem suas portas. Vi metalúrgicos-pais-de-família, na minha cidade, darem baixa em suas carteiras de trabalho.
Desespero geral.
Alguma coisa estava errada. E muito errada.
O governo da ex "Presidenta" falhou. Fato.
Entretanto, é fato também que a oposição aproveitou-se do delicado momento para dar o golpe final.
O impeachment foi consumado.
E numa ironia do destino o vice, que era um aliado Dela, virou um dos seus principais desafetos, e hoje ocupa, oficialmente, o seu lugar.
Muitos comemoram. Outros tantos decretam luto.
Eu sigo querendo mudar quem discursa, substituir o verbo, acreditar que novos e melhores tempos surgirão.
Que comece, conscientemente, pela cidade de cada um de nós. Nas eleições municipais, em outubro deste ano.
Até 2018, senhores eleitores, com Democracia.

Abraços meus.

Por Marco Túlio Carvalho  –  mtacarvalho@gmail.com

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