(Foto Ilustrativa)
Será que só as mães são felizes, como dizia o poeta Cazuza?
Em que cartilha nossas mães leram que, para serem realizadas e felizes, as mulheres precisavam ter filhos? Em pleno século XXI, depois de tantas conquistas femininas pelo mundo afora, por que as mulheres ainda têm que dar satisfação sobre a opção de não exercer a maternidade? Não bastou queimarem sutiãs em plena praça pública e tomarem a pílula anticoncepcional para se tornarem donas dos seus próprios narizes, corpos e desejos? Se as mulheres precisassem procriar “ad eternum”, a própria natureza deixaria-as produzir óvulos saudáveis até morrer. Talvez, uma Seleção Natural num planeta que já está colocando gente pelo ladrão e à beira de um colapso.
Só que aí existem os métodos de inseminação para gerar filhos numa máquina moderna de reprodução, que cria mães de 48 anos. Ou que emprestam barrigas. Tudo muito válido, quando o desejo da maternidade grita em mulheres que, infelizmente, por razões biológicas ou fisiológicas, não podem mais gerar vida. Compreendo que para muitas esse é o grande momento da existência. E considero isso lindo. Contanto, existem as que não nasceram com esse instinto muito aguçado e que não levam jeito para cuidar, criar e por aí vai.
Pessoas com déficit de paciência. Ou “paciência zero”. Essas já saem perdendo na corrida dos espermatozoides. E não me venham com a velha desculpa de que, quando se tiver o próprio filho, isso vai mudar.
Amor incondicional
Por quê? Maternidade, por um acaso, é sinônimo de milagre? E se a tão esperada paciência não brotar? E se eu continuar egoísta? O que faço? Devolvo o embrulho para a cegonha? Maternidade (e paternidade também) requer responsabilidade e altruísmo. E amor incondicional. Sendo assim, será que não está na hora de se fazer a pergunta que não quer calar: Estou preparada para colocar um filho no mundo? Que futuro terá essa geração de crianças sem limites e criadas por babás de branco e por Cartoons Network e Playstations?
Não se trata de uma apologia contra a maternidade. Jamais! E sim em relação a uma conscientização sobre o papel dos pais na sociedade contemporânea.
E o que realmente deseja uma mulher para ser feliz e realizada. Será que eu não posso apadrinhar uma criança carente e me sentir bem? Comprar um cachorro, plantar, viajar, ter uma empresa, participar de uma ONG? Sei lá. Colocar amor e energia para tentar compartilhar e criar um mundo um pouco melhor? Será que só as mães são felizes, como dizia o poeta Cazuza?