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13 Reasons Why

Muito barulho por (quase) nada

Série da Netflix é mediana, nada excepcional; não fosse o tema principal ser abordado da maneira que foi, principalmente na divulgação da polêmica, não teria feito tanto sucesso

Colunistas  –  25/05/2017 18:05

Publicada: 15/05/2017 (12:09:17) . Atualizada: 25/05/2017 (18:05:10)

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(Foto: Divulgação)

Falhas no roteiro e na direção fazem com que alguns dos 13 episódios fiquem arrastados

Se você me perguntar porque não corri para assistir “13 Reasons Why”, como a grande maioria fez, a resposta é simples: o que vi em teaser e trailer não me empolgou a ponto de deixar de assistir outras séries, interromper temporadas, para dar espaço a tão polêmica produção original da Netflix. E minha intuição não me enganou. A série é mediana, nada excepcional. E não fosse o tema principal ser abordado da maneira que foi, inclusive e principalmente na divulgação da polêmica, não teria havido todo esse sucesso. Conheço muita gente que assistiu “13RW” por curiosidade e achou a série chata, já outros adoraram. Repito, para mim é mediana. Não a classifico como chata, mas com falhas no roteiro e direção, o que fez com que alguns dos 13 episódios ficassem arrastados. Em seis episódios, oito no máximo, a trama seria bem desenvolvida e os tópicos em questão seriam assimilados da mesma forma.

Se a curiosidade do público não tivesse sido estrategicamente despertada, “13RW” seria colocada como mais uma produção para adolescentes. Aliás, numa primeira impressão você até pode achar que é uma série para adolescentes. Não se engane. É para todas as idades, desde que você assista com a atenção devida aos problemas que são apontados.

A mais comentada nas redes sociais

Com toda a discussão que despertou, a série se tornou a mais popular da Netflix desde sua criação, e a mais comentada nas redes sociais e rodas de debates e discussões, sobre os temas apresentados, desde sua estreia em 31 de março. Discutimos o assunto em meu programa de rádio - “Conexão”, na Colônia FM 87,5 - com um retorno surpreendente do público ouvinte. O tema mais destacado na produção é o suicídio entre jovens, além de estupro, violência física, e todo tipo de abuso, que incrementa o pacote do famoso bullying. A coisa tomou uma magnitude tão surpreendente que grupos de apoio, psiquiatras, psicólogos, terapeutas, entre outros, se pronunciaram a respeito, principalmente sobre o suicídio, ponto principal da primeira temporada da série. Conversei com uma amiga integrante do CVV (Centro de Valorização da Vida) Márcia Caldas, que não só participou do meu programa, como passou informações importantes para a coluna.

Márcia: - Assisti à série “13 Reasons Why”, com um misto de apreensão e interesse, pois aqui no Brasil o suicídio é considerado, pela OMS (Organização Mundial da Saúde), um caso de saúde pública, sendo alto o índice na faixa entre 15 e 25 anos de idade, e o roteiro que trata do suicídio de uma jovem do ensino médio e toda a história de bullying, assédio sexual e outras pressões que a estimularam a esse desfecho. O Centro de Valorização da Vida foi procurado pelo Netflix para autorizar a veiculação ao final do seriado, os contatos do mesmo. O que não era necessário. A OMS recomenda a veiculação dos contatos de apoio em casos dessa natureza (séries, filmes, documentários), pois o CVV realiza um trabalho de prevenção do suicídio e apoio emocional de caráter de utilidade pública. E foi o que aconteceu. Além da sensibilização e conscientização sobre as questões ligadas ao suicídio, trouxe visibilidade sobre o serviço de apoio emocional do CVV, com aumento de 55 e-mails diários para 300, sendo que 100 pessoas mencionaram a série, nos primeiros dez dias de abril, aumentando também o número de visitas ao site www.cvv.org.br, de 2.500 para mais de 6.000, no mesmo período.

Márcia Caldas concluiu dizendo que o presidente do CVV, Robert Paris, orientou aos pais observarem qualquer mudança de comportamento nos jovens e sempre manter o diálogo aberto.

Cena de suicídio desnecessária 

Se tem glamour ou não em torno do ato final, fica por conta de seu julgamento e entendimento. Eu pessoalmente achei a cena de suicídio desnecessária. Não porque nunca havia sido mostrado algo do gênero na TV ou cinema. Mas pela condução do roteiro, onde a personagem principal, para alguns, dá o entendimento de que tirar a própria vida é algo banal e até divertido, do ponto de vista da “vingança” em relação às pessoas que supostamente a levaram a se matar.

Para finalizar tem a boa notícia para os fãs de que a série foi renovada para sua segunda temporada. Isso já estava mais do que claro. Afinal, a primeira temporada terminou deixando muitas pontas soltas. O primeiro teaser foi liberado. Quem divulgou foi a cantora Selena Gomez, produtora executiva da série, em seu Instagram com a legenda: “A história não acabou”. A cena mais tensa do final foi quando um dos personagens que mais sofre buylling aparece reunindo diversas armas. Tudo dá a entender que o tema principal da próxima temporada será sobre um tiroteio no colégio onde é ambientada a trama. Mas quem se tornou fã de carteirinha de “13 Reasons Why” vai ter que esperar até o início de 2018.

A série foi baseada livro de mesmo nome escrito por Jay Asher, publicado em 2007 e esteve durante oito anos na lista de best-sellers do jornal “The New York Times”. Mas não se anime, achando que vai correr na livraria e comprar o segundo volume, pois não tem. No “Clique & Confira” tem alguns sites com curiosidades interessantes, como comparações entre o livro e a série. Até a próxima!

> Clique & Confira: Teaser da segunda temporadaCuriosidades 1Curiosidades 2

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De segunda a sexta-feira, você curte o programa "Conexão", com Silvaninha Medeiros e Mikatsu Tanaka. Das 13 às 14h, tem música, informação, dicas e muita descontração. Se ligue, compartilhe, conecte-se! Colônia FM 87,5.

Por Silvaninha Medeiros  –  silvaninhamedeiros@live.com

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