Publicada: 28/09/2017 (21:33:57) . Atualizada: 07/10/2017 (01:12:35)
(Foto: Divulgação)
Ela está impecável: Elisabeth Moss (Ofred/June) levou o Emmy Awards 2017 de melhor atriz
Para muitos, o Emmy Awards 2017 saiu do lugar comum e premiou as produções que realmente mereciam. A maioria dos fãs ficou feliz com os resultados. As expectativas nos últimos dias antes da premiação, se voltaram para “The Handmaid´s Tale”, quase que com unanimidade. O lobby feito por lá foi impressionante, não só para a série do site de streaming Hulu, como também para as outras concorrentes. Independente disso, embora eu tenha torcido para “Westworld” (série) e “Feud: Bette & Joan” (minissérie), a consagração de “The Handmaid´s Tale” (série) e “Big Little Lies” (minissérie) foi merecida. Na coluna desta semana vamos dar destaque para “The Handmaid´s Tale”, que foi premiada com seis troféus das categorias principais, incluindo o de melhor série dramática, melhor atriz dramática para Elizabeth Moss e melhor atriz coadjuvante para Ann Down.
Fiz meu dever de casa e maratonei a primeira temporada. Já conhecia a obra (vi o filme). Sim. Tivemos um filme há quase 30 anos (1990), uma ópera (2000) e agora a série de Bruce Miller. Todos são baseados em romance de Margaret Atwood, de 1985. Pelo que me lembro, o filme com Robert Duvall não é nada diferente no roteiro do que foi apresentado nesta primeira temporada de “The Handmaid´s Tale”. Aqui no Brasil tivemos o título “A decadência de uma espécie”. É claro que um filme tem outro formato. A série pode ser trabalhada com calma e ser mais explicativa, explorando personagens principais, secundários e subtramas. E isso foi feito de maneira bem detalhada em “The Handmaid´s Tale”. O que ficou parcialmente no ar claramente está alinhado para a próxima temporada. Antes ou depois da série, comparações à parte, o livro e o filme valem sua atenção. Como fã de Robert Duvall, o filme está na minha coleção.
Susto e medo
Imagine-se numa sociedade totalitária, calcada no fanatismo religioso, principalmente, num futuro bem localizado e atual. Já sabemos que toda e qualquer ação que segrega não traz nada de benéfico. E a distopia apresentada em “Handmaid´s Tale” (O conto da Aia) apresenta essa ideia tão bem que em muitos momentos chega a assustar e dar medo.
É nesse ponto que destaco uma das premiações do Emmy. A estatueta de melhor atriz coadjuvante para Ann Dowd foi muito merecida. Ela e Elisabeth Moss (Ofred/June) - melhor atriz - estão impecáveis em suas personagens. Ann está num ritmo que não há sequer um aparição dela que não seja marcante e/ou assustadora. Ela nos faz imaginar o pesadelo real de quem está nas mãos da cruel tia Elisabeth. A personagem tem um fanatismo tão profundo que em certas cenas chegamos quase a sentir uma certa ternura em sua frieza sombria. Ann está grandiosa. Essa é a palavra para defini-la. É a minha preferida.
Mulheres escravas (e reprodutoras)
A série mostra um universo tão sufocante, abusivo e despótico, onde mulheres férteis são tomadas como propriedade do governo, com a justificativa de que foram criadas por Deus apenas para reproduzir. Convenientemente (como sempre) a palavra de Deus é distorcida e deformada, num momento em que as taxas de fertilidade estão baixas em todo o mundo por conta da poluição e de doenças sexualmente transmissíveis. As mulheres férteis são treinadas como escravas para servirem seus senhores como reprodutoras. Por conta disso, perdem seu direito de ir e vir. Não podem pensar, desejar ou viver livremente.
A questão da condição sexual, por exemplo, é determinante em penas severas e execuções. A vigilância da maioria oprimida é desesperadora. E Elisabeth Moss mostra em suas expressões faciais e reações esmagadas, de tão contidas, todo essa agonia excruciante a que as mulheres estão expostas.
Esse é um resumo do que você vai vivenciar nos dez episódios da primeira temporada. Como adiantei na coluna anterior, “The Handmaid´s Tale” será exibida por aqui pelo Paramount Channel, a partir de outubro. Essa com certeza está na lista das imperdíveis.
Até a próxima!
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