(Fotos: PoeArt Editora) 

No teatro do Sesc-BM (Serviço Social do Comércio de Barra Mansa), em uma tarde de quarta-feira, 1 de novembro, aconteceu o Encontro Literário com estudantes e demais formadores e opiniões. O evento contou com as presenças dos consagrados escritores Flávio Carneiro e Roseana Murray (abaixo uma gentil entrevista que nos foi concedida por ela), tendo a mediação do também escritor Daniel Ribas. O bate-papo descontraído e irreverente de ambos foi pautado com suas vivências e experiências, que muitas vezes resultaram em seus escritos. Cada qual com seu gênero literário vem conquistando leitores, apreciadores e até mesmo inspirando novos autores que surgem ou podem surgir, tendo o encanto e a magia do fazer literário como pano de fundo para suas histórias ora fictícias ora reais... 

Roseana Murray é autora de livros de poesia e contos para crianças, jovens e adultos. Graduada em língua e literatura francesa pela Universidade de Nancy, por meio da Aliança Francesa. Recebeu ao longo de sua carreira os Prêmios: A.P.C.A, O Melhor de Poesia da F.N.L.I.J (por quatro vezes), Prêmio A.B.L para livro infantil. Recebeu por diversas vezes a láurea “Altamente Recomendável” da F.N.L.I.J. Faz parte da Lista de Honra do Organismo Internacional I.B.B.Y, que abriga os melhores autores de literatura infanto-juvenil do mundo. Trabalha com o Projeto de Leitura Café, Pão e Texto, recebendo escolas públicas em sua casa para um café da manhã literário. Faz palestras sobre a Formação do Leitor. Tem cerca de cem livros publicados. Confira a entrevista:

As cores, os elementos de sua preferência e suas fontes de inspirações?

Gosto de azul. Mas amo os tons de terra, os tons do outono. Gosto de estar dentro da natureza, longe das grandes cidades. Gosto de silêncio.

Diante da crescente relevância das mídias digitais, que novo cenário, em sua opinião, se desenha para a literatura, em especial para a literatura infanto-juvenil?

Não sou especialista. Não sei o que acontecerá. Acho que a escola tem um papel fundamental para a sobrevivência do livro em papel. 

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"Tudo pode servir para começar um poema. Uma palavra, uma frase, um acontecimento, uma paisagem".

(Roseana Murray)

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A constante crítica de que somos um país de poucos leitores interfere de alguma forma em sua atividade? 

Eu tenho leitores, pois meus poemas estão em muitos didáticos. Eu escrevo e tento publicar o que escrevo. Não fico pensando se terei leitores ou não, se é isso o que os leitores querem, se estou na moda ou não. Simplesmente escrevo. 

O que a literatura de mais satisfatório lhe proporciona?

Tudo. Nunca vivenciei a experiência de não ser leitora. 

Qual é a função da literatura na sociedade?

A de criar um leitor crítico. Que possa ler e entender e pensar e quem sabe ajudar a sociedade a se modificar. A literatura nos dá força e autoestima.

Fale do seu importante projeto de incentivo à leitura.

Tenho um projeto que se chama Café, Pão e Texto, na minha casa, onde recebo escolas públicas para um café da manhã comigo. Lemos poemas e conversamos sobre os mais variados temas. É todo financiado por mim e o meu retorno é a felicidade das crianças e jovens quando estão aqui. É um Clube de Leitura também na minha casa. Indico um livro e nos reunimos de dois em dois meses para discutir o livro. Ofereço um almoço.

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