(Fotos: Divulgação/PoeArt)
Em 10 de maio, uma quinta-feira um pouco até aventureira, porém bem gratificante e inspiradora, tivemos a grande alegria e a satisfação de fazermos as entregas das Homenagens à notável escritora Roseana Murray, nossa atual Homenageada em Livro. Nosso Encontro foi no Vale do Pavão, em Visconde de Mauá, lugarejo aconchegante, cercado pela natureza e muitas inspirações!
Esta “IV Coletânea viagem pela escrita” é o resultado do IV Concurso Nacional Viagem pela Escrita - 2017, que teve a participação de escritores de vários estados brasileiros. Conforme o regulamento, uma comissão avaliadora, formada por nomes do meio local, classificou cinco poesias em primeiro lugar. Os mesmos, assim como os demais autores que tiveram mais de uma poesia classificada entre as melhores, foram convidados a participar do livro pelo sistema de cooperativismo. Essa antologia reúne 50 escritores de 15 estados brasileiros - Acre, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe, divididos em duas modalidades de participação: Cinco Primeiros Colocados e Poetas Selecionados.
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“Ela é repleta de doçura, graça e afeto, assim como seus poemas. Sou testemunha. Ganhei a oportunidade de conhecer a Roseana em 2016, a caminho e durante a Feira do Livro de Guaxupé - MG. E tive o privilégio e prazer de musicar sua poesia ‘Roupa suja se lava em casa’, e cantá-la na abertura do evento literário que a homenageou. Foi um sonho. Uma imensidão de alegrias e gratidão”.
(Rafael Clodomiro, poeta e músico)
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Decidimos fazer uma singela, porém justa homenagem (aceita e autorizada) à consagrada escritora Roseana Murray, que tem destacada e importante atividade na área literária no Brasil, evidenciando com atenção e carinho um pouco da sua importante trajetória, deixando assim registrada em um capítulo especial (com dez páginas) desse livro e na história da literatura brasileira. Nesses 12 anos de produção literária, este é o 44º livro editado pela PoeArt Editora de Volta Redonda. No capítulo em sua homenagem temos uma entrevista com ela, poemas selecionados por Luiz Otávio Oliani, comentários de: Elisa Lucinda, Salgado Maranhão, Ana Maria Machado, Affonso Romano de Sant´Anna e daqui de Volta Redonda, deste colunista, Rafael Clodomiro e Regina Vilarinhos. Com orelhas de Flávia Savary e Luiz Otávio Oliani.
A poesia de Roseana Murray é harmoniosa, encantadora, joia rara, transmite luminosidade própria, nos abraça com leveza e delicadeza profunda. Emite sons da natureza: cachoeira inspiradora, o voo das borboletas, o cantar dos pássaros em revoada. De fala atenta e preocupada, chega, conquista o público infanto-juvenil e adulto com seus versos curtos, porém tão bem construídos, costurados fio a fio. Com certeza ficarão eternizados na lápide de nossas memórias!
De leitora à amiga
(Regina Vilarinhos, poeta)
Conheci os versos de Roseana Murray quando tinha 15 anos, no livro “Classificados poéticos”. Eu já amava muito poesia, mas não conhecia nada como a obra de Roseana. Não conhecia a leveza e lindeza de escrever assim, especialmente para crianças:
Colecionador de cheiros troca
Um cheiro de cidade
Por um cheiro de neblina
Um cheiro de gasolina
Por um cheiro de chuva fina
Um cheiro de cimento
Por um cheiro de orvalho no vento.
Um tanto de luz que carreguei desde então, e pude entender que poesia é liberdade, é o caminho íntimo do pensamento, e não necessariamente triste e densa. Poesia é para embelezar. Nos versos de minha querida amiga, vi uma infância desconhecida, bela, deixada
entre os medos que me construíram, até aquele momento.
A internet fez com que nos aproximássemos e posso “à distância” compartilhar de seus caminhos, projetos, viagens poéticas. Mais de 40 livros publicados, sempre acompanhada de ilustradores incríveis. A leitura de seus poemas é um convite, é uma combinação de passeios pela infância, seja ela de 30 anos atrás ou de crianças de hoje. Ela me desperta para a meninice que a poesia pode e deve ter.
Imagino a casa de Roseana, a Casa Amarela, se transformando num lindo pote de ouro, no fim do arco-íris, um espetáculo colorido que é fazer da leitura motivo de encontro e trocas. Sorte de quem pode compartilhar os cheiros e o ronronar de seus gatos, em meio ao sabor delicioso de ouvir seus versos.
Arquiteta de sonhos, construiu para mim um teto, onde posso guardar poesias, os livros que amo, me esconder do barulho do mundo e mergulhar nos sons cheios de infância e alegria.