(Foto: Divulgação)
Narrativa envolvente é reflexiva e emotiva em várias vertentes; vai do tema de fantasmas e aparições, à espiritualidade, paranormalidade, problemas mentais e psicológicos, diante do medo de algo que nos paralisa
O editor chefe do jornal, Cláudio Alcântara, sugeriu “A Maldição da Residência Hill” para a coluna. Sou fã do gênero e fiz minha tarefa de casa com muito prazer e maratonei em dois dias os dez episódios desta que é uma das melhores minisséries de terror que assisti nos últimos tempos. Sempre digo que gosto do que me assusta e convence. Pode ter certeza de que me assustou bem e convenceu muito. Sem dúvida todos os elementos sobrenaturais e paranormais foram muito bem construídos e deram a tônica perfeita e necessária para o terror quase tocar o real para o espectador, até mesmo o mais cético. É claro que a escolha acertadíssima do elenco também foi um dos principais pontos para o resultado final satisfatório da produção original da Netflix. A aposta no gênero terror pelo site de streaming veio forte neste fim de ano.
Em relação ao elenco destaco o veterano Timothy Hutton (Hugh Crain no tempo presente) - sem desmerecer o Hugh Crain do passado; Henry Thomas - Oliver Jackson-Cohen (Luke Crain adulto) e Victoria Pedretti (Nell Crain adulta), minha personagem preferida. As crianças foram muito bem dirigidas e o nível seguiu equilibrado nos dois tempos da história.
Tudo começa quando a família Crain se muda para a Residência Hill com o objetivo de reformá-la e revendê-la. Mas no momento em que entram na casa o casal e seus cinco filhos começam a sofrer influências de fantasmas e outras alucinações. Vinte anos depois um acontecimento trágico reúne a família, e todos têm que mais uma vez lidar com as consequências do tempo aterrorizante em que viveram na mansão e que interferiu diretamente em suas vidas.
Adaptação do livro “A Assombração da Casa da Colina”
“A Maldição da Residência Hill” foi criada por Mike Flanagan a partir de adaptação do livro “A Assombração da Casa da Colina”, de Shirley Jackson, de 1959. Flanagan assina filmes do gênero como “O Espelho”, “Hush: A Morte Ouve”, “Ouija: Origem do Mal” e “Jogo Perigoso”. O livro já foi adaptado para o cinema duas vezes, “Desafio do Além”, em 1963, e “A Casa Amaldiçoada” de 1999, definido pela crítica como patético.
Se você ainda não assistiu à minissérie, saiba que as adaptações anteriores nada têm a ver com o trabalho irretocável de Flanagan. Ele nos leva a uma história muito bem costurada em quase dez horas de duração, que, segundo definiu muito bem nosso editor chefe, vai além do terror. A narrativa envolvente é reflexiva e emotiva em várias vertentes. Você vai do tema de fantasmas e aparições, à espiritualidade, paranormalidade, problemas mentais e psicológicos, diante do medo de algo que nos paralisa.
Acho que o grande diferencial de Mike Flanagan ao assumir a “A Maldição da Residência Hilll” foi sair dos clichês das demais produções de terror. Sem exageros, sem apelações, com o devido espaço para a subtrama dos dramas íntimos e familiares de cada personagem, não temos sangue jorrando para todos os lados e nem figuras bizarras fora de contexto, com o intuito de “assustar” gratuitamente, a qualquer custo.
“A Maldição da Residência Hill” é terror que dá medo do início ao fim, como há muito não se vê na telinha. Detalhe: Flanagan dirigiu todos os episódios. Se vai ser renovada? Mike Flanagan declarou que está interessado na ideia de antologia, na qual alguns atores retornam para interpretar personagens diferentes, como acontece em “American Horror Story”, onde cada temporada traz uma história independente.
Até a próxima!
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