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I Felivre/Cederj cumpriu seu objetivo: o exercício pleno da convicção de defender o “direito à literatura” e à leitura
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A I Feira Literária de Volta Redonda, promovida pelo Cederj, foi realizada em 24 de novembro, das 9 às 17h, no setor Azul do Estádio de VR, como evento piloto e dentro da I Semana de Ciência e Tecnologia (IFRJ/Cederj). E no espírito de divulgação e fazer andar a palavra, a cidade pôde desfrutar de inúmeras atividades: palestra, oficina, contação de histórias, café com letras, exposição de livros e de obras de autores locais e convidados, venda de livros e souvenir relacionados a projetos que têm no livro literário uma referência.
Por intermédio da incansável diretora do polo, Darcy Ribeiro, professora Neusa Magaly, foi possível dar forma ao que antes era apenas uma sugestão como parte de um sonho. O evento teve a curadoria da professora e escritora Angeli Rose(Cederj/UniRio); contou com a infraestrutura da “Semana” e a equipe de apoio formada por alunos dos cursos de graduação oferecidos pelo Cederj, da Fundação Cecierj (Centro de Estudos Superiores a Distância), coordenados pela professora Neusa. Também recebeu apoio da padaria Madrigal, para o café oferecido a convidados e visitantes; da Veredas, que instalou um estande de venda de livros de diversos gêneros, cuidado pela simpática Vanessa, funcionária da livraria de propriedade da querida Solange Whehaibe, que prontamente topou a ideia quando solicitada. O apoio do Cederj com o transporte para os autores convidados do Rio de Janeiro; e o apoio da Adopead-RJ/SSIND - Andes com a complementação de transportes intermediários e diárias para alguns convidados, foram iniciativas fundamentais para viabilizar o evento.
Tivemos, então, a abertura com a coordenadora das graduações, professora Letícia, algumas palavras proferidas pela mesa, que, além da diretora do polo e da curadora do evento, trouxe do Rio de Janeiro a jornalista e escritora Lúcia Helena Issa, que tem realizado palestras pelo mundo contando sua experiência em campos de guerra e de refugiados. Logo a seguir, surpreendendo a todos com a beleza de uma estética performática, tivemos a audição e visualização da sessão do vídeo “Luzia”, de autoria do poeta Marcio Castilho (de Volta Redonda), sobre o incêndio do Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro. Concomitantemente, a exposição e venda de livros foi aberta e, ao sabor de um delicioso café, pudemos pouco depois continuar nossas atividades com a escuta da sabedoria sensível da jornalista Lucia Issa, entrevistada por Angeli Rose, numa roda informal, porém, acolhedora. Lúcia sensibilizou a todos com o depoimento dado sobre a força das mulheres refugiadas da guerra da Síria.
Em seguida, tivemos a contação de histórias na tenda levantada para a atividade e adornada pela professora e escritora Mariza Carvalho, convidada de São José dos Campos. Com seu método bem singular, envolveu todos na história da Sereia e do Pescador, para em seguida falar um pouco sobre os personagens que têm inventado em seus livros, ante as perguntas de todos curiosos com seu talento imaginativo.
Na travessia das palavras encantadas e mágicas da literatura em estado de poesia, fomos convidados a conhecer um pouco do Projeto Preguiça, que a professora Shery e seu sócio Jeferson apresentaram com graça e leveza. De Resende, a pesquisadora trouxe a certeza de que lutar pela conscientização da importância do bicho Preguiça entre nós é também exercer a cidadania plenamente no século XXI.
Paralelamente, algumas autoras como Claudia Moraes e Natalia G. fizeram seus lançamentos e autografaram suas obras expostas. Mas chegou um momento já esperado a essa altura: o almoço oferecido pela equipe do polo. Fomos convidados a ocupar a mesa longa em forma de U, que continha em seu centro a linha tênue entre a gula e a refeição sóbria. Foi-nos servido um delicioso salpicão ao molho verde, que fez muita gente sair do regime!
Na parte da tarde, começamos com a oficina de Cineclube Virtual, ministrada pela professora Fernanda Cavalcanti, que a partir da sugestão de um jardim imaginário passou um vídeo autoral sobre jardins e a infância, o que nos levou aos recônditos lugares da memória pessoal. Em seguida, tivemos a Roda de Conversa de autores, mediada pelo editor e poeta Jean Carlos Gomes, que soube conduzir magistralmente o cruzamento do Sarau e da Roda. A primeira manifestação foi do autor e historiador convidado Angelo Antonio, que contou um pouco do seu processo de pesquisa e composição da memória das localidades que configuram a região, como Vassouras, Resende e Volta Redonda. Muitos contribuíram e abrilhantaram as atividades com perguntas instigantes e com a declamação de poemas autorais e de outros escritores admirados.
E o encerramento da I Felivre/Cederj teve fecho de ouro com o canto de Nicoly, aluna do curso de biologia, que nos brindou com sua voz suave para a letra da canção “João de Barro”. Surpresa antecedida pelo sorteio bem-humorado promovido pela professora Neusa Magaly.
Em breves palavras foi assim a nossa I Felivre/Cederj: muita poesia, contação de histórias e casos, além do exercício pleno da convicção de que defender o “direito à literatura” como nos ensinou o mestre Antonio Cândido e à leitura como nós, poetas, escritores e professores, acreditamos ser de fundamental importância, “vale a pena se a alma não é pequena”.
Esperamos que essa iniciativa seja a força propulsora para que em 2019 Volta Redonda abrace a ideia e realize sua II Felivre/Cederj, mas também apoiada por outras instituições e empresas locais.
> Colaboração de Angeli Rose, professora, escritora e ativista cultural