(Fotos: Divulgação)
Craig Mazin, criador da minissérie, disse em entrevista que tinha na cabeça a regra de nunca exagerar com o intuito de aumentar o drama e o apelo popular em busca de audiência
A minissérie da HBO “Chernobyl” causa um grande impacto desde os primeiros minutos. São várias sensações e sentimentos no decorrer dos cinco episódios, que vão do medo de algum dia passar por algo parecido ao horror de ter uma crua, chocante e assustadora noção do que realmente aconteceu na usina de Chernobyl em abril de 1986, mesmo tendo as nuances de ficção, até mesmo para tentar desmistificar tudo. Quem lembra do maior acidente nuclear da história?
O quarto reator da usina soviética situada ao norte de Kiev, na Ucrânia, explodiu durante um teste de segurança que falhou. A tragédia arrasou a cidade de Pripyat e afetou outras localidades na Ucrânia e na Bielorrússia, que eram parte da União Soviética. A explosão liberou uma quantidade assustadora de radiação na atmosfera da Terra. O acidente matou 31 pessoas em poucos meses e obrigou dezenas de milhares a fugirem. Não há um número exato de mortes por doenças relacionadas à radiação, como vários tipos de câncer. Mas a Organização Mundial da Saúde estima em milhares de vítimas.
Todos os lados, e com muita seriedade
O primeiro episódio começa com uma cena impactante envolvendo o personagem principal Valery Legasov (Jared Harris/“The Crown”), em um salto no tempo de dois anos. Além de Harris, que é um ator excepcional, temos o maravilhoso Stellan Skarsgard (“River”) e a premiada Emily Watson, entre outros, que dão o tom da grandiosidade da produção. A minissérie tenta cobrir com muita seriedade todos os lados da terrível história de Chernobyl - a dimensão terrível do desastre, a omissão criminosa das autoridades soviéticas, o medo que pairava no ar dos oficiais do Partido Comunista e as consequências e efeitos aterradores que atingiram a todos.
Craig Mazin, criador da minissérie, que é sem dúvida uma das grandes sensações de 2019, disse em entrevista que tinha na cabeça a regra de nunca exagerar com o intuito de aumentar o drama e o apelo popular em busca de audiência. Segundo ele, o material para o roteiro já apresentava uma verdade dramática e horripilante o suficiente. Mazin declarou ainda que ele e a equipe ficaram obcecados em acertar nos detalhes. Exemplo disso é o painel de controle da usina, que é idêntico, botão a botão. Assim como as roupas usadas pelos engenheiros e técnicos. Na opinião dele, ser fiel ao máximo em todos os pormenores foi uma questão de respeito a todas as milhares de pessoas que vivenciaram a tragédia. A direção é de Johan Renck (“Breaking Bad”).
Três curiosidades sobre os efeitos da produção
A estreia da minissérie aguçou a curiosidade do público de todo canto do planeta e aumentou em 40% o fluxo de turismo em Pripyat, onde os eventos ocorreram. O livro “As Vozes de Tchernóbil: Crônica do Futuro” entrou na lista dos mais vendidos no Brasil. A autora Svetlana Aleksiévitch ganhou o Nobel de Literatura em 2015 pela obra. E “Chernobyl” ocupa o lugar de série mais bem avaliada no Internet Movie Data Base (IMDb), a maior base de dados do cinema e da TV. A audiência foi surpreendente pelo mundo inteiro.
“Chernobyl” está sendo já está cotada à melhor minissérie de 2019, e é considerada uma das favoritas para concorrer ao Emmy 2019, assim como aos demais prêmios do ano. Na lista oficial das candidatas ao Emmy, temos 15 minisséries com chances de estar entre as cinco que disputam a estatueta. Ao todo são 35 concorrentes. Os integrantes da Academia de Televisão norte-americana já votaram; em 16 de julho será a divulgação oficial das indicações e a cerimônia será realizada em 22 de setembro. Alguém duvida de que “Chernobyl” será indicada? Então assista. A produção é da HBO em parceria com a Sky. Fique de olho na programação dos canais. Até a próxima!
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