(Foto Ilustrativa)
“O que agrada moça é carinho e o que agrada velho é café.”
(Tião Carreiro e Pardinho, in Ditado Sertanejo)
O mineiro, especialmente o do interior, é um poeta por excelência. Nosso anedotário e causos são sempre recheados de poesia e uma boa dose de filosofia também. Um exemplo disso é a queixa que aquele solteirão fazia quando via um magote moças:
“Quanta mandioca prantada
E tanta farta de farinha,
Tanta moça prendada
E meu facão sem bainha.”
Ou daquele tropeiro que chegando ao pouso - no tempo em que havia pousos e tropeiros - ao ver belas meninas à janela, rapa a goela para empostar a voz e recita:
“Pranta, cói e limpa
Torra, soca e coa
O café da morena
É que é coisa boa.”
As meninas, não gostando da poesia, ousadia ou da cara do infeliz tropeiro, respondem à altura:
“Torra merda
E soca bosta,
Que é disto
Que tropeiro gosta.”
Daquele senhor já avançado em anos e problemas eréteis, reclamando da vida dura, ou antes, da falta de rigidez:
“Quando eu era frango novo
Comia mío na mão.
AI! Hoje sou galo véio
E bato com o bico no chão.
Beber é uma arte quando o sujeito é de fato um apreciador da branquinha e de mão no copo o levanta à altura dos olhos e declara seu amor:
“Felizbina, Felizbela
Moça bonita e bela.
Cê me joga na poera, danada!
Mas eu te jogo na goela.”
Uma excelente semana a todos com amor e poesia.