Nos anos 90, na maioria das grandes cidades italianas, se acentuou, principalmente em Milão, o mercado da prostituição nas ruas, principalmente de travestis brasileiras. Algumas vinham movidas pelo seu primeiro sonho que era o peito e a possibilidade de uma vida melhor. Disputavam as calçadas dos melhores pontos da cidade, amparadas por um “cafetão” que supostamente havia contato com as autoridades locais e as protegia das investidas policiais. Muitas das vezes, esses pontos eram controlados pelas próprias travestis, principalmente as peruanas, que eram “documentadas”. Esse era um mercado que tinha uma linha direta com o tráfico de pessoas, para alimentar esse universo fazedor de milionários. Foi esse cenário que encontrei, ao sair do meu país pela primeira vez.