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Estudante que se sente prejudicado para fazer a prova deste ano pode desenvolver diferentes tipos de problemas de ordem mental
Marina Franco
Todos os anos os candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) sentem muita ansiedade em relação à prova. Este ano, porém, muitos estão mais estressados pelas mudanças no ano letivo e na rotina escolar, devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O estudante que se sente prejudicado para fazer a prova deste ano pode vir a desenvolver diferentes tipos de problemas de ordem mental. Entre eles, os mais comuns são a ansiedade e o estresse agudo. Além disso, as constantes preocupações podem impactar no dia a dia do indivíduo, fazendo com que desenvolva algum tipo de transtorno de ansiedade, como, por exemplo, o transtorno de ansiedade generalizada e o transtorno do pânico. Podem surgir também outros problemas como a depressão e a compulsão alimentar, em virtude de uma carga emocional muito grande.
O Enem desse ano vai ser diferente. O motivo é que a pandemia modificou a forma de estudar. Há alunos que não estão conseguindo se adaptar ao ensino à distância ou simplesmente não tem computador. Aqueles que foram mais afetados devido à doença e não estão conseguindo se adaptar ao ensino à distância, por exemplo, vão precisar de um maior apoio de amigos e familiares para que não percam a autoconfiança e consigam driblar as adversidades que estão surgindo.
Para esse momento, a autoconfiança é essencial. Caso venha a desanimar, corre o risco de impactar diretamente nos objetivos e desempenhos. Assim, a dificuldade real de não ter acesso a alguns conteúdos se somará a uma crença de falta de capacidade. Isso gera um ciclo que, por si só, tende a produzir os resultados que eles mais temiam. É o que chamamos do poder do pensamento positivo, se não acreditamos em nós mesmos, agimos como se não fôssemos capazes e acabamos por gerar o que temíamos. Os candidatos precisam acreditar neles.
Para quem está precisando de ajuda para ter autoestima e acreditar que é possível chegar lá, é fundamental que pais e amigos se mostrem e estejam presentes oferecendo apoio emocional e ajuda nos estudos, mesmo que através de videochamadas.
Candidato, lembre-se de valorizar cada conquista alcançada, focando no processo e não no resultado. Aconselho que crie uma rotina de estudos com pausas e divisão de tarefas grandes em menores (ou subtarefas) para que sejam mais possíveis de serem concluídas com sucesso, o que vai gerar uma motivação após a realização. Converse com colegas que estão na mesma situação ou ex-alunos sobre inseguranças que tiveram para ter expectativas realistas.
Também questione os pensamentos aliados à ansiedade quando aparecerem, lembrando que os nossos pensamentos são apenas pensamentos e não a realidade. Respire e procure se manter tranquilo. Treine o pensamento positivo, pois o que pensamos tem o poder de criar realidades. Acredite nisso! Tente prever situações que poderiam dar errado na hora da prova e pensar no que faria para reverter. Talvez na prova possa dar aquele “branco”, tentar pular a questão até lembrar do conteúdo ou nesse momento manter a calma. Essa preparação irá te ajudar a lidar com possíveis cenários ruins. Por último, tenha uma rotina de sono saudável. Estude, acredite e boa prova.
> Marina Franco é psicóloga formada pela Universidade Federal de Sergipe; especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pelo CTC VEDA em São Paulo; mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP; realiza atendimento presencial e online. Tem experiência no atendimento com adolescentes e adultos.