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Educação Básica

Vamos falar de Química para as crianças?

Há uma grande necessidade da conversa entre pedagogos e químicos a fim de um Ensino de Quimica que seja determinante para futuros cidadãos críticos e competentes nos possíveis impactos e benefícios dessa e de outras Ciências

Educação  –  13/07/2020 21:47

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(Foto IIustrativa)

Com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a reforma do Ensino Médio, o chamado Novo Ensino Médio, a Química, a Física e até a Biologia passam a ser vistas apenas como Ciências da Natureza, esvaziando cada vez mais essas áreas do conhecimento

 

Os estudantes que se encontram na Educação Básica apresentam uma grande dificuldade em Química, por não perceberem a validade ou o significado do conhecimento apresentado. Isso muitas vezes acontece devido à baixa contextualização com que os conteúdos são trabalhados em sala de aula, tornando o ensino distante, asséptico e difícil, não despertando o interesse e a motivação dos alunos. Não é raro a Química ser resumida a uma lista de conteúdo que deixa lacunas na formação de uma cidadania ativa nos educandos.

Não são recentes as preocupações em relação à ineficiência da formação em química ao longo do ensino fundamental. Em geral, os professores que trabalham com os conteúdos de ciências durante a Educação Básica alegam possuir pouca formação para ensinar Química.

A Química começa a aparecer na Educação Básica, nos livros textos, no 9º ano do ensino fundamental, ao longo de um semestre, inserido na disciplina de ciências. Essa organização escolar dá a impressão de que a Química só é, e pode ser, ensinada a partir dessa idade/série, restringindo a possibilidade de se usar a palavra Química quase ao final da Educação Básica. Contudo, em outros momentos são ensinados conteúdos como a água, o ar, o solo. Vale perguntar: Esses temas não são assuntos de Química?

Com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a reforma do Ensino Médio, o chamado Novo Ensino Médio, a Química, a Física e até a Biologia passam a ser vistas apenas como Ciências da Natureza, esvaziando cada vez mais essas áreas do conhecimento de futuros profissionais que podem auxiliar a sociedade no futuro, podendo assim ocasionar na falta de futuros profissionais, o que poderia causar dificuldades na sociedade.

Falando mais especificamente da Química, podemos mencionar o fato de que os licenciados nessa área do conhecimento só podem atuar no Ensino Médio, restringido todo o trabalho a um dado segmento da Educação Básica. Mas e se houvesse um esforço? Uma conversa entre licenciados em Química e Pedagogia? E se desde sempre as crianças ouvissem falar e fizessem Química em seu cotidiano?

Há uma grande necessidade da conversa entre pedagogos e químicos a fim de um Ensino de Quimica que seja determinante para futuros cidadãos críticos e competentes nos possíveis impactos e benefícios dessa e de outras Ciências. É urgente a necessidade da escola vencer as barreiras disciplinares e proporcionar um diálogo entre os diferentes saberes sem hierarquização.

E como as crianças receberiam a Química? Quanto a elas, não tenho preocupação. A curiosidade inata e o prazer da descoberta já são o suficiente no pleno entendimento da Química que não seja preocupada em conceitos complexos que nem deveriam estar na Educação Básica, e sim nas especializações, tendo em vista que a escola já não forma mais mini-cientistas, mas uma sociedade que é capaz de criticar e avaliar os caminhos da área científica, e isso só é possível se iniciarmos com as crianças. 

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Por Lucas Guimarães  –  lucaspegui@hotmail.com

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