Já ouviram falar no Tio Sam? Esse símbolo nacionalista estadunidense foi muito usado no período de guerra, a fim de procurar mais comprometimento dos jovens do país. A figura 1 (abaixo) representa bem essa personificação nacional do comprometimento dos Estados Unidos na guerra anglo-americana de 1812.
Começo o texto lembrando do emblemático Tio Sam para dizer que precisamos de uma personificação assim para os jovens. Não me refiro a uma figura alienante e sem crítica, como o referido símbolo estadunidense, afirmo que precisamos levar o entendimento que precisamos dele no Exército da Ciência.
Quero chamar de Exército da Ciência aquele que busca soluções para a resolução de conflitos de modo criativo e integrado com a natureza, a fim de buscar a sustentabilidade tão necessária para a nossa sobrevivência no planeta Terra.
Motivar os jovens para o estudo da ciência não é tarefa fácil, durante muito tempo ela foi discutida apenas por uma elite intelectual sem qualquer cuidado em ser compreendida pela sociedade. O fazer ciência sempre foi para poucos, o que levou às práticas descontextualizadas da realidade e servindo ao interesse de poucos.
O ano de 2020 modificou o mundo todo, viver em uma pandemia nos faz refletir em muitas novas ações para esse “novo normal”. Podemos afirmar que esse novo normal deve ser principalmente “regado” de um novo olhar do jovem para as ciências.
Acostumado com um acumulado de conceitos em que ele teve que decorar, hoje a ciência tem um vírus para vencer e apresenta mais perguntas do que respostas. Esse é um processo natural da construção do conhecimento científico, contudo, muitos estão se agarrando às chamadas fake news em busca de uma verdade mais conveniente, e acabam atacando de forma alienante os processos científicos que estão sendo construídos.
Precisamos de uma geração de jovens que encare a ciência na busca de mais perguntas do que respostas, e que, principalmente, não perca a curiosidade que é tão comum na criança, e que o prazer da descoberta seja preservado em cada um deles.