(Fotos: Divulgação)
"A linha de criação desse trabalho às vezes torta, às vezes mal
traçada, sinuosa, enrola as ideias e traz um fio para o novo, criar"
Nove obras num misto de instalação, esculturas e telas. "Entrelinhas - Criando e bordando", de Sergio Garloppa, foi concebida, criada há seis meses e as obras se materializaram nesta semana. O processo de criação surgiu a partir de um conceito. A abertura será nesta quarta-feira, 6, às 20h, na Galeria de Arte Cílio Bastos, em Volta Redonda, e a visitação poderá ser feita até o dia 22.
- Todas as obras são criadas virtualmente, como um verdadeiro croqui, mas perdem muito pouco na materialização, todas foram materializadas há uma semana - diz o artista plástico, produtor artístico/cultural e multimídia, com atuação em diversos segmentos da arte.
O carioca que mora em Volta Redonda há 19 anos é atuante nas manifestações culturais na cidade e autodidata.
Confira a entrevista com Sergio Garloppa
Como e quando surgiu a ideia dessa exposição?
Nada verdade a ideia surge no encontro com o material, não em um momento exato, é um materializar de várias ideias que aconteceram pra trás, então não tem um momento, culminou agora, mas várias ideias aconteceram até mesmo antes da exposição anterior. Esse trabalho da "Entrelinhas" ou "Entre Linhas" acontece agora, entre a exposição anterior e a que já está sendo construída, pensada para uma próxima exposição, que não sei quando vai acontecer.
Por que a escolha desse nome? Foi ideia sua? Como ele veio?
O processo de criação, quando penso numa exposição, se sustenta primeiro em um conceito, e o conceito são as entrelinhas ou entre linhas do momento, linhas que se cruzam, linhas da vida, do horizonte, o cordão umbilical do mundo, as cordas bambas que se impõem a cada instante. A linha de criação desse trabalho às vezes torta, às vezes mal traçada, sinuosa, enrola as ideias e traz um fio para o novo, criar, colocando um ponto nem sempre final, às vezes parágrafo pra nos mostrar os vários pontos que traçam a linha em que vivemos equilibrados ou desequilibrados, sem vírgulas, traçando e tramando novas linhas.
Esse trabalho mantém a proposta de ser um misto de exposição e instalação num diálogo constante com o espectador?
Isso é uma característica do meu trabalho, esse questionar o exposto.
"A ousadia da arte, a cada dia, clama por romper paredes; as obras estão
buscando cada vez essa interferência e interação com o público, deixando
de ser contemplativa e se tornando cada vez mais questionadora"
É possível traçar um paralelo entre essa atual e sua exposição anterior, "Sombras e transparências"?
Eu acho que se confunde sim, em algum momento reporta alguma coisa. Em "Sombras e transparências", eu apresentei onde as linhas já se faziam presente, "Mulher na chuva", "O chuveiro cultural", entre outras obras.
Muda o local da exposição, muda o conceito de apresentação dos trabalhos? Do Zélia Arbex para a Cílio Bastos, o que altera na hora de pensar em como montar a exposição?
São galerias e estruturas diferentes, mas acredito que tenham que ser repensadas como Espaço, pra essa nova forma de olhar e fazer as artes. A ousadia da arte, a cada dia, clama por romper paredes. As obras estão buscando cada vez essa interferência e interação com o público, deixando de ser contemplativa e se tornando cada vez mais questionadora.
Mais ou menos 1 ano se passou da exposição anterior. Você já pensa em novos projetos?
Os projetos estão sempre sendo criados e antes mesmo de terminar um projeto o outro já começou. Talvez até mesmo antes de todos já materializados.
Serviço
> Entrelinhas - Criando e bordando - De Sergio Garloppa. Abertura: 6 de agosto, às 20h, na Galeria de Arte Cílio Bastos. Visitação: de 7 a 22 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 9 às 15h. Espaço Cultural Gacemss, Rua 14, n. 22, Vila Santa Cecília, Volta Redonda. Telefone: (24) 3342-4202.
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