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Olhar Pop

Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Uma Dança Libertadora

Nádia Cianelli, a única professora de tribal bellydance da região

Bailarina e fundadora da Cia. Serpentes do Deserto ensina essa modalidade no Studio Daiane Marques, em Volta Redonda

Entrevistas  –  04/12/2014 12:07

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(Fotos: Divulgação) 

"Aqui na região, o preconceito vem principalmente do não conhecimento do estilo,
que muitas vezes é confundida com dança de índio, ou praticada em centros espíritas"
 

Nádia Cianelli é a única professora e bailarina do estilo tribal bellydance no sul do Estado do Rio de Janeiro. Psicóloga, na dança ela se completa e se liberta. Iniciou seus estudos como um passa-tempo. Começou estudando dança do ventre, onde teve contato pela primeira vez com o estilo tribal. Continuou sua formação em dança do ventre, e estudou o estilo tribal de forma autodidata, uma vez que ainda não havia professores no Brasil. 

- As comunidades virtuais da época me auxiliaram a efetuar contato com outras bailarinas que estavam interessadas no estilo e estudando sozinhas como eu, foi importante para troca de informações - conta. 

Com o tempo começaram a surgir workshops no Brasil, primeiro internacionais, e depois nacionais, e ela foi se aprimorando, como continua fazendo até hoje. Em 2008, começou a lecionar em Resende, e foi a primeira professora e bailarina do estilo no sul do Estado do Rio. Em 2013, foi a vez de Volta Redonda e fundou a Cia. de Tribal Bellydance Serpentes do Deserto, pelo Studio Daiane Marques, onde ensina essa modalidade de dança até hoje. 

Veja uma performance de Nádia Cianelli

Confira a entrevista com Nádia Cianelli 

Você vive da dança, ou tem outra profissão paralela? É difícil viver da dança aqui na região? Em que está trabalhando atualmente?

Não, a dança para mim é uma atividade paralela que me traz prazer, e meu objetivo enquanto professora é proporcionar o mesmo às minhas alunas. Quando iniciei meus estudos, já estava formada em psicologia, profissão que exerço atualmente. Viver de dança no Brasil é difícil, muitas bailarinas precisam dar aulas para sobreviver, e aqui na região - no interior de forma geral - é sim mais difícil. A dança não está presente na cultura ocidental de forma natural e intrínseca e sim como um hobby. E quando se trata de modalidades de dança não clássicas, como dança do ventre, tribal bellydance, dança cigana, entre outros, acaba sendo até mesmo marginalizada pela sociedade de forma geral. 

Como é a sua preparação (física, alimentação, cuidados estéticos) para a dança?

Em relação à alimentação, não cuidados específicos, procuro me alimentar de forma saudável e nutritiva, mas não sigo nenhuma dieta. A preparação física realizo nas aulas, com alongamento e fortalecimento corporal, além de desenvolvimento de consciência corporal. Esteticamente, apenas os cuidados normais de qualquer mulher, cuidar do cabelo, das unhas, pele etc., mas nada fora do cotidiano normal. 

Ainda existe preconceito com quem se dedica à arte de dançar, ou isso é coisa do passado?

Sim, o preconceito ainda está presente. Mesmo para aqueles que praticam as danças clássicas, são sempre vistos como alguém que vive uma realidade alternativa. Para nós que somos de outras modalidades, o preconceito é ainda maior. Em relação ao tribal bellydance aqui na região, o preconceito vem principalmente do não conhecimento do estilo, que muitas vezes é confundida com dança de índio, ou praticada em centros espíritas. 

Geralmente onde são suas apresentações? Já se apresentou em que cidades da região? Dançou em outros estados? Países?

As apresentações geralmente são em eventos realizados por escolas de dança ou eventos particulares. Já dancei em Penedo, Resende, Quatis, Porto Real, Barra Mansa, Volta Redonda, Pinheiral, Barra do Piraí e Vassouras. Fora da região, no Rio de Janeiro, Passa Vinte e Juiz de Fora. 

Você procura estar sempre se atualizando? Onde busca essas atualizações? Quais dançarinos influenciaram no seu processo criativo?

Sim, a atualização é imprescindível. Mantenho contato com várias bailarinas em comunidades virtuais. Por lá, trocamos informações e materiais. Além disso, procuro sempre ir a workshops e cursos intensivos. Bailarinas que sempre me inspiraram foram Ariellah Aflalo, Zoe Jakes, Rachel Brice e o grupo Fat Chance Belly Dance. 

Em sua trajetória, quais os trabalhos você destaca, aqueles que foram mais gratificantes e prazerosos?

Com certeza os melhores trabalhos foram aqueles realizados para amigos e entre amigos, em pequenos eventos, com o intuito de confraternização, nos quais sempre dançamos com muita alegria. 

Gostou da participação na "Quinta Cult"? Acha uma boa ideia as boates abrirem espaço para os dançarinos em suas festas semanais, como fazem com os cantores e bandas?

Minha participação na "Quinta Cult" (parceria OLHO VIVO + Cana Café) foi muito prazerosa, principalmente por estar me apresentando para um público bem diversificado do que costumo ter. É uma ótima ideia as boates abrirem espaço para bailarinos da região, desde que haja um ambiente respeitoso para bailarino e arte, é uma ótima forma de divulgar arte e cultura na sociedade. 

O gênero de dança que você se dedica tem uma função que vai além da artística em sua vida?

Sim, a dança em minha vida é algo que me completa, e dentro do tribal bellydance eu me encontrei, me libertei da casca produzida pela sociedade e pude ser eu mesma. A dança, em todas as suas formas, é libertadora, portanto, ela tem que ser prazerosa para quem a pratica. 

Projetos. O que vem por aí?

Não digo projetos, mas meus objetivos permanecem os mesmos: enquanto bailarina, divulgar a arte tão desconhecida na região e proporcionar às minhas alunas momentos de alegria, prazer, libertação e confraternização, um momento de autoconhecimento através da dança. 

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Serviço
 

> Nádia Cianelli - Aulas: Studio Daiane Marques, Rua 558, nº 70, Aterrado, Volta Redonda, em cima do Restaurante Spoleto. Contatos profissionais: (24) 9-9999-0983, Facebook e blog. E-mail: nadia.cianelli@gmail.com

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Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

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