(Fotos: Divulgação)
Reconhecimento: Cristóvão Villela já esteve em destaque no programa da Fátima Bernardes
Caricaturista de poucos traços e firmes. Um desenho clássico. O professor de arte Cristóvão Villela, além de ministrar aulas de desenho no Gacemss (Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva), em Volta Redonda, faz caricaturas e charges por encomenda pela internet.
- Viver de arte na região é muito difícil, a internet me proporciona a fazer trabalhos para o mundo inteiro, e é de onde tiro o meu sustento - diz.
Villela começou na arte ainda garoto, no "Opção". Aos 16 anos, foi descoberto fazendo caricaturas no clube pelo jornalista Tedesco um dos fundadores daquele jornal.
- Recebi muito apoio do Luiz Alfredo, Rasteiro, Ricardo Monstro e Vicente Melo, depois fui estudar em Belo Horizonte. Lá, não tendo oportunidade de publicações junto com outros cartunistas, entre eles, Aroeira, fundamos um núcleo experimental de humor, onde fazíamos exposições dos nossos trabalhos - conta.
Sem oportunidade de publicações, foi concluir seus estudos no Rio de Janeiro, onde publicou no jornal da faculdade e como colaborador do "Pasquim" por algumas edições. Concluiu seus estudos e retornou a Volta Redonda, encontrando com Vicente Melo, que o levou para o jornal "Primeira Página", depois "Diário do Vale" e de volta ao "Primeira Página".
- Daí fui lecionar arte, e fiquei um longo período sem publicar, até que conheci minha mulher, Tatiana Reis, que me incentivou a voltar a desenhar e fazer caricaturas. Comecei o blog e estou até hoje fazendo caricaturas, charges e quadrinhos por encomenda pela internet - fala.
Veja um dos trabalhos animados do Cristóvão Villela
Confira a entrevista com Cristóvão Villela
"Já fiz mais exposições fora de Volta Redonda do que
na minha cidade, embora tenhamos ótimos espaços"
De todos os gêneros e estilos na sua arte, com qual você se identifica mais?
Gosto muito de fazer charges, mas a caricatura é que tenho mais produzido.
Como você define o seu estilo? Quais os materiais você utiliza em suas obras?
Sou um caricaturista de poucos traços e firmes, tenho uma linguagem gráfica própria. E de visualização agradável. Um desenho clássico.
Como é o seu processo criativo? Você depende de inspiração para criar suas obras? Tem algum ritual para trabalhar?
Você tem que estar sempre inspirado, não tem escolha, mas tem dias que os desenhos saem melhores, as charges saem mais engraçadas, a leitura ajuda no poder de criação.
E temáticas? Você explora temas específicos em séries de suas criações? Ou trabalha com temas variados? Quais?
Os temas são variados, hoje em dia tenho feito uma diversidade muito grande.
Que análise você faz do cenário das artes na região, principalmente em Volta Redonda? Você acompanha os novos talentos?
Volta Redonda tem um celeiro de artistas, e em todas as áreas da arte, não conheço cidade com tantos bons cartunistas como Volta Redonda, mas cada um que dê os seus pulos, os jornais da cidade que poderiam utilizar esses talentos nem fazem o menor esforço, muito por culpa da ditadura capitalista. Chargistas são politizados, o que não é bom para a política. Posso dizer e afirmar que a internet teve um poder de divulgação de nossos talentos maior que tudo.
É difícil para o artista conseguir expor em uma galeria em Volta Redonda? Você acha que temos poucas? Qual seria o caminho para abrir esse espaço de exposições?
Já fiz mais exposições fora de Volta Redonda do que na minha cidade. Temos ótimos espaços. O Salão de Humor é hoje o maior propagador dos nossos novos talentos, acontece uma vez por ano. Poderíamos criar mais espaços, e ter uma valorização maior dos nossos talentos. O Sesc (Serviço Social do Comércio), em Barra Mansa, expõe mais artistas de Volta Redonda do que todos os espaços que temos, com temas bem legais.
Quem te influenciou no seu trabalho artístico? Quais os artistas que mais tocam a sua emoção?
Tenho uma grande admiração pelos cartunistas brasileiros, mas com quem tive mais contato foi o Henfil, foi o que me deu mais atenção. Mas na minha infância gostava de ver os desenhos do Ziraldo, Juarez Machado, Edgar Vasques. Os contatos com os meus colegas sempre foram acrescentados no meu crescimento, falo de Clóvis Lima, Magela, Pedro Dias, Nelson Cruz, que virou artista plástico em Belo Horizonte, Aroeira, o meu aluninho Henrique Tavares e Rafael Alves.
O estudo é importante ou fundamental para o artista? Ser autodidata também é um bom caminho?
Como artista fui autodidata, mas a leitura, as observações, a cultura é claro que fortalecem, é muito importante. E o saber só soma, nunca subtrai. A convivência na faculdade amadurece e te ensina muito. Todo mundo deveria passar pela faculdade.
Gostou da participação na "Quinta Cult"? Acha uma boa ideia as boates abrirem espaço para os artistas como você em suas festas semanais, como fazem com os cantores e bandas?
Adorei participar da "Quinta Cult" (parceria OLHO VIVO + Cana Café), acho que as casas noturnas poderiam sim reservar um espaço para os nossos trabalhos. Seria ótimo, todos ganhariam.
Projetos. O que vem por aí?
Temos muitos projetos, quase todos dependem de patrocínio, mas estaremos elaborando.
______________________________________________________
Serviço
> Cristóvão Villela - Acompanhe as novidades no blog e na página do artista no Facebook.