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Cláudio Alcântara

claudioalcantaravr@hotmail.com

Aulas em Domicílio

Rose Ribeiro ensina teclado para a terceira idade

Aulas, também para crianças, jovens e adultos, são uma vez por semana, com duração de 50 minutos

Entrevistas  –  27/12/2014 09:02

Meses atrás, Rose Ribeiro recebeu um telefonema de uma moça, perguntando se ela dava aulas de teclado para idosos. Imediatamente respondeu: "Claro! Por que não? Ela quer aprender?". A jovem disse que era o sonho da mãe dela, mas em 87 anos nunca teve oportunidade. Hoje, com quase um ano de estudo, aquela senhora toca teclado lindamente. Tem suas limitações, mas também, dedicação e muita alegria. Com isso, a professora resolveu abrir vagas para a terceira idade no curso em domicílio.

Aprender teclado vai além de uma manifestação de arte e cultura. Os benifícios para quem estuda o instrumento, segundo Rose, são inúmeros. Entre eles, melhora a convivência social. Também promove o desenvolvimento criativo, age sobre a memória, estimula o movimento das articulações, aumenta o bem-estar e a qualidade de vida, diminui o estresse e estimula a ação dos dois lados do cérebro, trabalhando a área motora, retardando o processo de envelhecimento. 

Aos 5 anos, Rose morava em Brasília, e o seu pai a colocou para estudar balé e piano com uma professora particular. Aos 15, já morando no Rio de Janeiro, entrou para um conservatório e estudou até os 18. Um ano depois entrou para a Escola Nacional de Música da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde se formou em piano com 23 anos. Estudou com os professores Rute Serrone, Heitor Alimonda, Vera Bertucci e Maria Luiza de Mattos Priolli. 

Confira a entrevista com Rose Ribeiro 

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(Foto: Divulgação)

"A aula de música tem que ser um momento gostoso, alegre, relaxante" 

Como funciona na prática a aula em domicílio? Você leva o equipamento, a pessoa já tem o teclado?

Hoje, todos vivem numa correria muito grande e cheios de atividades. Com isso, achei que a professora indo até o aluno, na sua residência, seria mais cômodo e até mesmo para os pais que trabalham fora fica mais fácil, não tendo que levá-los e buscá-los. Vou até o aluno no dia e hora agendado. As minhas aulas são uma vez por semana com a duração de 50 minutos. Não cobro taxa de matrícula e todo o material usado é por minha conta. Basta somente o aluno ter o teclado em casa, pois o meu método é simples e rápido e já no primeiro dia de aula começamos a dedilhar algumas notinhas. A parte teórica também é dada, mas aos pouquinhos, de forma que o aluno não se canse. A parte prática é dada juntamente com a teórica. As aulas são dinâmicas, o aluno e o professor tocam, cantam, pois, música é alegria. 

Além das aulas de teclado, você trabalha na prefeitura, certo? O trabalho lá é com música também?

Trabalho na Prefeitura de Volta Redonda há 13 anos, na área administrativa. Nada a ver com Música (risos). Trabalho na subprefeitura, na emissão de carteira profissional. Gosto muito de ter contato com o público, conhecer pessoas e também tentar ser útil. 

Durante muito tempo você deu aulas no Gacemss, como foi a experiência?

Puxa! Foi excelente, amei a experiência. O teclado estava no auge! E eu já não tinha mais horários para atender a todos que vinham em busca de aulas de teclado. Crianças, adultos, médicos, empresários, todos com o desejo de tocar um instrumento e a alegria de ver a satisfação quando conseguiam tocar um hino, um pagode, um samba, uma MPB. Hoje, encontro com ex-alunos que estão tocando em casamentos, tocando em festas, dando aulas para crianças e alunos que montaram uma banda. Isso é gratificante. 

O teclado é um instrumento difícil de se aprender? Ele é indicado para pessoas a partir de que idade?

Começamos por um método simples e fácil, de forma que o aluno se empolgue e goste de estar aprendendo. Aos pouquinhos, vamos acrescentando novas técnicas e a parte teórica, mas aos pouquinhos, não podemos complicar, de forma que o aluno desista de aprender. A aula de música, tem que ser um momento gostoso, alegre, relaxante. A partir de 7 anos já é a idade ideal para começar. 

Em quanto tempo, em média, uma pessoa já pode dizer que sabe tocar teclado? E como ela faz para se aperfeiçoar? Existem cursos de nível superior ou só mesmo a prática torna o aluno um profissional?

Isso depende de aluno para aluno. Tenho alunos com sete meses de aulas de teclado que já tocam divinamente, mas tem muita coisa pela frente. Muita técnica, arranjos, enfim, aprender não tem limites. Sim, existem cursos de nível superior. 

Como está o mercado de trabalho para quem toca teclado? É uma atividade que pode ser explorada de que forma? 

Talento e dedicação são dois quesitos essenciais na formação deste profissional. A partir daí, o mercado é vasto. Orquestras, bandas, aulas particulares, escolas de música, enfim. Há também as oportunidades para quem compõe jingles publicitários. Quem gosta, e aguenta a vida noturna, também há mercado para tocar em bares e restaurantes. Além, é claro, de apresentações em casamentos e festas, onde o músico pode faturar um cachê a partir de R$ 120 por apresentação.

Hoje em dia, muito se fala em tecnologia que, acredito, sim, que seja necessária para a própria qualidade da música. Sou muito a favor da técnica aliada à tecnologia, quando o músico consegue, em um instrumento, sequenciar o som do teclado a harpas, violinos e outros efeitos que dão um tom de modernidade à apresentação. No entanto, acredito que a tradição de um simples teclado e de sua essência e naturalidade ainda estejam em alta, pois o talento supera toda a gama de recursos disponíveis pela tecnologia. E nessa tese ninguém perde espaço de trabalho. Eu apoio todos os músicos que se arriscam e que, principalmente, se destacam trabalhando apenas com o teclado. 

Nesses anos de experiência o que você destaca em sua carreira?

Eu leciono piano há 37 anos e teclado há 25 anos mais ou menos. Posso te dizer que nesses anos de profissão muitas emoções eu tive, mas a minha maior emoção foi ver uma aluna minha de 87 anos tocar lindos hinos da sua igreja ao teclado e chorar de alegria. 

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Serviço

> Contatos com Rose Ribeiro - Facebook. Telefones: (24) 9-8809-0273, (24) 3348-8177. E-mail: (rosept@portalvr.com).

Edição impressa

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Por Cláudio Alcântara  –  claudioalcantaravr@hotmail.com

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