Publicada em: 18/01/2015 (07:48:50)
Atualizada em: 16/03/2015 (10:57:17)
(Foto: Arquivo/Olho Vivo)
"Eu procuro levar as artes plásticas mais para o lado da seriedade do que para o lado do hobby"
Lydia de Jesus começou a pintar já na terceira idade. Aos 65 anos. De início, foi fazendo cursos de pintura e artes plásticas. Ela conta que as artes foram um bálsamo. Desde então, participou de várias exposições, tanto individuais quanto coletivas, incluindo uma individual no Clube Monte Líbano, no Rio de Janeiro. Chegou a participar de mostras até fora do Brasil, como Nova York e Espanha. Levar essa experiência para os outros é muito importante, segundo ela.
- Mostrar para as pessoas que nunca é tarde para começar novas experiências - enfatiza.
O seu mais recente trabalho exposto foi no VI Festival de Artes Plásticas de Volta Redonda, em 2014. Foram duas mostras de arte. Uma no Espaço das Artes Zélia Arbex e outra na Galeria Cílio Bastos, no Gacemss (Grêmio Artístico e Cultural Edmundo de Macedo Soares e Silva). Ela expôs obras de uma série intitulada "O enlevo do amor", mostrando casais em momentos de amor e intimidade.
- Foi muito agradável, pois sempre é bom mostrar nosso trabalho em mostras como essas - diz.
Lydia trabalha muito com acrílico e óleo. O estilo é muito variado, embora a maioria de suas obras siga um estilo mais acadêmico.
Confira a entrevista com Lydia de Jesus
Como surgiu a ideia de fazer aquela exposição interativa no shopping, usando um caixão?
Como a intenção daquela mostra era ser interativa, ou seja, o público deveria interagir com as obras, e eu possuía duas telas representando esqueletos, juntei as coisas. A ideia partiu de um tema criado por mim que sugeria o princípio, o meio e o fim, intitulada "Alfa e ômega". Havia também uma tela de uma mulher com um bebê no útero. Depois tive a outra ideia de usar um caixão de verdade para expor as obras dos esqueletos. E assim as coisas foram acontecendo e surgiu a instalação.
(Foto: Arquivo Pessoal)
Lydia e sua obra polêmica: "A censura, infelizmente, ainda é uma realidade no mundo das artes"
O que você queria passar para o público, qual a mensagem? Como foi a reação das pessoas?
A intenção era passar uma ideia ao público sobre a vida, a morte e as suas consequências. Era uma mensagem para as pessoas refletirem sobre esses temas. Tive uma recepção muito positiva do público. A instalação fez um grande sucesso, a ponto de acontecerem filas na entrada do espaço para ver a mostra. Houve, no entanto, a polêmica de uma das lojistas do shopping, que fez a direção do centro comercial retirar a obra de lá, por se sentir ofendida com a minha arte. A censura, infelizmente, ainda é uma realidade no mundo das artes. Mas o público repudiou essa censura, e a prova são as inúmeras mensagens de apoio que foram deixadas lá.
O fato de você estar na terceira idade ajuda ou atrapalha no reconhecimento por parte das pessoas do seu trabalho artístico?
Ajuda muito, me incentiva, me dá forças para fazer mais e melhor. É motivo de muito orgulho para mim.
As artes plásticas para você é coisa séria, ou você dialoga com ela como um hobby, um passa tempo?
Acredito que seja uma coisa séria. Eu procuro levar mais para o lado da seriedade do que para o lado do hobby.
Como nascem as suas obras? Você depende de inspiração, ou é um exercício de disciplina, ou seja, você resolve quando vai produzir e produz?
Por inspiração. Inspiração nos fatos da vida, nas minhas vivências diárias. Há muito o lado da emoção também.
Quais artistas influenciaram e influenciam seu processo criativo e de produção?
Não muitos. A minha inspiração vem da alma. Do meu íntimo.
O que vem por aí?
Por enquanto, existem apenas ideias. Mas espero poder colocá-las em prática em breve.
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Serviço
> Lydia de Jesus - Saiba as novidades no Facebook da artista. Telefones: (24) 9995-5236 e (24) 9-9932-4631. E-mail: lsdejesus@ig.com.br
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