(Foto: Reprodução/YouTube)
“As maiores dificuldades de trabalhar projetos
voltados especificamente para a juventude
são a falta de estrutura e o preconceito”
Seis meses. O jornalista Raimundo Xavier, que é presidente da Associação de Moradores do Bairro 60, assumiu a Coordenadoria da Juventude de Volta Redonda em 1° de junho deste ano. Em entrevista ao OLHO VIVO, ele fala o que mudou, o que já foi feito nesse período e o que vem por aí. Confira:
Embora já estejamos no fim do ano, vale lembrar que o Dia da Juventude (16 de agosto) é comemorado no mundo todo. Há o que comemorar?
Infelizmente, o jovem hoje é a principal vítima da violência no Brasil. Esse problema contagia toda a sociedade porque traz consigo a questão das drogas. É um câncer que precisamos encarar de uma vez por todas. Por isso, considero difícil comemorar uma situação em que os atores principais, no caso a juventude, são uma vítima, mas foi transformada em vilã. Mas não podemos desanimar.
Em Volta Redonda, especificamente, como está o papel da juventude nos campos artístico, social e político?
A juventude hoje no mundo inteiro vive um momento de despertar, seja no campo político, social e artístico. Em nossa cidade temos uma Secretaria de Cultura que vem dando um novo rumo no setor, agindo de forma transparente. Na questão social e política, considero que temos que avançar muito ainda. Apesar da abertura do atual governo municipal, que tem nos dado todo o apoio na Coordenadoria da Juventude, a situação ainda vai levar muito tempo para ficar satisfatória. Existe uma descrença muito grande da juventude com relação à política, e isso é fruto do atual momento que vivemos no país.
Nesse aspecto, qual o papel da Coordenadoria da Juventude em incrementar ações e possibilitar maior engajamento dos jovens nas diversas questões?
O papel da Coordenadoria da Juventude é articular as diversas ações voltadas para a juventude, que já existem em outras secretarias municipais. Atualmente existem ações interessantes na Secretaria de Esportes, Ação Comunitária, Secretaria de Cultura, e outras. O problema é que essas ações estão desarticuladas e muita coisa acaba batendo cabeça com a outra. Não precisamos inventar nada, apenas coordenar esse trabalho.
Você assumiu a Coordenadoria da Juventude com que filosofia de trabalho?
Desde o começo, afirmei que nosso principal objetivo era abrir espaço para que a própria juventude construísse um projeto para a cidade. Nunca quisemos impor, nem trazer nada pronto. Esse é nosso objetivo: não atrapalhar. Deixar a juventude ser a protagonista do seu destino em nossa cidade.
O que já foi implementado desde que você assumiu?
Logo que assumimos, realizamos nossa 3ª Conferência da Juventude, reunindo quase 300 jovens.
Elegemos o novo Conselho Municipal da Juventude, que estava parado há três anos.
Instalamos o Quiosque da Juventude, na Vila Santa Cecília, onde damos todo o suporte de informações e encaminhamento para cursos, estágios e o primeiro emprego.
Realizamos a 1ª Feira de Estágios e Oportunidades, na Vila, com a participação de diversas empresas e instituições que oferecerão cursos, estágios e oportunidades de emprego.
Participamos ativamente da 3ª Conferência Estadual da Juventude, em novembro, quando conseguimos eleger cinco delegados para a Conferência Nacional, que será realizada em Brasília, ainda este ano. Foi a maior participação da história.
E ainda vamos lançar este ano a Tenda da Juventude, que vai percorrer os bairros da cidade divulgando todo o nosso trabalho.
Você está coordenador, ou seja, é um trabalho de base para alçar novos voos? Ou não existe essa meta?
Com toda certeza tenho pretensões políticas. Não sou demagogo e não escondo isso. Mas quero primeiro mostrar meu trabalho e através dele merecer a confiança do povo de Volta Redonda para novos projetos.
Quais as maiores dificuldades de trabalhar projetos voltados especificamente para a juventude?
Infelizmente, são a falta de estrutura e o preconceito contra a juventude. A juventude é sempre o patinho feio de qualquer prefeitura ou governo. Fazem as coisas para inglês ver.
Qual a estratégia para conseguir um diálogo simples, fácil e prático, atraindo os jovens para as iniciativas da CJ?
É simples: Você tem que jogar aberto. Ser transparente e não enganar a juventude. O que dá para fazer, dá. O que não dá, não dá. Simples. Honestidade e transparência.
>Contato com a Coordenadoria da Juventude de Volta Redonda: (24) 9-9994-1515. Facebook.