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Pau Pra Toda Obra

Chico Vibe - Entre risos e aplausos

Humorista da cidade de Porto Real escreve e edita seus próprios textos; promove e produz seus espetáculos e ainda dá suporte técnico a si mesmo

Entrevistas  –  27/03/2020 12:04

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(Fotos: Divulgação) 

 

“O Chico Vibe fora do palco gosta de ficar sozinho, pensando escrevendo, gosto de namorar; sou bem na minha cotidianamente” 

 

Dizem que “rir é o melhor remédio”, e eu concordo. Podemos rir de alegria ou da alegria, mas também podemos rir sofrendo, ou rir da tristeza... Às vezes fazemos piada com nossa própria desgraça, porque o show nunca deve parar. Tem que continuar. Quem é que não fica relaxado dando boas gargalhadas depois de um dia difícil? Chico Vibe, 36 anos, ator e humorista da cidade de Porto Real, município da região do Vale do Paraíba, no Rio de Janeiro, passou por outras categorias da comunicação, mas, sua veia cômica falou mais alto e o levou a aderir ao gênero do stand-up comedy. Atualmente, ele peregrina pelo universo da alegria, da gargalhada, e atende pela profissão de “humorista de stand-up". É aquele que atua de modo solitário: escreve e edita seus próprios textos; promove e produz seus espetáculos e ainda dá suporte técnico a si mesmo. Ou seja: é “pau pra toda obra”.

Stand-up - O primeiro “fazedor" de risadas que a maioria conhece é o palhaço, que provavelmente surgiu do “bobo da corte", aquele personagem que era usado para entreter a realeza na Idade Média. A similaridade da palhaçaria da corte com o stand-up de hoje fica por conta da ironia para com a plateia. Vários gêneros de humor foram surgindo, mas, no ano de 1895, um dos primeiros comediantes precursores de stand-up foi o escritor norte-americano Mark Twain, que, por estar endividado, usou o humor e o diálogo com o público em suas palestras. O stand-up na verdade tomou o lugar do vaudeville, um gênero de show popular nos Estados Unidos que consistia na apresentação de diversas classes artísticas, obrigando o mestre de cerimônia a ser bom no improviso. Nos anos de 1900 o gênero se consolidou por intermédio do comediante Bob Hope. A partir de então, foram aparecendo os monólogos inspirados em estereótipos familiares, que provocavam altas risadas na plateia, evoluindo para esse tom ácido com crítica politicossocial, piadas de cunho obsceno e muita dose de diversos tipos de humor, entre eles, o humor negro, tendo ainda a ironia como ingrediente salutar.

Confira a entrevista com Chico Vibe

Conte um pouco sobre sua trajetória até chegar ao stand-up.

Primeiro quero agradecer o convite a essa entrevista e dizer que é uma honra ser entrevistado por uma mulher artista, guerreira ao qual eu tenho um carinho inenarrável.
Comecei no stand-up comedy em 2012, meu primeiro show, que não foi muito bom, foi em um bar em Penedo, nesse período eu tinha largado a faculdade de história e fui fazer um curso livre de teatro, nesse curso eu acabei tendo vontade de subir no palco sozinho e fazendo graça, uma de minhas características. Desde garoto, sempre fui bem-humorado e zoeiro. 

Você já fez rádio, foi repórter, ator... enfim, conte um pouco sobre essa sua jornada pelo universo da comunicação.

Em minha cidade (Porto Real) existe uma rádio comunitária chamada Rádio Colônia FM, transito nela até o presente momento, já tive quadros e às vezes passo por lá para conceder algumas entrevistas. O lado repórter teve o desenvolvimento pelo meu tempo acadêmico, onde cursava história, que por questão do teatro acabei me envolvendo em um pequeno canal web onde eu pude entrevistar humoristas e fazia pequenas matérias locais. Daí em diante fui me inclinando mais ainda para o stand-up comedy por ter tido o privilégio de entrevistar alguns comediantes: Rodrigo Capela, Diogo Portugal e o fantástico Paulinho Gogó do humorismo “A Praça é Nossa”.

São diversos os estilos de humor. Quais são os que você mais gosta?

Além do stand-up comedy, gosto de imitação, improviso, palhaçaria, mas na real mesmo prefiro o stand-up comedy.

Ainda existe uma confusão entre o humorista de stand-up e o comediante. O stand-up comedy, chamado também de “humor de cara limpa”, ao contrário dos outros gêneros, se caracteriza pela execução de apenas um comediante que se apresenta em pé, sem qualquer recurso teatral, usa um texto original construído de acordo com observações do dia a dia. Pergunto: Dentro do stand-up dá pra fazer uma saladinha com outros gêneros de humor, sem que ele perca suas características?

Hoje em dia no Brasil eu creio que sim, não é uma prática que adoro, mas é possível.

Você fez curso de roteiros com o roteirista do “Zorra Total”. O curso de roteiros para humor segue a mesma linha do curso de roteiros para qualquer outro gênero de texto teatral ou há alguma característica que os diferencia?

É totalmente humor, com estrutura cômica.

Fale sobre sua participação no show de stand-up no Gacemss em Volta Redonda, bem como outras participações e aberturas de shows que você tenha feito.

Foi uma pequena participação, fiz cinco minutos de um material que estou desenvolvendo para meu solo, foi bem legal! Plateia bem bacana! Já fiz participações com Fábio Rabin no Teatro Fashion Mall no Rio de Janeiro, Leo Lins (“The Noite” com Danilo Gentili), Teatro Miguel Falabella, e outros que visitando o meu Instagram @Chicovibe você acessa fotos, trechos de vídeos e meu canal.

O que de fato é o “Vidigal Show” e qual a sensação de participar do Projeto “Nós o Morro"?

É uma noite espetacular onde acontecem diversos números, eu fui convidado para fazer um número teatral.

Por que no humor stand-up há tão poucas mulheres? Ainda existe preconceito no mercado?

Acho que faltam mais mulheres dispostas a fazer, hoje em dia tem crescido o número de mulheres no stand-up comedy, temos dois grupos sensacionais, Mamacitas, Comédia as Patroas e Dopaminas, que envolvem mulheres do Rio/São Paulo e outros estados.

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Você foi profissional de rádio, como foi voltar ao passado com a sua participação na Jovem Pam “Pânico na Rádio”? Ainda existe dentro de você espaço para o radialista?

Foi bem legal! Fui divulgar um espetáculo que fiquei em cartaz no Rio, “5e20” stand-up comedy na Lapa, em uma tabacaria. Sobre ser radialista? Sim existe essa possibilidade.

Ser convidado pra festas de famosos deve ser o máximo. Principalmente quando o famoso atua na mesma área que a gente. Como foi ser um dos convidados para o aniversário de um comediante de renome como Danilo Gentili?

Foi dahora! Danilo é uma pessoa extraordinária! Fui por um cadastro de e-mail mandado por Paulinho Serra.

Como é seu processo de criação?

Escrita e muita observação. Gosto de assistir coisas, ler e ficar às vezes sozinho comigo mesmo.

Quais referências você tem na comédia?

Chico Anízio, Costinha, Leo Lins, Fábio Rabin, Paulinho Serra, Dick Gregori, Eddie Murfhy, Chris Rock e outros.

Todo artista, principalmente o autoral, costuma dar com muitas portas na cara a cada busca pela realização de um novo projeto. Como você reage aos “nãos" que a vida nos reserva? Isso te afeta sobremaneira a ponto de baixar sua autoestima?

Não! Sempre consegui criar minhas próprias oportunidades, com determinação e muito trabalho.

Eu, como atriz, me deparo muito com uma cena de pessoas pedindo para eu representar pra elas nos momentos mais infortúnios. Como escritora, também me pedem, pra ontem, para escrever um texto ou um poema para dedicar a um amigo. Como se inspiração nascesse do nada e eu tivesse que representar um papel o tempo inteiro. Acontece com você de amigos querendo “showzinho” particular?

Não, eu sou do povo. (risos)

Como é o Chico Vibe fora do palco? Ele faz piada o tempo inteiro também?

Não. Gosto de ficar sozinho, pensando escrevendo, gosto de namorar... Inclusive, estou solteiro há três meses (risos), sou bem na minha cotidianamente.

Quais são seus projetos futuros?

Meu solo, livro e cinema.

Uma vez você me entrevistou para o seu canal, hoje sou eu quem te entrevista para minha coluna. Então eu tenho que te agradecer duplamente e perguntar: Apesar do tempo, se ainda está de pé uma participação com você no seu show? Deixe contato e links para seus vídeos.  Muito obrigada, e até qualquer dia no palco de um lugar qualquer.

Claro que sim, Rita!
Quem quiser me assistir no YouTube, é só clicar aqui.
Beijo grande e uma mensagem positiva para os leitores: Nunca desista do seu sonho!

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Por Rita Procópio  –  ritafprocopio@hotmail.com

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