(Fotos: Divulgação)
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"Sou uma escrevinhadeira, ora construindo figurinos e cenários para os pierrôs e colombinas de nossos dias, ora escrevendo o que a alma dessa gente comum e sonhadora quer ouvir ou precisa dizer"
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“Eu venho de lá, onde o bem é maior, onde a maldade seca, não brota...” Esse trecho é parte do poema “Catadora de lindezas", com o qual Rita Maidana tornou-se conhecida em boa parte do país. A gaúcha divide seu tempo e talento entre a criação de seus poemas e o figurino da Escola de Samba Unidos da Ilha do Marduque, na cidade de Uruguaiana. Começou sua história carnavalesca em 1997 como diretora da ala, assumindo outros setores da escola nos anos seguintes, vindo a ser vice-campeã por duas vezes: a primeira com o enredo de conscientização à preservação ambiental, de sua autoria, “Água, preservar é viver", e pela segunda vez com o enredo “Brasilidade, um estado de espírito, um sentimento de amor”, uma homenagem ao povo brasileiro.
Em 2008 foi responsável pelo figurino e letra do samba enredo que lhe rendeu os títulos de campeã e de melhor figurinista com o tema futurista “Ilha 2100”, títulos conquistados mais uma vez, no ano seguinte, com o enredo, "A Ilha Guerreira, canta a África. Mãe de todos os povos. Axé Minha Mãe".
Conheci Rita Maidana, a poeta, por meio de sua poesia “Catadora de lindezas”, que me mandavam via WhatsApp sem a autoria devida. Eu queria compartilhar aquela lindeza, mas precisava saber de quem era. Sendo assim, iniciei uma pesquisa que me levou a ela e às muitas de suas lindezas. Nosso contato começou quando comprei o primeiro dos seus livros, “Tempo de esperança”, que guardava entre suas páginas bem escritas o poema “Catador de lindezas”, que hoje é parte dos meus poemas de cabeceira.
Rita Maidana não é apenas “Catadora de lindezas”, ela é também distribuidora de lindezas.
Confira a entrevista com Rita Maidana
Conte-nos quem é a poeta Rita Maidana. Como ela começou?
Na poesia me considero aprendiz... Uma escrevinhadeira, alguém apaixonado pela arte de traduzir de forma sincera e simples o que a alma sussurra. Ainda menina vieram as primeiras reflexões, os primeiros desabafos e versos. A adolescência é uma fase em que a mente não para e tudo que se sente é muito intenso. Nessa época as palavras vinham e eram guardadas em forma de cartinhas, bilhetes que na maioria nunca entreguei. Os versos? Só eram compartilhados timidamente com as melhores amigas. Já adulta, casada e com filhos pequenos, deixei de lado o hábito de escrever. Ouvia cada palavra que surgia, cada verso, conversava com cada sentimento que brotava, mas a correria de casa, família e trabalho, exigiam atenção, e a poesia compreendeu a necessidade de minhas pausas. Escrevia pouco... Um verso aqui, uma prece, uma frase ali... Tudo sempre muito resumido, breve.
Quando a oportunidade de trabalhar no Carnaval, que é uma arte que eu amo chegou, não demorou muito e já me vi pesquisando e escrevendo temas de enredo. O universo conspirava para a criação. Obedeci... Dos 26 aos 44 anos de idade trabalhei em todos os setores de escola de samba, desde a confecção de alegorias no barracão e a direção geral de alas, até a criação de figurinos e confecção de fantasias nos ateliês. Isso no Brasil, na Argentina e no Uruguai.
Confesso que conviver com pessoas em um ambiente que respira alegria e cultura em suas comunidades e várias realidades foi das experiências mais ricas que vivi e talvez uma das razões de eu ter deixado a timidez de lado e ter acreditado, buscado um tempo pra mim e voltando a escrever como nunca.
Acho que sou uma escrevinhadeira, ora construindo figurinos e cenários para os pierrôs e colombinas de nossos dias, ora escrevendo o que a alma dessa gente comum e sonhadora quer ouvir ou precisa dizer. Sou um deles... Me encaixo em cada nuance de cor e cada verso.
Como é o seu processo de busca por inspiração para escrever?
Acredito muito na escrita intuitiva... A maioria dos textos que escrevo vem em momentos de sossego, quando estou sozinha no quintal. De repente surge no pensamento uma palavra, logo ela vira frase, depois uma mensagem, um verso ou reflexão com princípio, meio e fim... Tudo inspira... Um encontro com alguém naquele dia, uma imagem, uma situação, a natureza, seus ruídos e formas, os pássaros... Amo muito os pássaros.
“Catadora de lindezas" está no YouTube, recitado por diversas pessoas. Qual o grau de satisfação ter um poema sendo declamado por pessoas que você nem pensou em conhecer um dia? Quais sentimentos isso te trás?
“Catadora de lindezas” pra mim é uma luz, um presente muito especial... Ela traduz de um jeito muito simples e amoroso aquilo que penso ser a essência do ser humano. Como inspiração usei o cenário onde vivo, os valores que aprendi com minha mãe. Fala de valores essenciais e principalmente sobre o amor. Escrevi em um momento de questionamento interno daqueles que todos nós passamos. E a resposta veio de forma doce e a mesmo tempo tão firme que se tornou como um tratado de aprendizado, buscas e princípios pra mim. Ouvir pessoas que não conheço, mas que se identificaram com a mensagem, recitando é maravilhoso. É reencontro... É como receber um abraço forte de um amigo de alma. Quando o Gabriel Alencar me convidou para musicá-lo não acreditei, me emocionei, aceitei a parceria e ele acabou virando canção.
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"O sambista é um cantador atrevido e sonhador. Isso também é poesia... Eu, depois de cada Carnaval, tenho levado um pouco disso tudo pra escrita... Pra vida".
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É um prazer muito grande ler uma poeta como você, com uma linguagem simples, harmônica, sem manobras intelectuais. Da mesma forma, você consegue articular harmonicamente a atividade da poeta Rita Maidana com as da carnavalesca?
A harmonia pode parecer uma palavra frágil, mas se você parar pra pensar ela também é forte, corajosa. É preciso jogo de cintura, perseverança e um olhar atento às prioridades para conquistá-la... Desta forma tento conciliar a atividade de escrever e o processo de criação no Carnaval buscando uma certa organização. Nos meses em que preciso me dedicar aos croquis e pesquisas dou uma folga para o caderninho de anotações e peço permissão à poesia para usar a licença poética na avenida vestindo sonhos... Aí surgem os personagens, o brilho, as cores... Se existe algo maior que nos inspira, com certeza essa energia está em todo lugar, ama o belo e compreende tudo o que sentem e o que precisam os corações. Neste período, os poucos poemas que vêm são inspirados no contato com o tema de enredo que estamos desenvolvendo. Com a música, a dança, a pintura e a convivência com uma gente que sonha. Respeito, dou atenção, sinto. São muito verdadeiros, preciosos pra mim.
Fazer poesia é algo que exige muito esforço do poeta na busca por inspiração, inclusive necessidade de concentração. Alguns poetas, bem como “aspirantes" à poeta como eu (gosto de escrever versos livres, e atrevo-me a chamar algumas coisas que escrevo de poesia), dizem que a inspiração às vezes vem sem busca. Simplesmente surge na mente independente de hora e lugar. Como é isso com você?
Me vejo aí, no grupo dos "aspirantes" e livre pensadores também... Escrever com as asas abertas é isso. Poder dizer o que se pensa e sente sem ser observado como alguém que precisa acertar. Mas ser visto como alguém que se expressa e voa... Só isso... Eu, apesar de não parecer, tenho a mente agitada, sou inquieta, curiosa e isso dá um certo cansaço. Por isso (precisei) criei o hábito de me recolher em algum momento do dia para me desconectar de todas as informações externas e recarregar as energias ao mesmo tempo em que alimento minha paz... Geralmente é nesta hora, quando relaxo e sem esperar, que a inspiração vem. Não necessariamente em casa, mas quase sempre quando estou sozinha, sem pressões ou cobranças e longe da agitação e do barulho.
Como você vê as possibilidades de explorar a sua atividade carnavalesca dentro da poesia?
O Carnaval é uma das maiores expressões populares da cultura brasileira. Ele nos coloca em contato com todas as artes. Nele vemos artistas expressando o que traz sua alma. São músicos, compositores, pintores, aderecistas, chapeleiros, desenhistas, costureiras, ferreiros. Todos trabalhando por meses em torno de um único tema, criando toda essa maravilha que podemos ver nos dias de folia de Momo. Se Carnaval e poesia se encaixam? Se estar nos bastidores de criação inspira versos? Diria que sim. Dele trago a cadência das palavras ditas com a essência do povo. Um povo que se veste de rei para dançar e cantar sua história, suas lutas, seus sonhos, suas conquistas e mazelas de um jeito criativo e irreverente. O sambista é um cantador atrevido e sonhador. Isso também é poesia... Eu, depois de cada Carnaval, tenho levado um pouco disso tudo pra escrita... Pra vida.
Como poeta e carnavalesca que compôs samba enredo para sua escola, na sua opinião uma letra de música pode ser considerada como poesia?
Não tenho muito conhecimento dentro da arte de compor letras. Mas acredito que sim. Que é possível poetizar em qualquer gênero musical. Algumas letras de samba enredo, por exemplo, são verdadeiras poesias cantadas. Imagino o compositor em um momento iluminado de inspiração onde os versos afloram sentimentos lindos e muito fortes. Isso é um dom especial que o letrista tem... Uma veia poética que lhes permite mexer com nossas emoções.
É notório que a letra de uma canção é bem mais factível de ser valorizada do que uma poesia, mas, nos últimos anos, com o fácil acesso à tecnologia da informação, a poesia ganhou novos admiradores e ressuscitou outros. Há esperanças de que o mercado valorize a poesia tal e qual a letra de uma música?
Tão bem vindos esses novos admiradores! Vejo esse movimento com os olhos cheios de esperança sim. A internet permitiu que muito mais pessoas tivessem acesso à poesia e aproximou o escritor do leitor. Isso é maravilhoso! Eu mesma acompanho poetas que admiro. Sou fã de carteirinha de muitos e torço para que seus escritos tenham cada vez mais visibilidade e reconhecimento. Esses vão abrindo caminho para os novos talentos que surgem nos encantando com um novo jeito de poetizar. Percebo que avançamos... Oxalá continue assim.
Há uma diferença entre poesia e poema que muita gente confunde, inclusive eu. Explique de uma maneira simples essa diferença, por favor.
É confuso sim... Posso falar da maneira que tomei pra mim para compreender essa questão. O poema é um gênero textual com uma estrutura formal que o define. Na maioria das vezes essa forma de escrita é composta por versos que formam estrofes e contém metáforas e rimas. Já a poesia é um estilo livre de arte que desperta nossas emoções e sentimentos. Tanto através de palavras como nas cores e imagens. A poesia é sensorial... Quer nos acordar, mexer com nossa sensibilidade. E o faz não só em um texto. Quantas vezes ouvimos dizer que uma fotografia, uma obra de arte ou paisagem são pura poesia? Me parece que hoje a poesia é a forma que traduz melhor a alma dos poetas do nosso tempo. Ela nos olha nos olhos, emociona, questiona, inquieta. Confesso que é meu estilo preferido. É libertador, nos dá asas...
Pra ser poesia tem necessariamente que conter ritmo e rima ou podemos chamar de poesia qualquer texto sem esses recursos, desde que passem emoções e sentimentos?
Não necessariamente. Como falamos na pergunta anterior. Podemos encontrar poesia em um sorriso, um gesto, uma fotografia... Até uma imagem pode conter poesia. Basta que de alguma forma nos toque a alma.
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"Sempre digo que sou fã dos escritores da minha terra. Os pampas inspiram coisa lindas"...
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A gente vê tanta gente se dizendo poeta, inclusive dizem que sou uma, mas não me sinto como tal, porque um poeta deve antes de tudo entender todas as regras e diferenças entre poesia, poema, soneto, etc., ou o modernismo aboliu as regras e tudo passou a ser livre?
Para mim poeta é toda pessoa que com sua arte nos desperta emoção, sentimento. Você se expressa e poetiza até sem perceber e quem tem um olhar mais sensível percebe ali traços líricos, poéticos. Esse despertar é encantador, algo lindo de se ver e sentir. Em meu ponto de vista, entender as regras é importante, mas não é o primeiro passo. O fundamental é você sentir e se expressar sem estar preso a formalidades. O aprendizado vem com o tempo. As regras precisam existir, organizam, mas não devem nos podar. Quando comecei escrever não tinha ideia de onde se encaixavam meus textos. Simplesmente deixava brotar as palavras que faziam muito sentido pra mim. Até compreender as formalidades da escrita lírica foi um longo caminho... Hoje se pudesse escolher onde meus escritos melhor se encaixam com certeza escolheria a "poesia". Ela me dá a sensação de liberdade. Me permite ser verdadeira, me coloca em sintonia com minha essência e com quem lê minhas palavras. Não diria que é um exemplo a ser seguido. Também não sei dizer se é uma postura fruto da modernidade. Mas acreditar que eu posso e que você pode é como ter a bênção, uma certeza que a poesia nos dá.
Você escreveu dois livros: “Tempo de esperança” e “Escrevinhadeira”. Fale um pouco sobre eles, deixando inclusive um site para compra.
Para contar sobre eles antes preciso dizer que por um bom tempo a timidez me fez guardar meus escritos na gaveta. Até o dia em que tive a coragem de publicar um deles. A partir daí o incentivo dos amigos foi um impulso que eu precisava. Me emociona ao falar... O primeiro livro veio através do convite de uma amiga de Brasília. "Tempo de esperança" é um mimo com 70 páginas bordado de mensagens positivas. Foi publicado para ser distribuído em um congresso sobre a autoestima e a valorização do ser humano. Foi como ter acendido um pontinho de luz nesse caminho que não escolhi, mas aconteceu e hoje me sinto feliz ao trilhar. Vê-lo impresso e saber que mais pessoas teriam a oportunidade de recebê-lo. Que de alguma forma poderia somar com pequenas sementes de esperança nas mãos dos leitores foi uma experiência maravilhosa. Já o livro "Escrevinhadeira" desde o seu título foi sonhado, planejado. Um projeto que precisei adiar algumas vezes por conta dos custos. Não é fácil ser um escritor independente no Brasil... Também não foi fácil selecionar entre os textos registrados os que fariam parte do livro. Parecia injusto deixar de lado muitas das emoções e reflexões escritas ao longo de no mínimo dez anos... Mas ele aconteceu, e como sonhei. Trazendo o melhor que minha caminhada de aprendiz de poesia conseguira transcrever até ali. Tudo o que desejava (sem nenhuma experiência mas com uma enorme força de vontade e respeito ao leitor) era que passasse coragem, leveza e simplicidade e ao mesmo tempo fosse uma forma de abraço. Um encontro verdadeiro e afetuoso com o outro. E ele chegou. Retratando sentimentos que pra mim são muito fortes. Como o amor, a esperança e a fé.
Dizem que todo poeta foi um comedor de livros na infância. Eu perdi a conta de quantos livros comi e tenho para mim que isso foi um pontapé para eu gostar de escrever. Essa linha de pensamento se aplica a você? Tem algum livro que marcou sua infância?
Não sei se cheguei a ser assim... Lembro que quando menina gostava de ler revistas, jornais e almanaques que minha avó comprava. Além dos livros sobre história da arte que pegava emprestado na biblioteca da escola. Meu tema preferido sempre foi redação... A língua portuguesa, apesar de difícil, é apaixonante. Naquele tempo sonhava em ser jornalista, até hoje acho uma profissão linda. Mas não cheguei a ingressar na faculdade... Acho que foi nesta época, na adolescência, que peguei gosto pela escrita. Descobrir a poesia de Quintana no livro "A rua dos Cataventos" talvez tenha sido um caminho. Despertou em mim o modo "aprendiz". Sempre digo que sou fã dos escritores da minha terra. Os pampas inspiram coisa lindas... Também não escondo minha admiração pela obra de Cora Coralina e Manoel de Barros. São de uma simplicidade... Uma doçura poética indescritível.
Há poetas que dizem que a poesia pode ser canção, mas a canção não ser poesia. “Catador de lindezas” virou também uma bela canção com os músicos Gabriel Alencar e Thais Trevisol. Conte um pouco sobre essa saladinha deliciosa, de quem foi a ideia, quem são na realidade Gabriel e Thais e qual é a sensação de se ter uma poesia musicalizada? Ao final, deixe o site onde está a canção.
Acredito que estão certos quanto a poesia e penso o mesmo sobre uma letra de música. Dependendo da forma como é escrita, acho que possa também ser musicada. Sobre o convite para uma parceria com Gabriel Alencar e Thais Trevisol, foi uma surpresa pra mim. Veio através de uma mensagem nas redes sociais. Gabriel entrou em contato, se apresentou e de cara já deu a entender que tinha o desejo de musicá-la. Você não imagina o misto de emoções que senti... Uma mistura de alegria, ciúmes do meu escrito e medo da responsabilidade de estar entrando em um universo que não conhecia. Mesmo assim aceitei. Gabriel é paulista, ator, músico e na época tinha criado o Duo Compilação Astral com sua namorada. Tínhamos em comum a ideia de levar uma mensagem de amor a todos quantos pudéssemos encontrar. Hoje as visualizações passam de três mil e seiscentos. Somos gratos aos amigos que passam por lá.
Ouça "Catador de lindezas"
Você poderia nos deixar aqui suas redes de relacionamentos?
Claro, com prazer. Os endereços de minhas redes sociais são:
Facebook: facebook.com/ritamaidana01 | facebook.com/ritamaidanainspire | facebook.com/escrevinhadeira
Instagram: @rita_maidana | @escrevinhadeira
Fale um pouco sobre seus projetos futuros no universo da poesia.
Tenho planos para um próximo livro. Só não sei ainda se para este ano. Antes quero amadurecer, aprender mais sobre o mundo literário, que não é um caminho fácil para quem se arrisca a lançar livro solo com recurso próprios. Também penso na possibilidade de uma reedição do livro “Escrevinhadeira” na versão audiobook. Imaginar que é possível me dá um ânimo a mais. Enfim... A poesia tem que continuar. É como os sonhos, não podem parar...
Que ganhar um título de vice-campeã é um momento marcante, a gente sabe, mas a empolgação e o envolvimento com um trabalho que requer um ano inteiro para prepará-lo, com certeza rende muitos momentos inesquecíveis. Cite um desses momentos no Carnaval deste ano.
Meu trabalho como figurinista inicia ainda no inverno, assim que o novo tema é lançado. Neste momento as ideias fervilham. Depois disso é pesquisar e buscar inspiração para desenhar durante os próximos meses. Este ano o momento mais marcante foi quando cheguei na avenida e encontrei nossos destaques vestindo figurinos criados por mim. O tema era a Magia. Havia fadas, seres do fundo do mar, faunos, duendes, magos, feiticeiras... Me vi literalmente dentro de um universo mágico. Senti como se estivesse fazendo parte de uma tela viva e agradeci por ser um dos artistas que naquele cenário tiveram a oportunidade de usar seus pincéis. Foi maravilhoso! Indescritível.
Para encerrar nossa entrevista (embora a vontade seja de alongar), em algumas palavras, resuma sua criação poética.
Acho que escrever pra mim é ouvir minha intuição e a partir daí transcrever meus pensamentos e sentimentos de forma simples e clara. Desde que decidi compartilhar meus escritos tive em mente a ideia de deixar mensagens que de alguma forma fizessem bem a quem lê. Tanto em uma reflexão com em um texto mais poético. Busco ser verdadeira... Então acontece essa mistura do que sinto e vivencio em meu interior com o que consigo perceber do mundo ao meu redor. Respeito, amo as palavras... Elas são pra mim um caminho. É como se elas me permitissem chegar até o outro com uma xícara de chá pra falar das coisas da vida... Todas as coisas. Isso é o que mais me encanta. Essa liberdade, sintonia e simplicidade.