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O podcast PodVersos, do Marco Túlio Carvalho, está de volta (e de cara nova). Agora é PodProsa com bate-papos com gente interessante/interessada e um tema a cada episódio. O assunto na estreia desta temporada é Arte e Cultura com o professor, diretor teatral, bailarino e coreógrafo Ruidglan Barros. Clique aqui para conferir. Continue lendo, para saber como tudo começou.
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Uma ideia na cabeça e um celular na mão. Marco Túlio Carvalho vai até o banheiro uma vez por semana e (acredite) grava poemas, crônicas críticas e até bem humoradas para a sua mais recente novidade: o “PodVersos”. No podcast do poeta, os versos tem voz e vez. Dez episódios já estão nas principais plataformas digitais.
Marco Túlio sempre foi um entusiasta da palavra. E rascunhava versos na adolescência. Mas, de modo geral, se identifica com tudo que faz referência à arte. Passou por grupos de coral, de teatro, chegou a gravar o primeiro curta-metragem da região e estacionou na escrita. Estreou em 2008, convidado a colaborar para a extinta "Revista Digital Médio Paraíba", onde possuía a coluna “Inspirações”, de poemas autorais. Hoje, formado em Português, Inglês e suas respectivas literaturas, e com mais de dez anos em sala de aula, também atua como educador social no Projeto Garoto Cidadão da Fundação CSN, dando oportunidades a quem não teve, por meio da transformação sociocultural, onde também oferta poesia. Teve a oportunidade de participar da primeira edição da Feira do Livro de Resende (FLIR), com o lançamento independente do livreto “Verso e Reverso” e produziu uma exposição poética com suas obras, em Resende e Volta Redonda. Assinou durante três anos a coluna de crônicas “Há Casos” e hoje em dia voltou a flertar com a música nas parcerias de canções - outra paixão. Mas, segundo ele, não tem jeito, a poesia é o que mais o apetece. Marco Túlio diz que ela o abraça de tal maneira que abriu caminho para todas essas possibilidades.
Confira a entrevista com Marco Túlio Carvalho
(Fotos: Divulgação)
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“O interessante dos podcasts é que você não precisa ser um expert para produzi-los e pode gravar no conforto da sua casa”
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Quando e como você teve a ideia de criar o podcast “PodVersos?
Eu já acompanhava alguns podcasts. São inúmeros os programas disponíveis sobre entrevistas, humor e variedades. No meu trabalho (educador no Projeto Garoto Cidadão da Fundação CSN, voltado à cultura), logo no começo de abril, estava pra iniciar uma atividade com meus educandos envolvendo podcasts. Eu precisava me inteirar desse recurso para desenvolver com a garotada. O podcast é um formato de comunicação com forte potencial, daí pensei "por que não então testar minhas poesias lá?". Pensei num nome: PodVersos, e lancei o primeiro episódio.
Como e onde você grava os poemas, crônicas e afins? Qual equipamento utiliza nas gravações? Há algum tipo de edição?
O interessante dos podcasts é que você não precisa ser um expert para produzi-los e pode gravar no conforto da sua casa. Basta um aplicativo eficiente e ideias criativas.
Uso um App do próprio Spotify que dispõe de uma infinidade de efeitos e edições. É trabalhoso, confesso, sobretudo porque sou detalhista... Ah, e eu gravo dentro do banheiro, acredita? (risos) A acústica é ótima!
A cada semana (às sextas-feiras) um episódio novo. Quais já estão no ar? Resuma, por favor, a mensagem que cada um quer passar.
Tenho mantido a frequência semanal já faz um mês. Gravei o último episódio, já foram dez gravações, na última sexta-feira. É o dia que escolhi para as postagens, mas às vezes lanço surpresas no meio da semana, depende da inspiração. As mensagens são variadas, mas o intuito é fazer refletir e tocar o ouvinte de alguma forma com poesias, crônicas críticas e até bem humoradas.
Existe também a “Versão Cantada”, com canções compostas por você. Quem canta? Você mesmo? Ou intérpretes convidados? Quais canções já estão no ar? Resuma a mensagem que cada uma quer passar?
Sim. Alguns anos atrás me pediram poesias para musicar. E eu também já havia feito parceria com um amigo numa melodia dele. De lá pra cá comecei a me arriscar sozinho nas composições. Foi quando surgiram duas canções. Mostrei as músicas para algumas cantoras amigas, elas se animaram e as convidei pra gravar. Uma delas inclusive dividi alguns vocais, é a romântica “O seu Lugar”, que foi pro ar no “PodVersos” gravada com Ana Liz, que toca o violão também. Tem outra pré-pronta, o sambinha “Ardor”, que fala da dor que virou samba, gravada com Fabi Andrade e Ester Anibal, falta só acrescentar um instrumento. Estou compondo outra, logo eu apresento.
Detalhe as participações especiais. Quem já participou e quem está na sua lista de convidados?
Então... Eu criei sessões pra dinamizar o “PodVersos”, além da “Versão Cantada” com minhas composições, existe também a seção “Quarentema” com temas que a quarentena tem produzido: amores e desamores, negação da pandemia, readaptação de rotina e trabalho, teorias conspiratórias e até o lazer em tempos de coronavírus (Covid-19). Desenhei esses assuntos, comentei a respeito com pessoas próximas e amigos quiseram participar. E assim chegaram pessoas queridas para me acompanharem nesses diálogos contemporâneos: Fabrícia, Fabiana, Marcos e a atriz volta-redondense Camilla Carandino. Eu sempre deixo um convite ao final do episódio e os mais desinibidos aceitam.
Ouça a crônica “Isolamento Crucial”
O isolamento social, em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), influenciou de que forma a sua criatividade e o seu processo criativo?
Tem sido um momento muito frágil esse por qual passamos. Mas o distanciamento é social e não emocional. Costumo dizer que os meus sentimentos andam tão abrigados que não cabem mais no papel. Viraram canal no YouTube, onde criei poesias visuais, ora é um perfil no Instagram intitulado “Quarentena Poética”.
Enfim, as emoções andam bem afloradas e as pessoas têm buscado algum tipo de alento. Uma crônica poética minha chamada “Isolamento Crucial”, por exemplo, já obteve mais de 300 visualizações no YouTube. São antídotos pro mal que assolou o mundo.
Eu chamo de poesia em meio a pandemia.
Ando produzindo bastante conteúdo sobre angústias e sobretudo esperança. Afinal, isso tudo vai passar, eu tenho fé!
Certa vez escrevi:
Não caminho só,
a poesia me acompanha.
Me preenche, me sorri, me ganha.
É isso. É a arte que me move e nos salva de tanta escuridão.
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