(Foto: Divulgação)
“Escrever poemas é algo muito pessoal, da mesma forma que a sua leitura; assim não se pode criar muitas expectativas”
Nossa entrevistada é a poeta Regina Maria Bueno Bacellar, advogada consultora, mestre em direito pela PUC/SP. Conselheira estadual da OAB/PR gestão 2019/2021. Vice-presidente da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica - Comissão Paraná - gestão 2020/2022. Integrante do Instituto dos Advogados do Paraná, da União Brasileira dos Advogados Ambientalistas. Integrante consultor da Comissão de Direito à Cidade da OAB/PR. Integra também a Avipap, cadeira 23, Patrono Carlos Drummond de Andrade.
Confira a entrevista com Regina Bacellar
> Quando começou a escrever poesia?
A poesia faz parte da minha vida desde muito pequena, minha avó materna e minha mãe costumavam declamá-las para nós. Comecei a escrever com 10 anos, após o falecimento do meu pai senti a necessidade de expor os sentimentos que afloravam em meu coração.
> Fale de seus poetas preferidos.
Aprecio todos os tipos de poesias, especialmente as que tratam de elementos da vida cotidiana. Dentre os muitos de que gosto, começo pelo meu Patrono Carlos Drummond de Andrade, fonte de grande inspiração pela diversidade dos seus temas. Cora Coralina me envolve com a simplicidade de suas palavras e sentimentos. Cecilia Meireles de forma intimista me faz refletir sobre a realidade social. Vinícius de Moraes é o eterno poeta do amor e que faz pulsar meu coração, da mesma forma como Pablo Neruda expõe o seu sentir. Paulo Leminski traz a rebeldia do seu ser, Mário Quintana me diverte com sua forma humorada de escrever e Lya Luft me leva à busca do entendimento da vida e do mundo.
> Como é seu processo criativo? Para escrever um poema, por exemplo, você parte de uma palavra? De uma imagem? De uma vivência? De acontecimentos?
Não tenho um processo formal. Sigo os sentimentos que surgem a partir de um acontecimento, fatos do cotidiano ou vivência pessoal. Gosto de anotar meus sentimentos e sensações e escrevo tendo como fonte um fato ou a união de fatos isolados, mas que unidos fazem sentido para o que busco expressar.
> Qual é a sua expectativa? Espera alguma reação específica dos leitores?
Escrever poemas é algo muito pessoal, da mesma forma que a sua leitura, assim não se pode criar muitas expectativas. Como escrevo o que sinto, espero que os leitores busquem refletir sobre minhas palavras ou sintam tranquilidade ao lê-las.
> A internet incentiva a leitura de livros ou prejudica?
A internet possui seus pontos favoráveis e desfavoráveis, e como tudo deve ser utilizada de forma adequada. Não se pode negar o grande benefício trazido pela democratização das informações. Por outro lado, a facilidade da pesquisa e das leituras pode levar à perda do costume no aprofundamento dos textos e sua assimilação. A leitura de livros auxilia o desenvolvimento da nossa capacidade de entendimento e argumentação, a necessária análise crítica do que lemos e que muitas vezes, para agilizar e simplificar a vida, nos é fornecido pela internet em textos resumidos e simplistas, por isso, importante saber pesquisar na internet e acessar recursos que estimulem/alimentem o hábito da leitura, como por exemplo os e-books.
> Por favor, copie o poema de sua autoria que as pessoas mais aplaudem.
Pensamentos ao vento...
Como folhas secas voando no ar...
Arrebatam a imaginação e elevam os sentimentos
a um inusitado estado de paz.
Sopra o vento e trás a saudade,
saudade dos tempos em que os sonhos eram a razão do ser
saudade de mim, saudade do que eu era ou do que nunca fui,
saudade da saudade do bem viver.
> Fale um pouco de seus planos para 2021.
2020 foi um ano difícil, um ano de sustos, tragédias que abalaram e ainda abalam a humanidade, e de espera... 2021 um ano de esperança, de agir com cautela, mas de procurar voltar a viver com um pouco mais de paz. Neste ano continuo lecionando, há 31 anos a vida acadêmica é a minha paixão. Entendo muito importante compartilhar o conhecimento, experiências e aprendizados, cresço muito como pessoa e profissional no convívio com meus alunos. Quero escrever mais, um livro sobre temas ambientais está em meus planos. O mais importante neste 2021 é saber viver cada momento, valorizar cada pessoa e cada segundo da nossa vida, desenvolver habilidades, relacionamentos, sejam eles presenciais ou virtuais, e fazer o que gostamos.
> Confira todas as crônicas e entrevistas da Isabel Furini
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