Publicada em: 14/10/2015 (10:55:13)
Atualizada em: 24/10/2015 (09:55:13)
(Foto: Divulgação)
Polemizando na rede: "Os jogadores estão pagando o pato por outras questões vividas no país"
O lateral direito da seleção brasileira, ou seleção da CBF, trate-a como achar melhor, Daniel Alves, causou polêmica ao declarar que os jogadores da seleção estariam pagando o pato por outras questões vividas no país e pediu mais apoio dos brasileiros nos jogos eliminatórios para a Copa de 2018, principalmente os realizados no país. Apesar de gostar do Daniel e achá-lo um gatinho, tenho que discordar de sua declaração.
Apesar de não estarmos vivendo um dos melhores momentos do país, com uma crise econômica-moral-política-hídrica nos assolando dia-a-dia e tirando muito de nossas esperanças, não acredito que essa seja a razão pela qual os brasileiros estão desanimados com a seleção. Outras seleções encararam momentos políticos tão ou mais difíceis e continuaram sendo a paixão nacional, ou até mesmo a válvula de escape de um povo que tanto sofre. Seleções foram amadas em tempos de ditadura, grave recessão financeira e inflação nas alturas.
Um caso recente de identificação do povo com a seleção foi o que aconteceu na Copa das Confederações. Enquanto o país transbordava com as manifestações políticas, com ápice no período da Copa das Confederações, realizada no Brasil, a seleção (os jogadores e, claro, o marketing da CBF) soube utilizar o momento a seu favor e os momentos do hino, em que o público e os jogadores continuavam cantando mesmo quando a música parava, emocionavam e se tornaram uma forma de desabafo e união. De arrepiar, mas eu, como amo o hino, sou meio suspeita para falar sobre. Mas, mesmo sendo algo totalmente pensado, foi uma estratégia importante e de aproximação da população com sua seleção.
A verdade é que há muito tempo o brasileiro não se identifica mais com sua seleção. Grande parte dos jogadores é de times internacionais, o que já afasta um pouco o fanático pelo seu clube que não vê o jogador do seu time escalado. Aliás, a convocação causa cada vez menos reboliço e ansiedade. É uma mera formalização.
E, aliás, não podemos nunca esquecer o massacre que sofremos em nossa própria terra. Aquele 7 a 1 da Alemanha vai ficar marcado na memória de todo brasileiro. Aquela seleção conseguiu superar a de 50, que perdeu a final para o Uruguai em pleno Maracanã. O gosto amargo daquela derrota via ser difícil de ser esquecido pelos brasileiros. Para completar, a seleção me estreia com uma derrota para o Chile nas Eliminatórias. Assim fica, realmente, difícil se animar com esta seleção.
Então, Daniel, já basta o 7 a 1 diário que o brasileiro tem que aguentar na vida. No futebol, a gente quer ter alegria e esse futebol que vocês vêm apresentando não tem alegria nenhuma. O brasileiro pode até não desistir nunca, mas ele cansa. Então não venha colocar a culpa em nossa falta de entusiasmo nos problemas que vivemos diariamente. Vá, jogue o melhor futebol, nos encante e nos faça gostar e amar a seleção novamente, mesmo que ela continue sendo a seleção da CBF.