Publicidade

RH

Doe Seu Tempo

Grupo VIH-VER precisa de voluntários em Volta Redonda

Casa funciona com a ajuda de 130 a 150 pessoas, mas precisaria do dobro para prestar apoio aos portadores do vírus HIV/Aids

Geral  –  10/10/2012 16:12

260

(Fotos: Aline Gouvêa)

Para se tornar voluntário, basta comparecer

à sede da entidade aos sábados, das 10 às 14h,

e escolher o plantão

Uma casa verde, no alto do morro, banhada pelo Rio Paraíba do Sul, no bairro Brasilândia, em Volta Redonda. Quem passa pela Lúcio Meira - uma das principais que cortam a cidade -, ou mesmo os moradores do São Luiz e Dom Bosco, ao olhar pela janela de casa, talvez nem imaginem que há pessoas necessitando da doação de um bem precioso: o seu tempo para ajudar. Isso não há dinheiro que pague. Aliás, se uma pequena parte das centenas de pessoas que passam diariamente em seus veículos pela rodovia disponibilizasse um pouco do seu tempo em um ato voluntário, certamente a AAPV (Associação de Apoio aos Portadores do Vírus HIV) Grupo VIH-VER) teria um problema sanado: a falta de voluntários.

Boa vontade. Esse é o principal requisito para se tornar um voluntário e fazer a diferença na vida dos que precisam de ajuda no Grupo VIH-VER. Segundo a diretora de Educação e Cultura, Márcia Abrahão, o voluntário não precisa ser da área da saúde, até porque o plantonista (voluntário) recebe treinamento. Apesar de a entidade sobreviver, graças a todos os tipos de doação - desde material de limpeza, roupas, alimentação, produtos de higiene, fraldas, luvas de látex, entre outros -, a principal necessidade é o fator humano.

- Com certeza, o tempo das pessoas é o mais difícil. Nossos plantões são programados, pois a casa funciona 24 horas. O trabalho voluntário é em um horário em que a pessoa esteja livre e que não vá atrapalhar a sua rotina de vida. A casa funciona hoje com a ajuda de 130 a 150 voluntários, mas precisaríamos do dobro de voluntários - disse a diretora, informando que a maior necessidade é à noite.

O que faz um voluntário

O voluntário realiza um trabalho que vai desde a alimentação, medicação (via oral), higiene e limpeza da casa. Para se tornar um voluntário, basta comparecer à sede da entidade aos sábados, das 10 às 14h, e escolher o plantão. O tempo do trabalho voluntário é uma vez por semana, por quatro horas.

Ajudando a se ajudar

1

Ação solidária: O voluntário realiza a alimentação,
medicação (via oral), higiene e limpeza da casa

A entidade, que funciona desde 1995 em sua sede, no bairro Brasilândia, teve o trabalho iniciado em 1993, por um grupo de amigos que queriam ajudar as pessoas portadoras do vírus da Aids. Atualmente o grupo atende um público adulto, feminino e masculino, de dez pessoas. Segundo a direção, os pacientes ficam no abrigo em média inicial de três meses - que é o tempo que levam para se recuperar, já que muitos chegam debilitados por falta de alimentação balanceada e medicação adequada. Ações, que se mantidas após o tratamento realizado no abrigo, prolongam em muito o tempo de vida do portador do HIV.

- O grupo foi oficialmente formado em 1993, por um grupo de amigos, que queriam ajudar e, então, o Nélio veio do Rio de Janeiro para formá-lo no padrão da Casa Maria de Magdala, que funciona no Rio de Janeiro. Desde então, temos atendido as pessoas que vêm até o abrigo, seja por pedido dos hospitais ou das famílias, que muitas vezes não têm condições de cuidar. Aqui é feita uma avaliação e dado apoio médico, com atendimento de fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo - contou.

Voluntária há 16 anos, a professora Sônia Novack divide seu tempo entre a família, o trabalho e a ação voluntária no grupo.

- Tenho filhas adolescentes que foram estudar fora, ainda como professora trabalho em muitos lugares, mas esse trabalho para mim sempre foi sagrado. Esse trabalho representa tudo para mim. É muito bom, e não largo - disse a professora ao destacar:

- Nós é que somos doentes. Eles do corpo e nós da alma. Com eles aprendemos a abnegação e a renunciar, com isso o egoísmo vai acabando. A maior doação que as pessoas podem fazer é do seu tempo, porque isso faz bem para os próprios voluntários. Gostaria de dizer para as pessoas fazerem essa doação, nem que seja um plantão só, principalmente porque quando se faz um trabalho assim as pessoas começam a dar valor a outro lado da vida, que é a vida espiritual.

Desenhista trocou de profissão para ajudar

“Me sinto muito feliz e realizada”. Essa foi a expressão usada pela diretora de Educação e Cultura, Márcia Abrahão, de 53 anos, que desde 1996 trabalha na casa e trocou a profissão de desenhista pela enfermagem para poder ajudar aos portadores.

- Eu era desenhista e troquei, por eles, e hoje sou técnica em enfermagem. É gratificante. As pessoas pensam que é um trabalho triste, mas não é. Eles chegam debilitados pela falta de alimentação balanceada e da medicação, mas ao se recuperarem eles trazem alegria, amor e carinho. Muitos nos chamam de mãezona - comentou.

Outra voluntária que está feliz ao completar um ano de trabalho voluntário na terça-feira, dia 9, é a recepcionista Sandra Regina dos Santos Almeida, de 41 anos, que todas as segundas-feiras e aos segundos domingos do mês dedica quatro horas do seu tempo como voluntária.

- Adoro esse trabalho e fico muito feliz em completar um ano de voluntariado. O trabalho voluntário agrega todas as áreas, desde ajudar na enfermagem, limpeza, lavar ou passar roupa. Esse trabalho ajuda a gente a ter paciência, ser caridoso e humilde, pois a gente defronta com a realidade - disse Sandra, que começou após ser motivada por uma amiga.

- Faço curso da doutrina espírita e minha monitora já era voluntária há muito tempo. Eu a via todas as semanas e perguntei aonde ia. Ela me chamou e eu disse que queria, e estou fazendo até hoje.

Doações

A entidade que, segundo a direção, é independente, sobrevive de doações de pessoas e mantém parcerias com empresas e a Prefeitura de Volta Redonda. Além do trabalho voluntário ou das doações materiais, as pessoas também podem ajudar preenchendo a ficha de associado e contribuindo com R$ 10 por mês, o que pode ser feito na sede do grupo ou pelo telefone.

> A AAPV (Associação de Apoio aos Portadores do Vírus HIV) Grupo VIH-VER fica localizada à margem da Rodovia da Lúcio Meira, próximo ao nº 13, no bairro Brasilândia, em Volta Redonda, RJ. Telefone: (24) 3341-8258.

Por Aline Gouvêa  –  alyne-gouvea@hotmail.com

4 Comentários

×

×

×

  • MARIA REGINA GONCALVES COUTO

    Gostaria de ser uma voluntária. Sou aposentada. Moro sozinha. Meu celular é 24 999964774

  • José Sérgio Farias da Silva

    Fui voluntário ai minha escala era das duas as 22 eu adorava alguns dos nossos meninos tinha um cego e uma menina que sempre me recebia com abraço o nome dela era Sandra me da noticia deles quem ainda vive e os que perdemos

  • Mais comentários