(Foto: Divulgação)
Competidores que usaram modais movidos
a arroz e feijão gastaram/queima de calorias:
corrida (378 kcal), caminhada (303 kcal) e
bicicleta-atleta (221.6 kcal); carro (55 kcal)
Publicada em: 15/10/2015 (15:56:42)
Atualizada em: 02/11/2015 (10:32:50)
Um mesmo destino e seis formas de chegar até lá. Assim funcionou o primeiro Desafio Intermodal em Volta Redonda, promovido pela Massa Crítica VR, para comemorar o Dia Internacional Sem Carro (22 de setembro). O desafio exigiu fôlego. Não foi uma competição - esqueçam medalhas e pódio - mas também ninguém queria ser o último a chegar.
A regra foi basicamente uma só: respeitar as leis de trânsito, independente se estava atrás do volante, em cima da bicicleta, ou a pé. Foram seis modais (bicicleta, pedestre, passageiro de ônibus, corredor, motorista de carro e motociclista) e 11 participantes para percorrer um trajeto de seis quilômetros.
O Desafio Intermodal é uma excelente ferramenta para divulgar a necessidade de alternativas de deslocamentos para os cidadãos. Mais do que medir o tempo dos deslocamentos, ele mede as diferenças de custo e eficiência dos deslocamentos das pessoas, independente de qual modal.
Como jornalista e integrante do Massa Crítica VR, recebi a incumbência de fazer o percurso da maneira que, eu acreditava, fosse a mais confortável: a de automóvel. Nem ar condicionado e tão pouco o novo carro fizeram com que o desconforto me atingisse num trânsito de uma sexta-feira à noite de Volta Redonda. Fiquei em nona posição, perdendo apenas para a passageira do ônibus e o pedestre.
Nesta semana, tive acesso ao relatório do desafio. Pasmem: gastei R$ 10,21 para percorrer apenas seis quilômetros em 31 minutos, bem à frente do segundo e terceiro colocados em custos - motociclista (R$ 3,19) e passageira de ônibus (R$ 2,95).
- Não calculamos apenas o valor do combustível, mas também a manutenção do veículo e os custos com os impostos - explicou-me Vicente Sacramento Junior, um dos organizadores do desafio.
A queima de caloria até me surpreendeu positivamente: gastei 55 kcal para percorrer a distância de carro. Acreditaria que fosse menos. Porém, ainda é muito pouco perante aos competidores que usaram modais movidos ao "combustível" arroz e feijão: corrida (378 kcal); caminhada (303 kcal) e bicicleta-atleta (221.6 kcal).
Mais do que essas curiosidades que envolvem os dados do desafio, a Massa Crítica de Volta Redonda deu um passo gigantesco para mostrar à população quais os modais mais eficientes na maior cidade do Sul Fluminense, com 260 mil habitantes. Sendo assim, importa menos quem chega primeiro, mas sim o resultado geral como a detecção de distorções urbanas que precisam ser corrigidas. A única vitória possível para um desafio intermodal é que o cidadão seja privilegiado e que a circulação urbana seja cheia de opções, seguras, confortáveis, econômicas e sustentáveis. E, no ano que vem, vou de bike.
Confira os números do Desafio em Volta Redonda